Boa noite, gente!
Decepção não mata, mas também não é fácil de esquecer.
Hoje vou falar de um livro que simplesmente partiu meu coração de tão
decepcionante: A VINGANÇA DE MARA DYER da
MICHELLE HODKIN, lançamento da GALERA RECORD.
MICHELLE HODKIN
Série: Mara Dyer
Editora: GALERA RECORD
Nº págs: 378
Gênero: Prefiro Não Comentar ¬¬
SINOPSE: A série mescla paranormalidade, conspiração e romance para contar a
história de uma adolescente com poderes especiais. Elogiada pelas autoras das
séries Divergente e Instrumentos Mortais, Michelle Hodkin cria aqui uma trama
surpreendente, onde nada é o que parece. Depois de descobrir que consegue matar
apenas com o pensamento, assim como seu namorado é capaz de curar com a mesma
facilidade, Mara Dyer é capturada por uma inescrupulosa médica, que a faz
passar por uma série de testes e experimentos. Mas Mara não está sozinha.
Outros jovens com poderes igualmente extraordinários são usados como cobaia.
Com a ajuda deles, e de um velho inimigo, ela consegue fugir e parte em busca
de vingança.
Sim, vocês leram certo, estou DECEPCIONADÍSSIMA com o fim da trilogia. E
antes de me atirarem pedras, peço que, por favor, tentem compreender minhas
razões.
Quando li o primeiro livro da série, achei que teria uma síncope. Para mim,
era o livro mais diferente e inovador que já tinha visto, um livro que me
deixou extremamente confusa e que me apresentou uma protagonista das mais
brilhantes, uma garota tão perdida que fez com que eu passasse a sentir um amor
enorme por todas as protagonistas não confiáveis que li desde então. A DESCONSTRUÇÃO
DE MARA DYER me levou a um nível de loucura que beirava o absurdo, senti tantas
coisas com a leitura que falei desse livro para meio mundo, mas o que eu mais
gostava nele era o fato de não saber em qual gênero literário classificar o
livro. MICHELLE fez tanto suspense
que não conseguia saber se era um thriller psicológico, um drama, um suspense,
ou se tratava-se de uma história de uma garota completamente insana que se
mostraria psicótica. Não nego, torci vertiginosamente por esse último.
No segundo livro, A EVOLUÇÃO DE MARA DYER, a autora conseguiu manter o
magnífico suspense, e mais uma vez terminei sem saber qual era realmente o
gênero do livro. Mais uma vez fiquei apaixonada por essa confusão que ela
criou, tanto que nem liguei para o romance que ela inseriu no livro, pelo
contrário, fiquei fascinada por ele, coisa que não é do meu feitio, e Noah me
conquistou em absoluto, mesmo porque, para mim, tratava-se de mais um
personagem não confiável. Para abrilhantar mais o segundo livro, HODKIN inseriu algo que parecia pitadas
de sobrenatural... Umas explicações estranhas sobre algumas coisas. Eu, mais
uma vez, apostei todas as minhas fichas em que tudo era um devaneio insano de
Mara Dyer, uma protagonista que até então era fascinante e que tinha todo meu
amor e dedicação. Eu sei, eu me iludi por que quis, as pistas estavam lá para
que eu tirasse a ideia da loucura da cabeça. Mas não consegui...
E então aguardei ansiosa pelo desfecho. Quase roí as unhas para aguardar o
livro chegar aqui em casa. E na segunda, quando chegou, não descansei até
finalizar, e a única coisa que consegui pronunciar ao fechar A VINGANÇA DE MARA DYER foi: “que merda
de livro!”
Ainda estou perdida e sem conseguir entender como fui do céu ao inferno em
poucos minutos, mas não teve absolutamente NADA nesse livro que me agradou. Mas
irei por partes...
O romance, que havia me deixado satisfeita no segundo livro, foi
totalmente CHATO nesse fechamento. Gente, quanta MELAÇÃO! Quanto desespero, e
quanto amor! Foi demais para mim, não aguentei. Sério, quase desenvolvi
diabetes, tão chato e tão presente foi. Pior, foi um romance clichê, e que ao
final de tudo já tinha me cansado tanto que não me convenceu em nada ¬¬.
A história, que sempre parecia redondinha e perfeita, pareceu absurda.
Sabe aqueles afastamentos da família que sempre comento com vocês? Pois é, a
família de Mara estava presente nos outros livros, mas aqui... Bom, ela fez uma
coisa e todo mundo se convenceu que era “normal” porque um amiguinho fez com
que eles acreditassem nisso. Não dá para explicar essa parte sem spoilers,
portanto, é o máximo que vou falar, mas as incongruências foram exorbitantes.
E agora vamos para o que mais me decepcionou: o gênero. Obviamente, não
vou revelar a qual gênero a trilogia pertence, mesmo porque isso seria jogar um
banho de água fria nos dois primeiros livros, apesar de que se eu soubesse
previamente que seria esse gênero, talvez tivesse gostado bem mais desse
fechamento. Mas não sabia e não gostei. Não gostei porque tive a ilusão de
estar diante de um livro brilhante que tratava sobre a loucura humana, um livro
que colocaria em xeque o que a mente humana é capaz de produzir e o que ela é
capaz de nos fazer acreditar. Em todo o tempo acreditei que estaria frente a um
livro que me levaria a uma profunda reflexão sobre a psique humana e como ela
poderia ser destrutiva. Mas não foi nada disso, a trilogia fechou como sendo um
livrinho de *** não vou contar, mas fiquei PUTA da vida com a simplicidade de
tudo! Era uma trilogia divina, que poderia ter fechado de forma inteligente,
mas optou por uma mesmice que já vimos em livros e filmes, uns beeeeeem famosos
por sinal.
E falando em inteligência, para mim, Mara Dyer representava esse adjetivo.
Apesar de suas confusões mentais, que não eram bem isso, a protagonista era
genial ao meu ver, isso até esse terceiro volume, claro, quando ela resolveu criticar o livro O SENHOR DAS MOSCAS.
Sei que todo mundo tem direito a uma opinião e que nem todo mundo gosta
das mesmas coisas, mas tive um problema sério com essa crítica, pois não
consegui separar a personagem da autora, e não sei se a crítica era uma mera
opinião da Mara ou se se estendia a opinião da própria HODKIN. Falar que um livro desses é “um livro chato e idiota que a
escola mandou ler” é no mínimo bizarro para mim, o que me fez ver Mara como uma
garota meio burra que não compreendeu as alegorias criadas por GOLDING. Quem
ainda não leu esse livro, leia; quem não quiser ler, ao menos veja a adaptação
de 1990. Esse é o tipo de livro que nos leva as mais profundas reflexões sobre
a maldade humana, ao mesmo tempo em que nos choca com as atitudes dos
personagens, pois todos eles são crianças, vivendo sozinhas em uma ilha e em
uma situação limite. É um livro que choca qualquer tipo de leitor; e não, não
gostei de ver o livro criticado por Mara, uma personagem que de início era tão
fascinante e que depois passou a parecer uma garotinha “bocoió” apaixonada. Mas o que mais me irritou foi o tom dela ao fazer crítica, parecendo que ela era uma grande especialista e que a palavra dela bastava. Aliás, muitas foram as passagens em que a palavra dela pareceu bastar. Sou
extremista e não nego, Mara me fez pegar birra dela. O que já estava ruim
depois de algumas páginas de revelações, ficou ainda pior depois disso.
Portanto, só posso dizer uma coisa para Mara: “querida, desculpa, mas nosso
relacionamento desandou!”
Fico triste em dizer todas essas coisas sobre o final dessa trilogia,
ainda mais porque eu já a havia escolhido como uma de minhas preferidas da
vida. Eu jamais imaginei que terminaria da forma como terminou, principalmente
por ter sido uma trilogia tão inovadora, então, JAMAIS imaginei que a autora
iria terminar com algo TÃO clichê ¬¬.
Mas, para aliviar quem ainda não leu, assumo que sou chata e que esperava
muito mais, e que vocês não devem ir pela minha opinião, afinal, tem MUITA
gente morrendo de amores pelo final da trilogia e considerando tudo o máximo.
Mas, para mim, não funcionou. Senti que fui completamente enganada. Dei 2
estrelas e acho muito, de verdade.