Boa tarde, pessoal.
Hoje vou falar sobre um livro que enrolei um tempão para pedir: MORTOS ENTRE VIVOS do JOHN AJVIDE LINDQVIST, lançado pela
editora TORDESILHAS.
JOHN AJVIDE LINDQVIST
Editora: TORDESILHAS
Nº págs: 360
Gênero: Terror, Drama
SINOPSE: Estocolmo, Suécia, 13 de agosto de 2002. Seria mais
um dia normal na capital do civilizado e pacato país com um dos melhores IDH do
mundo, não fosse uma "epidemia" de cefaleia e o estranho
comportamento dos aparelhos eletrônicos: eles simplesmente não desligam, mesmo
quando desconectados da tomada. Prenúncio de fenômeno ainda mais
extraordinário: os mortos revivem - inclusive os falecidos até alguns meses
antes. De repente, eles se movem, andam, deixam as câmaras de refrigeração dos
hospitais, falam (ou balbuciam algumas palavras, como crianças) e podem ser
ouvidos arranhando a tampa de suas urnas funerárias, nos cemitérios.
O primeiro livro que li do JOHN
foi A MALDIÇÃO DE DOMARÖ. Antes disso só conhecia o autor por causa de DEIXA
ELA ENTRAR, mas não havia lido o livro, apenas assistido aos filmes, tanto o
sueco quanto o americano. Quando soube que era o mesmo autor fiquei empolgada
para ler A MALDIÇÃO DE DOMARÖ, e me surpreendi bastante com a leitura, pois o
livro foi realmente fantástico! Apesar de ter gostado muito desse primeiro
contato, tive muita relutância para solicitar MORTOS ENTRE VIVOS, isso porque o livro trata de um tema que eu detesto:
ZUMBIS.
Ok, sei que eles estão na moda e que todo mundo gosta. Até assisti algumas
temporadas de THE WALKING DEAD, mas depois perdeu a graça, é sempre a mesma
coisa: pessoas tentando sobreviver diante um apocalipse zumbi. Justamente por
isso adiei a leitura de MORTOS ENTRE
VIVOS. Não sei nem dizer a razão de ter solicitado o livro, mas acho que no
fim a curiosidade falou mais alto, e só posso dizer que me arrependo de não ter
lido antes, muito antes.
LINDQVIST apresenta uma
história de zumbis completamente diferente. Esqueçam o apocalipse, esqueçam a
frase “cérebro, cérebro, cérebro” (sempre penso isso quando alguém fala em
zumbis ¬¬). É com maestria o autor disseca esses seres, não como comedores de
cérebros, mas como reviventes que voltam em busca de seu lar.
MORTOS ENTRE VIVOS traz alguns
personagens principais, e são nesses núcleos que vamos acompanhando as dores e
vivências das famílias que velaram seus mortos e que agora os recebem de volta.
Temos uma idosa que perdeu o marido com quem foi casada por muitos anos, uma
jovem que perdeu o filho, e um pai de família que perdeu a esposa. Confesso que
a princípio pensei que estaria frente a um livro de terror, pois não vou negar
que senti medo da descrição dada para a hora em que a esposa do pai de família
acordou. A forma como o autor narrou essa passagem arrepiou até meu último fio
de cabelo, gelei, principalmente quando descreveu ou olhos dela, fato que me
fez fechar o livro e ficar observando a capa e pensando se eu iria mesmo
prosseguir com a leitura. Como já era noite, resolvi deixar quieto e continuar
de dia.
Ao retomar a leitura percebi o quanto fui tola, pois por mais que algumas
passagens do livro assustem, e elas assustam MESMO, JOHN descreve de forma tão tocante todo o drama que cerca essas
famílias, que me deixou com o coração apertado de ver o comportamento de cada
um deles frente ao “problema” dos mortos reviventes.
Uma coisa que geralmente odeio nos autores de terror é que eles costumam
ser comparados com o mestre STEPHEN KING. Não gosto desse tipo de comparação
com qualquer autor que seja, mas quando é com KING fico mais enfurecida ainda.
E JOHN sempre é comparado com o
mestre, inclusive esse livro compara-o com KING na capa. Apesar de achar essas
comparações infelizes, digo que nesse caso ela é bastante pertinente, pois a
narrativa do JOHN é tão fascinante
quanto à do KING. Sabem quando comento que o mestre tem o dom de humanizar seus
personagens? Pois é, LINDQVIST
possui esse mesmo poder. Ele penetra tanto no lado psicológico de seus
personagens e desnuda tanto eles para o leitor, que é impossível que não
tenhamos empatia imediata por qualquer deles que apareça nas páginas. Tudo o
que eles sentem, transborda das páginas, e conseguimos sentir toda a dor,
desespero e esperança que os atingem. Além disso, o autor aproveita para
tratar de questões filosóficas e sociais, o que dá um “tchans” a mais no livro.
Vi algumas pessoas criticando o final, mas achei simplesmente perfeito. Bastante
tocante, na realidade, tanto que me fez chorar.
Teria dado 4 estrelas facilmente para o MORTOS ENTRE VIVOS, mas pelo fato de o autor
tratar de um tema que detesto e fazer com que eu gostasse pra caramba, um 5 é
muito mais que merecido. Espero que a TORDESILHAS
traga outros livros do autor. Quero conferir cada um deles.
Também não gosto de zumbis, Mari. Mas esse livro parece mesmo fascinante. Espero ter oportunidade de ler. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
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