Oi, gente.
O ano está quase
acabando e ainda não consegui postar todas as resenhas atrasadas da NOVO CONCEITO. Agora vocês vão poder
conferir uma que já está pronta desde 03/04/2014, AS GÊMEAS da SASKIA
SARGINSON.
SASKIA SARGINSON
Editora: NOVO CONCEITO
Nº págs: 320
Gênero: Drama
SINOPSE: As gêmeas
Isolte e Viola eram inseparáveis na infância, mas se tornaram mulheres muito
diferentes: Isolte tem um emprego glamouroso em uma revista de moda de Londres,
namora um fotógrafo e vive em um bairro descolado. Viola, desesperadamente
infeliz, luta contra um transtorno alimentar e não faz questão de se ajustar a
nenhum grupo. O que pode ter acontecido para levar as gêmeas a seguirem
trajetórias tão desencontradas? À medida que as duas jovens começam a
reviver os eventos do último verão em família, terríveis segredos do passado
vêm à tona – e ameaçam invadir suas vidas adultas.
Faz alguns dias
que li AS GÊMEAS e ainda não sei o
que pensar. Em alguns pontos o livro me encantou e senti absoluto prazer em
lê-lo, em outros, achei a narrativa cansada, enfadonha, que parecia estar ali
para encher linguiça.
A coisa que mais
gostei e achei simplesmente sublime, foi a forma da narrativa. Não estou
falando de primeira ou terceira pessoa, mas sim na gostosa saladinha que a
autora fez ao contar e recontar o presente e o passado. A trama é toda cheia de
recortes, nada faz parte de um ponto específico ou de uma cronologia certa, e isso
foi divino, pois me fez colocar a cachola para funcionar e vagar com a
imaginação pelos diversos universos que a autora explorou. A parte mais gostosa
disso tudo foi que não houve avisos, interrupções ou pausas. Você simplesmente
está lendo algo que aconteceu hoje, contado em terceira pessoa por Issy e, de
repente, a história retorna alguns anos atrás para ser contada em primeira
pessoa por Viola. Isso tudo pode soar confuso no começo, mas conforme
adentramos no livro e nos acostumamos com essa forma de narrar, passamos a
achar deliciosa essa mescla temporal.
Caso alguém tenha
ficado meio confuso com essa explicação, tentarei ser mais imagética, pois
creio ser mais fácil de assimilar quando damos um exemplo visual. Quem assiste
ao seriado THE FOLLOWING vai notar a semelhança na forma de narrar. Na série,
sempre há um retorno ao passado, sem ordem cronológica alguma, para apresentar
algumas situações que envolveram os personagens; o mesmo acontece em AS GÊMEAS, e posso dizer que foi
completamente fascinante ler dessa forma, uma das poucas coisas que realmente
achei fantástica no livro.
Quanto ao enredo,
estava gostando até chegar ao final, depois que fechei o livro, achei-o sem
propósito e sem sentido. Isso porque as irmãs contaram seus dramas e tristezas
de infância e o livro terminou de forma totalmente aberta, deixando-me cheia de
curiosidade e dúvidas. Até gosto quando isso acontece, mas, nesse caso, como
nada sobre o passado foi respondido, tudo o que foi contado pareceu sem propósito,
foi como ler um livro inteiro com várias possibilidades, ter várias perspectivas
e não ver nada se formando, simplesmente porque a autora resolveu deixar tudo
aberto e nada solucionado para dar uma “sensação de esperança” – palavras da
própria autora.
Outro ponto que me
irritou ao final, e mais ainda ao ler as palavras da própria autora, foi a
questão sobre o desaparecimento de uma personagem, que ficou ali, pairando pelas
páginas, com várias incertezas e nenhum esforço para se obter respostas
definitivas e significativas; pois é, mais um ponto, dentre tantos, que a
autora deixou em aberto. A justificativa dela? “...Teria empurrado o livro para
o gênero da ficção policial”. Então, se não era a intenção, para que colocar
isso no livro? Mesmo porque essa parte foi realmente fantástica, e antes do
desaparecimento houve um ritual, e... Não vou ficar contando para vocês não me
xingarem, mas o fato é que tudo foi bem até ali e “puff”, acabou sem resposta só
porque a autora ACHOU que revelar, preto no branco, a verdade seria voltar o
livro para o gênero da ficção policial ¬¬.
No mais, a
história das gêmeas é contada de forma bastante intensa. Conseguimos sentir a
tristeza que permeia a vida delas e as razões. Impossível não se apiedar mais
de Viola, que é quem ficou com mais marcas e sofre de uma doença terrível.
Issy, apesar de suas angústias, dúvidas e sofrimento, conseguiu seguir adiante
na vida e encontrar o sucesso. Não digo a total felicidade, pois percebemos que
a insegurança está sempre presente na vida da personagem, mas ela é alguém
menos dependente que Viola e que não está disposta a viver no passado.
Em geral é um
livro regular, para ser bom, faltou emocionar e cortar o coração, faltou deixar
o leitor destroçado mesmo, e acredito que isso não foi possível porque, apesar
de Issy ser uma personagem mais centrada, ela me pareceu meio apática ao
passado, enquanto que Viola se agarrava a ele para continuar vivendo e não
sucumbir à doença.
Não sei, mas, para
mim, faltou algo e não consegui dar uma nota maior que 2.
Mari, esse livro parece ter uma proposta incrível, mas fico triste em perceber que a autora resolveu não dar um final digno para ele. Me pareceu, pelo que você disse, que a autora resolveu: criem o final que vocês acharem melhor para o meu livro. Apesar disso, fiquei bem curiosa com a história, principalmente com esse desaparecimento, mas provavelmente vou terminar o livro com raiva também pela falta de finalização. Pretendo ler sim, mas já vou com isso na mente para não me decepcionar tanto. Adorei a resenha.
ResponderExcluirBeijos,
Adri
Stolen Nights