Bom dia, pessoal.
Vou fechar a
semana com resenha de um autor que ADORO: JOHN
GREEN. O novo livro do autor, CIDADES
DE PAPEL, foi esperadíssimo e quase enlouqueci quando o livro da INTRÍNSECA chegou.
SINOPSE: Em Cidades de papel, Quentin Jacobsen nutre uma
paixão platônica pela vizinha e colega de escola Margo Roth Spiegelman desde a
infância. Naquela época eles brincavam juntos e andavam de bicicleta pelo
bairro, mas hoje ela é uma garota linda e popular na escola e ele é só mais um
dos nerds de sua turma.
Certa noite, Margo
invade a vida de Quentin pela janela de seu quarto, com a cara pintada e
vestida de ninja, convocando-o a fazer parte de um engenhoso plano de vingança.
E ele, é claro, aceita. Assim que a noite de aventuras acaba e um novo dia se
inicia, Q vai para a escola, esperançoso de que tudo mude depois daquela
madrugada e ela decida se aproximar dele. No entanto, ela não aparece naquele
dia, nem no outro, nem no seguinte.
Quando descobre que o
paradeiro dela é agora um mistério, Quentin logo encontra pistas deixadas por
ela e começa a segui-las. Impelido em direção a um caminho tortuoso, quanto
mais Q se aproxima de Margo, mais se distancia da imagem da garota que ele
pensava que conhecia.
Primeiro preciso
começar como toda boa tiete: caraca!, eu AMO JOHN GREEN! *_* Dito isso, posso falar pra vocês tudo que achei de CIDADES DE PAPEL.
Quando li sobre o
livro, achei que GREEN iria dar um
tom de mistério a ele, que seria uma coisa policial, afinal, Q. e Margo (os
protagonistas), aos 9 anos, haviam visto um corpo. Ao iniciar as primeiras
páginas, senti que seria exatamente esse o tom que o livro tomaria, mas me
enganei. Esse fato serviu apenas para nos colocar frente à amizade de Q. e
Margo, e nos mostrar que a garota adorava um mistério.
Após o
acontecimento, a história dá um salto no tempo, e encontramos nossos
personagens no último ano do ensino médio e bastante afastados, afinal, Q. é um
nerd, e Margo se tornou uma patricinha popular. Apesar do afastamento, uma bela
noite Margo bate na janela de Q. e o convida para uma aventura. Por ser
apaixonado pela garota, ele não consegue dizer NÃO, e embarca numa noite
alucinante. A noite consiste em participar de onze etapas de um plano de
vingança maluco de Margo.
É nisso que
consiste a primeira parte do livro, que me fez dar altas gargalhadas. Achei o
máximo a atitude da garota e mesmo Q., sendo meio medroso, também foi
divertidíssimo. Margo ia pregando peças e aprontando com todos aqueles que
fizeram “mal” para ela de alguma forma. E então preciso confessar: amei Margo!
Seu humor, seu jeito, seu mistério, suas ideias, suas loucuras... A personagem
me cativou de tal forma que fiquei cega a seus defeitos, que existem, são
muitos, são evidentes, mas não queria de forma alguma enxergar pelo fato de ela
ter conseguido me arrancar tantas gargalhadas. A todo momento pensava que
deveria haver um engano, e que Margo era especial.
A segunda parte do
livro consiste na busca por Margo. Após a noite de aventuras com Q. ela
desaparece e deixa algumas pistas. A família fica revoltada, pois não é a
primeira vez que ela faz isso. Eles a vêem como uma menina egoísta,
egocêntrica, mimada, e que só quer chamar atenção. Q. por outro lado, assim
como eu, não quis enxergar esses traços ruins na amiga e foi atrás dela.
Essa segunda parte
me dividiu bastante. Por um lado adorei o fato de Mago ter deixado como pista
um poema do Walt Whitman e termos um Q. todo preocupado em desvendar o poema
para encontrá-la. Contudo, essa parte da narrativa mostrou-se demasiada longa e
repetitiva. Q. dava voltas e mais voltas tentando encontrar Margo, as pistas
nunca levavam a nada, e ele e seus amigos até arriscaram a vida para
encontrá-la. Seria até aceitável o desenvolver tão lento se de fato fosse um
livro policial, daqueles que temos que encontrar respostas em mínimos detalhes,
mas, como não é o caso, achei um pouco cansado e com partes desnecessárias.
A terceira e
última parte do livro foi soberba! Aliás, adorei como CIDADES DE PAPEL foi dividido. Parecia que estávamos lendo um livro
que gêneros completamente diferentes se sobressaiam a cada parte. Se na
primeira contamos com o humor escachado, uma comédia que nos fazer rolar de
rir; na segunda temos uma aventura com mistérios para desvendar o sumiço de
Margo; mas a terceira... A terceira parte é digna de JOHN GREEN. Acredito que quem leu A CULPA É DAS ESTRELAS procure um
GREEN profundo, com belas palavras e
ensinamentos, e é dessa forma que o autor nos apresenta a terceira parte de seu
livro. Drama, sentimento, romance, temos de tudo nessa terceira e encantadora
etapa.
Se até então CIDADES DE PAPEL havia me ganhado por
seu humor, ao final me conquistou de vez pela capacidade que o autor teve de
mudar completamente o ritmo da narrativa para entrar em questões mais
profundas, como o sentimento adolescente. Há muito venho criticando a imensa
quantidade de romances NA e YA que sublimam o amor entre homem e mulher como se
fosse a coisa mais importante, como se nada mais fizesse sentido e apenas o
casal estivesse no centro do universo. GREEN,
fez o contrário. O autor nos brindou com personagens apaixonados, sim, mas
muito maduros. Personagens que enxergam erros e defeitos, personagens que
pensam no futuro, que vêem a vida como ela de fato é, sem enfeites, sem
máscaras. Personagens que apesar de trazerem sentimentos profundos em seus
corações, não deixam de pensar e agir com a razão, e principalmente, com suas
convicções, filosofias de vida e com a forma com que foram criados e educados.
Por tudo isso, GREEN mais uma vez me conquistou.
Comparar CIDADES DE PAPEL com A
CULPA É DAS ESTRELAS seria absurdo e também abusivo, afinal, em nada eles se
assemelham. Quem procura um drama, uma história para se emocionar, personagens
para se conectar emocionalmente, deve ficar com A CULPA É DAS ESTRELAS. Mas o
leitor que procura um livro três em um, que quer se divertir, rolar de rir,
desvendar mistérios, e se emocionar com um final bem desenvolvido, deve ler CIDADES DE PAPEL imediatamente! De
todos que li do GREEN até o momento,
se tornou meu preferido. Completamente diferente e inusitado, CIDADES DE PAPEL chegou com um jeito
manso, como se fosse ser apenas mais um livro de humor, e venceu todas as
minhas amarras, conquistando de vez meu gosto pelo autor, e fazendo com que
considerasse esse livro melhor que A CULPA É DAS ESTRELAS, coisa que eu achei
que jamais aconteceria.
FICHA DO LIVRO
CIDADES DE PAPEL
JOHN GREEN
Ano: 2013
Nº págs: 368
Gênero: Romance, Drama