16 de abril de 2014

RESENHA: A QUEDA - Michael Connelly (Ed. Suma de Letras)



Oi, pessoal!

Hoje vou falar sobre A QUEDA, o último livro que a SUMA DE LETRAS lançou de um de meus autores preferidos, MICHAEL CONNELLY.

A QuedaA QUEDA
MICHAEL CONNELLY
Série: Harry Bosch (não precisa ser lida na ordem)
Editora: SUMA DE LETRAS          
Ano: 2014                  
Nº págs: 312
Gênero: Policial

SINOPSE: A três anos da aposentaria, a carreira do detetive Harry Bosch no Departamento de Polícia de Los Angeles está perto do fim. Numa manhã, ele recebe dois novos crimes para solucionar, junto com seu parceiro David Chu. No primeiro, uma prova de DNA, encontrada no pescoço de uma vítima de um crime cometido há vinte anos, indica que o criminoso era uma criança de apenas oito anos. As evidências levam Bosch a se perguntar se o caso apontaria para uma criança assassina ou se houve uma falha do laboratório de análises criminais. O segundo crime investigado não é menos instigante: um delito que tem, certamente, caráter político. O filho do vereador Irvin Irving – um antigo inimigo de Bosch – pulou ou foi empurrado da janela de um hotel de luxo. O mais surpreendente é que foi o próprio Irving quem solicitou ao Departamento de Polícia que a investigação fosse conduzida por Bosch. Em A queda, Michael Connely mantém a narrativa perspicaz e repleta de reviravoltas. Na trama, o detetive protagonista busca descobrir os indícios para solucionar os dois casos. Afinal, há três décadas, um assassino opera secretamente na cidade e uma conspiração política age no departamento de polícia corrompendo a instituição. 

O primeiro livro que li do CONNELLY foi CIDADE DOS OSSOS. Apesar de ter idolatrado o livro, o autor não tinha entrado para minha lista de “preciso ler tudo o que ele já escreveu”, mas quando a SUMA DE LETRAS passou a publicar os livros dele e me enviou REVIRAVOLTA, isso mudou. A Halime, que é quem cuida das parcerias da SUMA, me viciou no CONNELLY e fez eu querer ler cada vez mais livros dele. A empolgação foi tanta que corri para conseguir todos os livros. Demorei, mas esse ano enfim completei minha coleção. Uma vez que a coleção estava completa, era só aguardar por A QUEDA, mais um livro do autor com o detetive Harry Bosch como protagonista.

Bosch é o tipo de detetive que adoro: destemido, sem papas na língua, não se dobra aos superiores, não se converte ao alto escalão e não deixa que os poderosos que comandam a cidade dite regras em sua investigação. Além disso, tem um pensamento ágil, língua ferina e sempre tem uma pergunta jamais imaginada na cabeça. Adoro seu modo de investigar e se doar para cada caso. Para ele, “todo mundo importa ou ninguém importa”, o detetive não faz diferença, não estabelece prioridades e tenta manter todas as investigações em que trabalha em um mesmo nível.

Em A QUEDA, ele vai tentar descobrir sobre o suposto suicídio do filho de um importante vereador, e também sobre um assassinato, ocorrido há quase 20 anos, onde o DNA de um homem, agora com 29 anos foi encontrado. Façam as contas... Será que esse homem foi uma criança assassina?

Não sei dizer qual das duas vertentes me atraiu mais na leitura. Adoro livros policiais que envolvem políticos, suas sujeiras, tramóias e corrupções. Não bastando, essa vertente também nos insere nas sujeiras da polícia, que guarda segredos e rancores. A situação é muito instigante e ficamos sem saber qual é o jogo do vereador. Na verdade, a situação toda é tão interessante que quando chegamos ao final ficamos estarrecidos com algumas revelações e motivos.

Do outro lado, temos Bosch investigando o rapaz que aparentemente assassinou uma moça de 19 anos quando tinha apenas 8. A investigação de Bosch leva o leitor a uma realidade bastante triste de pedofilia e abusos físicos e sexuais. Fiquei tensa em muitas passagens, principalmente quando o enredo caminha para o desvendar de toda situação, quando provas e mais provas são encontradas. As descrições de fotos, vídeos e do conteúdo que continham é verdadeiramente repugnante e assustador, e faz o leitor refletir sobre o mal, que inclusive é uma questão bastante abordada no livro.

Um ponto bem interessante na leitura é que as duas investigações são paralelas mesmo, não existe aquela coisa da conexão final que geralmente acontece nos livros policiais, mas CONNELLY deixa claro desde o começo que Bosch estará investigando dois crimes que nada tem a ver, mas, ainda assim, é incrível como o autor conduz a narrativa de modo unificado. As linhas investigativas estão sempre mescladas dentro de uma e outra história, Bosch está sempre dando atenção as duas ao mesmo tempo, deixando o leitor ávido por mais a cada página.

Além desses dois crimes, CONNELLY também explora de forma brilhante a vida pessoal de Bosch: o relacionamento com a filha adolescente, após a morte da ex-esposa, se desenvolve de forma ótima, pois ela é uma jovem compreensiva, que dá força, apóia o pai, e tem muito orgulho dele, sem contar que um dia também pretende ser detetive, então é completamente prazeroso ver esse relacionamento dos dois, ainda mais quando o pai já vai dando dicas e ajudando a filha na profissão que ela escolheu. CONNELLY também resolveu inserir um novo amor na vida de Bosch, uma mulher fantástica, mas com um problema familiar muito sério. Ainda não deu para saber se será um relacionamento que irá para frente, acredito que no próximo volume será mais desenvolvido.   


Confesso que A QUEDA não é um dos melhores livros do CONNELLY, mas é fascinante mesmo assim. Gostei muito da leitura, mas achei que faltou dar umas retomadas no passado de Bosch para relembrar alguns pontos de sua personalidade, mas, tirando isso, ADOREI, como adoro tudo que CONNELLY escreve. Leiam logo!



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3 comentários:

  1. Mais um autor que preciso conferir. Bom saber que todos os livros tem excelente qualidade. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Oi Mari! Nossa, com tanto de história assim em um livro só, como ele fez para o livro não ficar completamente confuso? rs. A história parece ótima, me deixou completamente curiosa.
    Mas fui olhar, e esse é o décimo quinto livro da série :/. Por que eu insisto em querer lê-los na ordem? rs. O primeiro livro da série é Cidade dos Ossos? Não consegui descobrir certinho. Mas esse parece ter bastante história pessoal do personagem, né? Daquela que vai acompanhando pela série, então é bom ler na ordem. Um dia eu consigo rs.
    Adorei, acho que nunca li um livro em que tivessem dois casos totalmente paralelos, normalmente acaba sempre um colaborando com o outro e vendo pontos em comum. Fiquei curiosa para ver como o autor consegue colocar isso, vou ver se consigo os primeiros livros da série.

    Beijos,
    Adri Brust
    http://stolenights.blogspot.com

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    Respostas
    1. Oi, Adri.

      Vou confessar que não sei a ordem dos livros do Connelly e nem tento ler na ordem, mesmo porque, alguns livros foram lançados antigamente e nunca foram republicados... Se deixarmos para ler na ordem, não vamos ler nunca, hahahaha.

      Mas é sério mesmo, não precisa ler na ordem e todos eles são ótimos.

      Bjs

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