Oi, gente.
Quase nunca posto
resenha aos sábados, mas hoje vou abrir uma exceção porque preciso muito
desabafar sobre PRIMEIRO AMOR do JAMES PATTERSON, lançado pela editora NOVO CONCEITO.
JAMES PATTERSON
Editora: NOVO CONCEITO
Nº págs: 240
Gênero: Drama, Romance, New Adult
SINOPSE: Axi Moore é uma garota certinha, estudiosa, bem comportada e boa filha. Mas
o que ela mais quer é fugir de tudo isso e deixar para trás as lembranças
tristes de um lar despedaçado. A única pessoa em quem ela pode confiar é seu
melhor amigo, Robinson. Ele é também o grande amor de sua vida, só que ainda
não sabe disso. Quando Axi convida Robinson para fazer uma viagem pelo país,
está quebrando as regras pela primeira vez. Uma jornada que parecia prometer
apenas diversão e cumplicidade aos poucos transforma a vida dos dois jovens
para sempre. De aventureiros, eles se tornam fugitivos. De amigos, se tornam
namorados. Cada um deles, em silêncio, sabe que sua primeira viagem pode ser
também a última, e Axi precisa aceitar que de certas coisas, como do destino, não
há como fugir. Comovente e baseado na própria vida do autor, este livro mostra
que, por mais puro e inocente que seja, o primeiro amor pode mudar o resto de
nossas vidas.
Quem acompanha o
blog, sabe que vivo uma relação de amor e ódio com JAMES PATTERSON. Alguns de seus livros me deixam completamente
extasiadas, enquanto que outros me fazem mergulhar em uma profunda revolta de
“Por que raios ele escreveu isso?” Infelizmente, PRIMEIRO AMOR, é um desses livros que não consigo entender a razão
de ter sido escrito.
Ok, confesso
que tenho birra do gênero New Adult e
não consigo gostar dos absurdos deveras fantasiosos e o excesso de amor desses
livros, contudo, apesar de PRIMEIRO AMOR
contar com protagonistas adolescentes, pensei estar diante de um drama, um
drama lindo e emocionante que arrancaria muitas lágrimas, da mesma forma que PATTERSON conseguiu fazer com O DIÁRIO
DE SUZANA PARA NICOLAS. Porém, PRIMEIRO
AMOR começa de forma absurda e nada verossímil, e só piora até chegar ao
final, completamente previsível.
A história começa
com a fuga de Axi e Robinson, seu amigo. Axi e o pai foram abandonados pela mãe
depois que a irmã mais nova morreu de câncer. O pai então se tornou alcoólatra
e distante da filha. Eu até poderia aceitar essas informações, não fosse o fato
de mais para frente ficarmos sabendo que Axi também teve um grave problema de
saúde. Que mãe e que pai ficariam alheios a isso? Que mãe abandonaria uma filha
doente por que a outra faleceu? Que pai mergulharia no álcool sabendo que a
filha que está sob seu teto poderia ter um fim trágico também? Desculpem, mas,
para mim, não faz sentido algum! O fato de retirar os pais da história é apenas
uma desculpa, muito batida, para poder desenvolver o enredo com os
protagonistas sem ter preocupação com os personagens secundários, sem ter que
criar uma história plenamente verossímil, com drama e sofrimento atingindo a
todos e mostrando esses pontos de vista. Afastar os pais é apenas mais um
recurso para não ocupar o autor com um desenvolvimento pleno e interessante dos
fatos.
Enfim... Axi e Rob
resolvem fugir de casa. Impressionante como que aos 16 e 17 anos todas as
decisões parecem fáceis. Eles roubam moto, carros, e tudo bem, vão viver uma
aventura. Sim! Assim como você também senti uma tremenda semelhança com ENTRE O
AGORA E O NUNCA (que ODIEI). Mocinha resolve fugir de casa, encontra rapaz e se
apaixonam perdidamente. A diferença em PRIMEIRO
AMOR é que a mocinha e o rapaz já se conheciam, já eram amigos, mas é
também durante a viagem que se apaixonam perdidamente. #CópiaDescaradaParteI.
Assim sendo, o
insosso casalzinho passa a contar a aventura. Os lugares que passaram, as
situações que viveram, e blá, blá, blá. Então somos inseridos na parte dois do
livro. Parte que pensei que iria salvar a narrativa, pois tudo indicava que
teríamos uma hiper carga de drama. Fiquei preparada para as lágrimas, pois ainda não
conseguia tirar O DIÁRIO DE SUZANA PARA NICOLAS da cabeça. Mas, de repente, a história
começou a se desenvolver e me surpreender pela tamanha cara de pau dos autores
em inserir uma #CópiaDescaradaParteII
de A CULPA É DAS ESTRELAS.
PATTERSON, por favor, câncer é uma doença séria,
é um assunto sério! Cada caso é um caso, cada paciente tem suas peculiaridades,
e cada vez que um autor quer contar sobre isso pode fazê-lo de forma linda,
magnânima, diferente e singular. Mas não, para que ter trabalho de pesquisar e
elaborar, não é mesmo? Mais fácil dar uma de GREEN e mudar só algumas coisas
para fazer o leitor de bobo.
Aliás, bobo é
pouco, senti como se o autor me chamasse de estúpida por apresentar tantas
coisas tão semelhantes a outros livros, e por, mais uma vez, retirar
personagens importantes para não ter que desenvolver sua história. Dessa vez
não falo dos pais de Axi, e sim dos pais de Rob. Não vou contar aqui para não
estragar a “surpresa” de quem vai ler, mas pelo amor de Deus!, até parece que
os pais de um garoto de 17 anos, em período de recuperação, iriam deixá-lo tomar
as rédeas da própria vida, escolher com quem morar, onde morar e ser tão
distante da família! E tudo isso por amor a uma garota! É por isso que sempre
falo que ODEIO New Adult. Odeio essa
sublimação do amor, essa visão de que o ser amado é maior e mais importante que
tudo, inclusive da família.
Já que PATTERSON pensou que era GREEN, podia
ter se espelhado no comportamento da família de Hazel, ou poderia ainda ter
tomado outros livros com jovens com câncer como base: UM AMOR PARA RECORDAR, A
GUARDIÃ DA MINHA IRMÃ, livros bem estruturados, que percebemos não terem sido
escrito às pressas, e que contam com a família dos pacientes apoiando-os de
forma incondicional e lhes dando o amor necessário. Ter essa doença em idade
adulta já não é fácil, imagina na adolescência! E imaginem a reação dos pais de
adolescentes com essa doença! Nenhum teria as atitudes que PATTERSON descreveu em PRIMEIRO
AMOR, aliás, não descreveu, simplesmente descartou os personagens do enredo
porque ficou com preguiça de escrever algo mais elaborado e inteligente.
A meu ver, PATTERSON abordou um assunto muito
complexo de forma totalmente superficial. O autor poderia ter optado por
escrever apenas mais um NA de
melhores amigos que se apaixonam, ou poderia deixar a preguiça de lado e
escrever um livro realmente significativo e importante sobre uma doença que
dilacera não apenas o paciente, mas também os familiares. Talvez, apenas quem
teve alguém próximo na família com essa doença entenderá a critica que estou
fazendo aqui e perceberá que PATTERSON tratou
do assunto de forma completamente simplória, sem dar ênfase alguma ao que é
realmente importante em histórias como essa.
Apesar de ter
DETESTADO a abordagem que o autor optou por fazer do tema, não irei parar de
ler seus livros, pois ALGUNS dos policiais são realmente muito bons, mas que
minha decepção com o autor vem se tornando enorme, isso não nego. Não nego também
que PRIMEIRO AMOR entrou para minha
lista de livros odiados. Acho que é hora do PATTERSON perceber que já está bastante rico e que não precisa
lanças 20 livros por mês, um BEM ESCRITO por ano seria suficiente para saciar
os fãs.
Nossa, estou com esse livro aqui para ler, mas depois de ler a tua resenha vou deixar ele lá para o fim da pilha de livros haha
ResponderExcluirBeijos.
http://www.garotadolivro.com/
Quando a sinopse diz que o casal começa a fugir achei que tinham sido testemunhas de um crime e sofriam ameaças ou coisa assim, mas pelo visto não tem nada disso. Uma pena ter tanto plágio e decepção. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Eu comprei esse livro só pra manter a coleção completa, já que tenho todos os livros dele. Exatamente pq leio Patterson há milhões de anos, os novos lançamentos me decepcionam muito. Os livros antigos são muito melhores! O problema é que ele virou uma marca, é impossível manter a mesma narrativa de qualidade lançando uma dezena de livros por ano.
ResponderExcluirO James Patterson me decepcionou de uma forma tão grande com Bruxos e Bruxas que decidi não ler mais livros lançamentos dele, apenas os que já são conhecidos e bem avaliados pelo público. Esse lance de escrita colaborativa é uma forma péssima porque nem sempre os escritores escolhidos para concluir o livro são bons!
ResponderExcluirMeu Filme virou Livro
Oi Mari! Acredita que nunca li nada do James Patterson? Apesar de gostar das sinopses dos livros policiais dele, nunca li. Não tinha me interessado por esse livro antes, e agora mesmo que não quero mais ler rs. Não fazia ideia que o livro ia por esse lado. Acho que o autor podia se manter nos livros policiais (ele tentou ir pra um lado com Bruxos e Bruxas e decepcionou bastante, agora com esse também não deu certo, é melhor ficar nos policiais mesmo, que pelo menos ele tem ideia do que está fazendo), e, como você disse, escrevendo com mais calma e pesquisa. Adorei sua resenha, bem honesta rs.
ResponderExcluirBeijos,
Adri Brust
http://stolenights.blogspot.com
Oi, Mari. Adorei a resenha. Não sei o que anda acontecendo com o James Patterson, eu tenho alguns livros dele lançados pela Arqueiro que são incríveis e realmente instigantes, no entanto, desde que li Bruxos e Bruxas e abandonei O Dom, por achar extremamente bobo e sem nexo, resolvi parar de ler os livros dele que estão no catalogo da NC, ou que fujam do romance policial. É uma pena que um autor tão renomado suje seu nome por querer vender mais do que já vende.
ResponderExcluirInté mais,
Pedro S.
De Cara Nas Letras
Eu tenho um pé atrás com o autor porque de três livros dele, 1 eu gostei, 1 eu odiei e 1 eu achei meia boca. De verdade, não sei se terei coragem de ler outro livro dele não... Sei que os policiais tem uma boa leva, mas a partir de agora serei bem cuidadosa com o que vou escolher. Sobre esse livro em especial, já não gostei por tratar de maneira tão banal o câncer. Meu pai e minha mãe sofrem com essa doença e não há nada de romântico nela. Todo mundo sofre, não só o doente. Infelizmente o que mais vejo na literatura atual é o uso da doença como forma de acrescentar certa carga dramática no enredo, por isso só evito. Não estou a fim de me estressar com a ignorância de certos autores. ¬¬
ResponderExcluirBeijos,
Isa | http://www.mundodoslivros.com/
Outro livro de parceria do Patterson + fulano. Estou começando a achar que o problema é o "fulano". Será que só leva o nome dele, mas ele não escreve nada? Se bem que como infantojuvenil o Carlos gosta de Bruxos e Bruxas, mas bem infanto mesmo.
ResponderExcluirAcho que a Arqueiro ficou com os bons do Patterson e o restante ficou com os da NC, infelizmente. u.u