19 de setembro de 2014

RESENHA: A VIAJANTE DO TEMPO - Diana Gabaldon (Ed. Saída de Emergência)



Oi, gente!

Hoje vou falar sobre um livro que foi muito comentado nas redes sociais e que me deixou bastante curiosa com a leitura: A VIAJANTE DO TEMPO, primeiro volume da série OUTLANDER, da DIANA GABALDON, relançado pela SAÍDA DE EMERGÊNCIA.

OUTLANDER: A VIAJANTE DO TEMPO (vol.1)
DIANA GABALDON
Série: Outlander 
Editora: SAÍDA DE EMERGÊNCIA              
Ano: 2014                  
Nº págs: 800
Gênero: Romance Histórico

SINOPSE: Claire, a protagonista de A viajante do tempo é uma mulher de personalidade forte, lutando para se manter num mundo de homens violentos, que busca seu verdadeiro amor enquanto participa de importantes acontecimentos da história. Claire Beauchamp Randall foi separada de seu marido Frank pouco depois da lua-de-mel, quando ele foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Ao final do conflito, Claire e Frank se reencontram e retomam a vida que tinham em comum numa viagem a Escócia. Mas o reencontro não ocorre da forma esperada. Parece haver entre a esposa e o marido um distanciamento muito maior do que aquele causado pelos anos de guerra. Ao visitar uma antiga e mística formação de rochas, Claire finalmente vai conhecer seu destino.

A maioria deve saber que a série OUTLANDER inicialmente foi lançada no Brasil pela editora Rocco. Faz muito tempo que vejo vários blogueiros e leitores falando sobre essa série, mas por causa do alto preço nunca a coloquei na lista de leituras futuras. Com o lançamento pela SAÍDA DE EMERGÊNCIA isso mudou. Creio que muita gente que tinha curiosidade para conferir a série vai poder fazer isso agora, uma vez que a editora aplica preços muito mais baixos para seus lançamentos.

Assim como muitos, quando vi que a série seria republicada dei uma surtada, não porque a conhecia nem nada, simplesmente porque tantos falam tão bem que era a chance de conhecê-la. Como tenho parceria com a editora, não hesitei, solicitei para poder conferir, mas, infelizmente, não compartilho da opinião de que a obra é essa maravilha toda.

O começo de A VIAJANTE DO TEMPO foi bastante legal e fiquei vidrada com a leitura, mas mesmo nesse começo fiquei meio injuriada com quantidade de detalhes irrelevantes, como quando Claire resolveu descrever como escovava seus cabelos e ficou uns bons três parágrafos para fazer isso. Como gosto de livros policiais, sou fã de detalhes, mas gosto que eles sejam pertinentes a história, gosto de terminá-la com a sensação de “todos aqueles inúmeros detalhes serviram para algo”, e não foi o caso com essa passagem, pois tinha certeza de que ela não faria com que eu pensasse isso mais para frente.

Apesar de aborrecida com esses detalhes, que para mim foram desnecessários, segui com a leitura, pois a estava achando interessante e estava doida para conferir como Claire iria fazer essa viagem no tempo. Eis que tive a primeira decepção com A VIAJANTE DO TEMPO, pois não houve uma explicação para essa viagem no tempo! Claire simplesmente vai até um círculo de pedras que recebia rituais de algumas mulheres consideradas bruxas e “puff” volta no tempo! Ok, apesar de bastante frustrada, não pensei em desistir da leitura, afinal, tinha muitas e muitas páginas pela frente e também mais 7 volumes, com cerca de 800 páginas cada um. Portanto, continuei a leitura convicta de que em algum momento tal fato seria melhor explicado, já que o excesso de detalhes caracterizam a narrativa da autora.

Mas, quando se deu a passagem no tempo, fui acometida por mais uma decepção, dessa vez por parte da protagonista, que imaginei que daria uma surtada (o que seria normal) e tentaria achar respostas, mas, ao contrário disso, Claire se adaptou maravilhosamente bem ao novo ambiente e mesmo passando maus bocados não se desesperou por ter voltado no tempo... tsc, tsc, tsc.

Com tantas páginas e com tantos detalhes, imaginei uma explicação mais plausível e uma reação mais escandalosa da protagonista. Enfim... Continuei a leitura porque a quantidade de elogios é simplesmente gigante. Contudo, quanto mais avançava, mais ia ficando desgostosa com uma coisinha ou outra. Confesso: parte da culpa foi minha. Depositei uma expectativa gigante na história e imaginei algo diferente, com mais ação, aventura, mortes, batalhas, etc. Mas o que vi foi um enredo que, depois da volta no tempo, se comportou como um romance histórico comum, e foi assim que passei a ver A VIAJANTE DO TEMPO.

Não nego que o livro é MUITO BEM ambientado, que os detalhes sobre lugares, paisagens, lutas, personagens, etc, são riquíssimos e valem a pena ler. Após as decepções citadas, essas partes estavam me deixando bem satisfeita, eis que o relacionamento de Claire com Jamie começa a se desenvolver.

Sei que Jamie é o mocinho da história e deveria ser visto como herói, mas, para mim, não colou. Achei o heroísmo do sujeito exacerbado demais! Até para levar uma surra no lugar de uma garota ele se oferece. A mim, ele não pareceu um herói natural, mas sim um personagem que recebeu todos os maus tratos possíveis para que o leitor tivesse pena dele e o visse como o mocinho. Senti que foi imposto pela autora que o víssemos como o bom moço. E foi quando cheguei a um ponto que (não vou entregar qual foi) não consegui ver nada demais em Jamie, pois apesar de suas boas ações, ele era um bronco, um bruto. E se já tinha simpatizado pouco com o personagem até então, passei a suportá-lo em nível zero, a mim, ele ficou parecendo esses mocinhos “bad boys” dos New Adults de hoje. Achei algumas atitudes dele de muitíssimo mau gosto. Confesso até que pulei páginas e mais páginas que falavam das cenas tórridas entre ele e Claire, pois eram tão açucaradas que chegavam a dar enjôo.

Claro que tenho consciência de que Jamie passou por muita violência, física e psicológica, inclusive admito que uma das cenas me arrepiou e me fez realmente sentir pena do sujeito, mas não foi o suficiente para que ele caísse em minhas graças e eu mudasse de opinião em relação a ele, seu comportamento e suas atitudes.

Em relação à ambientação, fatos históricos, situações de luta, etc, posso dizer que gostei muito de A VIAJANTE DO TEMPO, mas esse “melê” todo do romance fez com que eu quisesse distância dos próximos volumes. Não tenho estômago para acompanhar mais 7 volumes de tanta paixão. A experiência valeu para poder conhecer a obra e compreender o auê em torno dela, mas não vou virar fã de forma alguma. Preciso de um bom livro policial para tirar tanto romance que está entranhado em mim.


  

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3 comentários:

  1. Nossa, Mari... Faz um tempinho quero ler essa série e estou adorando a adaptação da Starz. Admito que sua menção sobre o excesso de detalhes me deixa um pouco receosa, mas ainda quero muito ler. Enfim, ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Gabi, apesar de não ter gostado do livro, quero ver a série. Só espero que não tenha excesso de amor, éca :S

      Bjs

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  2. Mari, que pena que você não gostou. Conhecia o livro antes da Saída de Emergência relança-lo, justamente por conta dos elogios que a série recebia. Morria de vontade de ler, mas era caro demais, então também deixei pra lá. Aí quando a Saída de Emergência o relançou, dei uma de lerda e não percebi que era o mesmo livro, nem dei atenção para ele. Mas desde que percebi que era o mesmo livro, fiquei morrendo de vontade de ler de novo, mas o tamanho do livro me assusta um pouco, justamente por esse fato dos detalhes. Fico com medo de achar a história lenta demais e acabar achando chato. Mas espero gostar mais do que você, já que já vou com as expectativas mais baixas e sabendo o que esperar.

    Beijos,
    Adri - Stolen Nights

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