RESENHA: A VINGANÇA DA AMANTE - Tamar Cohen (Ed. Record)

Oi, gente! Voltei!

Não costumo postar duas resenhas no mesmo dia, mas como a news da RECORD já chegou e estou atrasada com muitas postagens, abri uma exceção. Agora vou falar de um thriller que me deixou bastante surpresa: A VINGANÇA DA AMANTE, da estreante TAMAR COHEN, lançado pela editora RECORD.

A VINGANÇA DA AMANTE

TAMAR COHEN

Editora: RECORD            

Ano: 2014                  

Nº págs: 336

Gênero: Thriller

SINOPSE: Sally e Clive viviam uma grande paixão proibida. Por cinco anos, Sally orquestrou sua rotina de jornalista freelancer e mãe de dois filhos para conciliar suas obrigações com os encontros tórridos e casuais com Clive. Daniel, seu marido, nunca desconfiou que a mulher tivesse um caso com um amigo da família. Um dia, sem mais nem menos, o amante resolve pôr um fim ao relacionamento extraconjugal na tentativa de salvar o casamento de mais de vinte anos, mas Sally não aceita o término. Ela fica obcecada pelo amante e não tem ideia de que essa obsessão pode levá-la a um caminho sem volta. A vingança da amante expõe os efeitos colaterais de um caso amoroso de forma perturbadora.

Quem acompanha o blog sabe que ADORO thrillers, e depois de ter lido GAROTA EXEMPLAR passei a ter uma quedinha por thrillers que envolvem dramas familiares. Como era de se esperar, A VINGANÇA DA AMANTE é o tipo de livro que as páginas viram sem que notemos e que o drama se desenvolve de forma espetacular.

Contado em primeira pessoa, temos a visão e a versão de Sally para o caso tórrido de amor que teve com Clive, um homem maduro, casado há quase 30 anos, e que aparentemente era perfeito para ela. Quando, após 5 anos de relacionamento, ele resolve por um fim ao caso e opta por continuar com a esposa, Sally da uma surtada e sua vida desmorona.

Adorei o livro porque ele me levou para altos e baixos durante a leitura. No início gostei bastante de Sally, compreendi a dor que a tomava e torci para que a personagem se vingasse de Clive, afinal, era isso que dizia o título. Imaginei mil formas para ela se vingar desse sujeito mentiroso e desprezível, mas isso parecia não acontecer nunca, e, em vez disso, Sally continuava nos colocando a par de sua derrocada.

Em certo momento cheguei a cansar do livro e me aborrecer com a protagonista e narradora, pois achei que o sofrimento já tinha ultrapassado o limite do aceitável para uma mulher da idade dela. Não que ache que coração partido tenha idade para acontecer, mas em muitas situações ela se comportava como uma adolescente. O ápice de minha raiva foi quando ela passou a desdenhar dos filhos mais que o normal para dedicar seus dias e pensamentos ao ex-amante. A partir daí peguei uma birra de Sally sem tamanho. Seus medicamentos, atitudes, pensamentos, tudo me irritava e fazia com que torcesse para que a personagem se dasse mal, muito mal. Não a condenei nem por um momento por ter se envolvido com um homem casado, o qual era amigo do marido dela e ela da esposa dele, mas ela me revoltou quando suas atitudes egoístas passaram a atingir os filhos e ela nem se dava conta, vendo-se sempre como uma vítima incompreendida da situação. Senti vontade de dar muitos tapas nela.

Nesse momento, só segui com a leitura porque estava curiosa com o desfecho que COHEN iria dar para a personagem e para toda a situação. E foi aí que fiquei de boca aberta com o final criado pela autora. Se até ali as páginas já passavam que era uma delícia, nos momentos finais a angústia tomou conta de mim, pois a autora soube conduzir muito bem a narrativa de modo a deixar um suspense fantástico no ar e surpreender com uma bomba! Quando o destino de Clive e Sally passou a ser revelado, pensei “puta merda! Jamais imaginei”. E jamais imaginei mesmo! Em momento algum pensei que COHEN iria conduzir seu final da forma que foi. Achei magnânimo! De repente, Sally, que tinha se tornado desprezível para mim, voltava a me conquistar. E isso foi o que mais gostei no livro, essa relação de amor e desprezo que vivi com a personagem durante a leitura. Acho sublime quando um autor expõe tanto seu personagem que nossa opinião sobre ele vai oscilando de acordo com suas atitudes.

Aliás, os personagens são o que chamam total atenção em A VINGANÇA DA AMANTE. Todos eles são dissecados a fundo, expondo a personalidade de forma bastante crua. Alguns, como Daniel, marido de Sally, nos encantam do começo ao fim, seja pela pena inicial que sentimos dele, seja pela apatia que sentimos ao ver que ele próprio se comporta assim em relação a seu relacionamento com a esposa, seja pela reviravolta em seu pequeno universo que nos faz brilhar de felicidade. Outros nos deixam enojados com suas frescuras, como é o caso de Emily, a filha grávida de Clive. Mas foi o triângulo: Clive, Sally e Susan (esposa de Clive), que fez com que eu não desgrudasse do livro até chegar ao fim. E que fim! 

Espetacular! Considero A VINGANÇA DA AMANTE uma leitura espetacular! Para aqueles que adoram dar uma bisbilhotada no relacionamento alheio, ver como os envolvidos se comportam e ver como a loucura e o desespero podem atingi-los, recomendo muito! <3

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