Bom dia, gente.
A resenha de hoje
é sobre INFERNO, novo livro da diva MEG CABOT lançado pela GALERA RECORD.
MEG CABOT
Série: Abandono
Editora: GALERA
Nº págs: 336
Gênero: Sobrenatural
SINOPSE: Nesta continuação do mito de Perséfone recriado
por Meg Cabot, Pierce Oliviera está em um lugar entre o paraíso e o inferno. Um
castelo turvo e mal iluminado, de onde pode ver os espíritos dos mortos,
prontos para embarcar em sua viagem derradeira. Mas não está lá por escolha
própria: John Hayden, senhor do Mundo Inferior, está lhe mantendo lá. Para seu
próprio bem, ele diz: para protegê-la das Fúrias que desejam vingar-se dele. Mesmo
que esteja lá, seus entes queridos não estão. E isso pode acabar custando caro
para ambos. Mas John afirma que não pode deixá-la sair. Será que ela deveria
confiar em sua palavra?
Antes de iniciar a
resenha, preciso dizer que sou fã da MEG
e que, em maior ou menor grau, adoro tudo o que ela escreve. Sei que muita
gente acha a trilogia ABANDONO fraca,
mas, particularmente, gosto muito e estava ansiosa demais por esse segundo
volume, que não achei tão bom quanto o primeiro, mas que gostei assim mesmo.
Acho bastante
interessante a forma como MEG recria
o mito de Hades e Perséfone na série. Desde que conheci a narrativa do RIORDAN, gosto de acompanhar histórias que mesclam mitologia. Claro que não estou
comparando os dois autores, pois além de as histórias serem diferentes,
percebemos que RICK traz mais aprofundamento mitológico em seus livros,
perpassa por vários personagens e tem um trabalho de pesquisa muito maior,
porém, o que MEG apresenta sobre o
Mundo Inferior, que é o foco da série, me deixa satisfeita. Gosto de saber qual
é a visão da autora para esse mundo.
Esse segundo
volume é bacana em vários aspectos: conhecemos mais sobre o passado de John,
que ainda deixa vários mistérios pairando no ar; vemos como Pierce ama o primo,
Alex, e está disposta a se arriscar por ele; percebemos que por trás da
tristeza de Alex existe uma forte determinação em provar a inocência do pai no
caso de assassinato pelo qual está sendo acusado; enfim é revelado o segredo
que os homens poderosos da ilha escondem; e tomamos conhecimento da história do
navio Liberty e seus tripulantes, que se ligam à história de John, ao Mundo
Inferior e os segredos que a ilha mantém. Nesse aspecto adorei o livro e achei
tudo muito bem amarradinho.
O que me
desagradou foi a mesma coisa do primeiro: a falta de aprofundamento de alguns
personagens. No primeiro volume relevei porque era o início da trilogia, mas
nesse segundo esperava mais. Esperava também maiores esclarecimentos, e, apesar
de ter tido alguns, acho que poderia ter-se feito menos segredo e revelado mais
coisas, afinal, ficou muita coisa com gancho solto para o próximo volume.
Uma coisa que me
desagradou, e nunca antes senti isso na narrativa da MEG, foi a enrolação.
Algumas vezes senti que a autora estava prolongando além do necessário algumas
passagens, fazendo com que parecesse que o final de alguns diálogos não ia
chegar nunca.
Quanto aos
personagens, fiquei encantada com Pierce no primeiro volume, porém, em INFERNO não a vi com os mesmos olhos,
isso porque ela se rendeu muito fácil ao sentimento. Mesmo fazendo
questionamentos e tentando se impor, era possível perceber que ela deixava a
paixão falar mais alto e estava sempre disposta a perdoar John no mesmo
instante. Nunca pensei que fosse dizer isso, mas senti falta de um mimimi. Ela
poderia ser mais dramática com as situações em que foi enganada, se mostrar
aborrecida e ficar irritada, em vez disso, procurava sempre ver pelo lado de
John, porque ele havia agido assim e assado, e compreendia em questão de
segundos suas atitudes. Parecia uma devota sem capacidade de raciocínio.
Já John continuou
me agradando. Ele é o mocinho, mas também é o vilão, afinal, ele é quem “manda”
nos mortos. Gosto de vê-lo trapaceando e enganando Pierce, não porque queira
mal a ela, mas porque é a natureza dele, faz parte de quem ele é e da “missão”
que recebeu. Por mais absurdo que pareça, adoro os motivos que ele alega para
fazer o que faz com ela. Ele é um obsessivo e não tenta esconder.
Em relação aos
personagens secundários, não tenho muito o que falar, pois eles continuam mesmo
sendo secundários, e isso me irritou um pouco. A não ser por uma história sobre o
passado da mãe de Pierce, que também envolve o tio da garota, por Alex, Kayla e
o guardião do cemitério, os demais personagens que aparecem praticamente são
apenas citados, então acho que nem deveriam ter sido mencionados, já que até
agora não fizeram diferença na história. Como sou brasileira e não desisto
nunca, tenho fé que no terceiro volume vamos saber mais sobre eles.
A sensação que
tive é que INFERNO focou demais em
Pierce-John-Alex e deixou o restante em segundo plano, se tais partes
tivessem sido menos prolixas, teria dado tempo de abordar mais perspectivas.
Contudo, é como disse desde o início, AMO a MEG e não consigo de forma alguma dizer que algo que ela escreveu
foi ruim, em maior ou menor grau, tudo me agrada, mas admito que esse segundo
volume não me satisfez tanto quanto o primeiro, por isso das 3 estrelas.