Oi, pessoal!
Hoje tem mais resenha policial. Infelizmente vou falar de mais um livro do
gênero de que não gostei L Quem leu a
resenha de ontem (MATAR ALGUÉM), deve ter percebido que abandonei a leitura por
causa da vulgaridade das palavras. Peguei O
OURO DE QUIPAPÁ do HUBERT TÉZENAS,
lançamento da editora VESTÍGIO (que
amo), para sair da decepção que havia tido, contudo, parece que estava sob
alguma maldição, pois meus sentimentos com a leitura foram bastante semelhantes
:S
HUBERT TÉZENAS
Editora: VESTÍGIO
Ano: 2014
Nº págs: 176 SEM NOTA/ ABANDONEI
Gênero: Policial
SINOPSE: SINOPSE: Recife,
1987. No escaldante e abafado outono nordestino, Alberico Cruz, um homem comum,
corretor de imóveis, é testemunha de um crime. De principal suspeito, torna-se
o culpado ideal. Acusado de assassinato, nosso anti-herói se vê brutalmente
lançado no inferno da prisão. Sua luta pela sobrevivência o introduz em um
mundo de violência do qual nada conhece: o mundo dos senhores da
cana-de-açúcar, às portas do sertão pernambucano. Uma crítica social
implacável, na qual a verdade tem pouco espaço, e a honestidade, valor
meramente opcional, não resiste ao poder dos grandes. Um romance que joga uma
luz crua sobre um país cheio de contradições, onde a violência social predomina
e forças antagônicas se enfrentam brutalmente.
Quem acompanha o blog deve saber que uma de minhas metas é ler todos os
livros lançados pela VESTÍGIO, essa
editora linda que só lança livros policiais. Mesmo antes de ler a sinopse de O OURO DE QUIPAPÁ, já sabia que iria
lê-lo, mas criei uma expectativa bastante boa em relação ao livro, pois TÉZENAS é um autor francês contando uma
história policial que se passa em nosso país. Após minha enorme decepção com
MATAR ALGUÉM, estava doida para ver a “chiqueza” na linguagem de um francês ao
escrever um romance policial nas terras tupiniquins, mas quem disse que só por
ser francês o homem conseguiu florear o pavão do jeito que pensei? Nada!
Infelizmente encontrei na narrativa de TÉZENAS
a mesma vulgaridade para retratar a mulher que odiei em MATAR ALGUÉM.
Sério, após essas duas experiências, fiquei chateada de ver como as
mulheres brasileiras são estigmatizadas. Meu sentimento piorou ainda mais
quando peguei APOSTA FATAL, também
da VESTÍGIO, para ler na sequência.
O autor, também francês, tem decência e abusa de palavras belas e nada vulgares
até para descrever e falar das prostitutas da história, enquanto que tanto um
autor nacional quanto um francês, escrevendo sobre o Brasil, pareceram apenas
depreciar a mulher brasileira.
Outro ponto que me incomodou, e isso não sei se foi opção do autor ou da edição
feita pela VESTÍGIO, foi a falta de
pontuação para marcar os diálogos. Travessão? Não tem. Aspas? Também não! Por
causa disso, apesar das poucas páginas, o livro se tornou cansativo. Gosto
muito quando os autores inovam em algo, mas não creio que as marcas de
pontuação tão diferenciadas sejam pertinentes em um livro policial, que tem
como característica a dinamicidade do enredo.
Infelizmente, mais uma vez, por causa dessa vulgarização sexista, não
consegui levar a leitura à frente e acabei abandonando. Contudo, gostei da
forma de narrar de TÉZENAS e creio
que se o autor escrever outro livro, desde que não se passe no Brasil,
provavelmente darei outra chance a ele ;)
Em tempo, preciso falar um pouco sobre a edição da VESTÍGIO. Vocês devem ter reparado que o livro destoa dos demais
lançados até agora pela editora, isso porque ele vai fazer parte de uma nova
vertente que a editora irá lançar, espero que não de livros que se passem
apenas no Brasil, pois estou com um pouco de trauma. A edição é melhor que os
outros lançamentos, pois a capa é mais durinha e tem orelhas. Apesar disso,
fico com a linha anterior, que pode ser mais simples, mas acho linda e só tem
livros excelentes, que recomendo de olhos fechados, inclusive vou falar sobre um
desses amanhã, não percam!
Consigo te entender perfeitamente, Mari. É odioso ver a forma como a mulher brasileira é vulgarizada em qualquer lugar, mas em livros deixam a dúvida se o autor quis registrar uma opinião comum ou a dele próprio. Passarei esse. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Realmente... não da pra continuar um livro assim.. não só por ter essa depreciação da brasileira.. acho que não leria nada de ninguém que tratasse qualquer mulher dessa forma...
ResponderExcluirSei que o livro tem um conotação sexista ao retratar a mulher, mas o enredo é bem desenvolvido, em termos. A dificuldade existe pela ausência de travessão, aspas, qualquer indicativo de diálogo ou pensamento dos personagens. Isso dificultou a velocidade da leitura. A leitura acaba lenta. Tem que voltar às vezes para identificar se é uma fala ou pensamento.
ResponderExcluirMari, releva e volte a ler. Críticas sociais interessantes e um bom enredo, quando consegue superar a diagramação.
A estigmatização do Brasil, inclusive feita por nós mesmos, sempre vem atrapalhar a visão que estrangeiros tem sobre nosso país. É decepcionante como as mulheres brasileiras e latino americanas no geral, comumentemente são depreciadas por europeus e norte americanos.
ResponderExcluirSempre que algum autor estrangeiro ambienta suas tramas pelo Brasil, já conseguem chamar minha atenção. Uma pena que esse livro foi uma decepção total ao ponto de te fazer abandona-la. Essa questão de vulgarização da mulher é muito complicado, pois, infelizmente, é a imagem que muitos brasileiros vendem. Então... Enfim, espero que esse tenha sido o "livro deslize" da carreira desse autor.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Não gostei dessa história. Não sei porque este não mexeu comigo. Não fui fisgada como leitora. O enredo e seus comentários sobre a história me deixaram com um pé atrás. Vou deixar passar.
ResponderExcluirBeijos.
A primeira coisa que percebi foi que a capa é totalmente diferente das outras. Gosto mais das outras, mas pelo que você disse elas não tem orelhas (!?) não sei, tenho uma raiva de livro sem orelha hahahaha sei lá por quê.
ResponderExcluirEnfim, que pena que você teve que abandonar a leitura. Acho que também abandonaria por "ver" a mulher brasileira tão estigmatizada.
Beijos!