Boa noite, gente!
Hoje vou falar de um livro MUITO non sense: SE HOUVER AMANHÃ do SIDNEY
SHELDON, lançado pela editora RECORD.
SIDNEY SHELDON
Ano: 2012 (ano do relançamento da edição que li)
Nº págs: 512
Gênero: Suspense
SINOPSE: A vida da jovem Tracy Whitney muda drasticamente quando, vítima de uma
ação criminosa, ela é condenada por um crime que não cometeu. Rejeitada pelo
homem que amava e abandonada à própria sorte, Tracy se vê sozinha em um mundo
violento e sombrio. Depois de cumprir pena e ter de volta sua liberdade, ela só
tem um objetivo: vingar-se dos homens que a colocaram injustamente na prisão.
Para isso, ela se torna uma expert em disfarces e especialista em aplicar
golpes em empresários inescrupulosos. Mas seus planos podem ir por água abaixo
quando o destino coloca em seu caminho um poderoso rival, Jeff Stevens, um
irresistível trambiqueiro.
Agora em 2015 foi lançado EM BUSCA DE UM NOVO AMANHÃ, sequência de SE HOUVER AMANHÃ, por isso, resolvi
tomar vergonha na cara e ler logo esse primeiro livro, afinal, faz ANOS que ele
está na minha estante. Tantos anos que essa edição que tenho hoje é a terceira
que consegui desse livro. Houve uma época em que li muito SIDNEY SHELDON, e apesar de esse ser o mais famoso de seus livros,
acabou passando batido, mas o que tenho a dizer a respeito de SE HOUVER AMANHÃ é: QUE DECEPÇÃO! Sim,
com letras maiúsculas!
Para mim, tudo nesse livro foi de extremo mal gosto e forçado. MUITO
forçado. Vamos lá, começamos com Tracy, uma protagonista toda certinha que se
envolve em uma bela enrascada com um sujeito que deu um golpe em sua mãe. Seria
genial, se não fosse tosco, pois em menos de 24 horas o cara arma uma arapuca
para ela, ela é presa, enrolada por um advogado e por fim é condenada! Foi o
julgamento mais rápido ever! Pior, ela era noiva de um cara cheio da bufunfa,
mas ninguém quis saber disso, nem o próprio noivo, que se negou a ouvir o que
ela tinha a dizer... Foi corrido e foi absurdo o que foi apresentado nessa
primeira parte. Mas pior, foi inverossímil demais! Se o sistema judiciário
andasse na velocidade imaginada por SHELDON,
teríamos metade da população mundial presa, até mesmo por roubar uma balinha.
Nesse caso foi pior porque a moça era inocente, mas não teve investigação, não
teve novo advogado, NADA! Só uma balelada desgraçada!
O livro estava sendo surreal, mas decidi continuar por se tratar de um
enredo sobre vingança, um de meus temas favoritos. Imaginei que SHELDON havia corrido nessa parte
porque tinha intenção de arquitetar um plano de vingança maravilhoso e cheio de
detalhes. Mais uma vez me decepcionei. A vingança contra os que a sacanearam
foi tão rápida quanto tudo. Em poucas páginas ela havia saído da cadeia, se
tornado uma expert em vingança e arquitetou um mirabolante plano. Se o livro
não estava me convencendo antes, piorou bastante depois disso.
Só que, de repente, a vingança dela acabou, mas ainda faltava meio livro
paara terminar, então fiquei imaginando o que SHELDON iria apresentar... E adivinhem? A personagem virou uma
tremenda golpista! Claro que do dia para noite também, já que tudo nesse livro
acontece como um passe de mágicas. Em poucas páginas tínhamos Tracy, a maior
golpista e ladra de arte do mundo! Como ela se tornou isso? Como ela aprendeu?
Como aprendeu sobre arte, História da Arte, seus artefatos, etc? SHELDON não se preocupou nem um minuto em
explicar, para ele, parecia não haver necessidade. O que me incomodou MUITO,
afinal, como um livro com mais de 500 páginas deixa passar tudo isso? Como muda
a personalidade da protagonista do dia para a noite e não mostra como isso foi
acontecendo? Como disse no início, foi um livro non sense!
Não nego que quando Tracy se tornou golpista o livro passou a ser um pouco
mais interessante. Divertido, até, mas foi só isso! Só isso mesmo! Não tive
aquele sabor de ter descoberto algo sobre o mundo da arte, sobre pinturas e
pintores, não fiquei sabendo como Tracy se tornou uma exímia especialista do
ramo, como se tornou uma excelente ladra de joias... NADA! E então, foi inserida uma figura masculina no contexto, que teve
um destino totalmente previsível ao lado de Tracy. Ok, eu sei, muita gente é fã
desse livro e ama o casal Tracy e Jeff, mas gente, achei os dois tão
charlatões. Aliás, a criação dos dois personagens foi de charlatões, do nada
eles estavam fodorásticos! SHELDON
podia ter falado da etapa de aprendizado deles, como foram se especializando,
mas não, quando o autor retornava ao passado de algum deles, era para falar
algo de ruim que havia acontecido para que hoje eles se portassem dessa
maneira. Ou seja, o conhecimento e a forma como eles entraram nesse mundo ficou
ou omitida ou contada às pressas.
Apenas uma coisa nesse livro me chamou atenção: Daniel Cooper, um segurador
que desde o princípio sabe que Tracy foi inocente de sua primeira acusação, mas
que nada fez para ajudá-la, e pior, depois ficou caçando-a. A todo momento
imaginei que ele era um dos “mocinhos” da história, mas quando revelou-se o
passado do personagem, aí, sim, reconheci SHELDON,
fiquei de boca aberta e considerei espetacular! Foi foda demaaaaais!
E falando em “mocinhos” e “vilões”, esse foi outro aspecto do livro que me
agradou, adorei a forma como SHELDON
explorou o maniqueísmo na obra. A ladra de arte era a mocinha, e o que parecia
ser o mocinho, o vilão... Adorei isso também em SE HOUVER AMANHÃ. Porém, as coisas que gostei não apagaram o muito
que não gostei e que me decepcionou, por isso, só tenho a dizer: estou
decepcionada!