11 de abril de 2014

RESENHA: CORVO NEGRO - Ann Cleeves (Ed. Record)



Oi, gente!

Para fechar a semana vou apresentar mais uma resenha de livro policial, dessa vez de CORVO NEGRO da ANN CLEEVES, lançado pela editora RECORD.

Corvo NegroCORVO NEGRO
ANN CLEEVES
Editora: RECORD              
Ano: 2014                  
Nº págs: 352
Gênero: Policial, Suspense

SINOPSE: Quando um de seus professores propõe à turma um trabalho sobre a região em que vivem, na Escócia, Catherine Ross decide fazer um documentário para mostrar os costumes locais. Porém, alguns dias depois, seu corpo é encontrado na neve. Todas as evidências logo apontam para Magnus Tait, um ancião que tem como única companhia um corvo e que, anos antes, foi acusado de matar a jovem Catriona Bruce. Mas ao procurar pelo documentário, o investigador Perez descobre que ele desapareceu. Agora, além de entender a conexão entre os crimes, ele precisará desvendar os segredos revelados pelo primeiro e único filme de Catherine Ross. 

CORVO NEGRO é o tipo de livro que, com sua sinopse, atrai qualquer leitor, seja ele fã, ou não, de livros policiais. Fiquei completamente fascinada imaginando o grandioso enredo que CLEEVES havia criado, e assim que o livro chegou corri para ler, contudo, infelizmente, não correspondeu minhas expectativas L

Veja bem, CORVO NEGRO é um bom livro, mas nada que me deixou assoberbada ou com vontade de devorá-lo. Na capa consta a frase do The New York TimesDe arrepiar... De congelar o sangue nas veias”. Diante de uma frase tão impactante, pensei que estaria diante de um suspense incrível, desses que além de nos matar de curiosidade, também nos mata de agonia e medo, pois, com essa frase, imaginei alguma coisa mais macabra, mais sinistra, principalmente envolvendo o modo de matar.

O livro conta com duas mortes: a de Catriona, anos atrás, e a de Catherine, atualmente. Apesar de a primeira morte ter sido mais “pesada” e a desova do corpo também, ainda assim não consegui me sentir fisgada por essa aura medonha que a frase do Times fez parecer que o livro tinha. Quanto à segunda morte, foi bastante pífia. Nada demais, nada de novidade, nada de singular, nada que pudesse deixar o leitor ávido por mais.

A narrativa de CLEEVES é bastante fluida, contudo, algumas vezes a achei perdida. Parece que muitas páginas foram preenchidas com a finalidade de aumentar o livro, pois foram informações totalmente descartáveis. Gosto daqueles livros policiais que temos que ler com absoluta atenção porque sentimos que qualquer vírgula que deixemos passar pode modificar toda a perspectiva do crime, nesses livros TUDO o que envolve o enredo parece ser importante, e de fato é, mas não consegui ter essa mesma impressão e nem dar a mesma importância para as palavras de CLEEVES, simplesmente porque achei muito do que ela apresentou completamente desnecessário. Quando, em um livro policial, um autor vai inserindo tantos personagens, como ANN fez, imaginamos que eles estão ali para formar um tipo de conexão, mas enquanto alguns personagens foram inseridos apenas para jogar mais um suspeito em cena, outros, nem sei dizer para que apareceram, uma vez que toda sua vida foi exposta, mas que logo ficou claro que essa pessoa não tinha nada a ver com os crimes, ou seja, apareceram para preencher páginas. Contudo, crédito seja dado, CLEEVES desenvolve muito bem os personagens importantes da trama e apresenta informações verdadeiramente significativas a respeito deles.

Como disse acima, o primeiro assassinato, o de Catriona, foi interessante, teve uma boa explicação e deu para entender as motivações que levaram alguns personagens a agir como agiram. Gostei muito do que foi apresentado nessa parte e do misto de sentimentos que a autora desencadeou em mim: raiva, solidariedade, compreensão, compaixão, pena e horror (não no sentido de medo). Já o desenvolvimento e motivação do segundo crime, achei previsível. Acredito que isso tenha acontecido pelo fato de a autora ter explorado tão bem a vítima. Catherine foi tão desnudada para o leitor, que teve tanto conhecimento de sua personalidade, que só havia um MOTIVO pelo qual a garota poderia ter sido assassinada, e, diante desse motivo, só haveria uma pessoa que poderia tê-la matado.

Apesar de não ter achado CORVO NEGRO um dos livros policiais mais atraentes que já li, pretendo continuar lendo a série, pois gostei da forma como CLEEVES apresentou Perez, seu detetive. Gostei do fato de ele ser um homem comedido, totalmente voltado a razão, com bastante percepção do que se passa a seu redor, e principalmente, um policial que não se deixa convencer pela primeira opinião ou possibilidade que lhe aparece.

Para mim, CORVO NEGRO foi um livro mediano, mas que espero grandes melhorias do próximo volume em diante. 


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2 comentários:

  1. Também achei que era um livro daqueles. Uma pena saber que não, mas pelo menos pode ser avaliado como bom. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Oi Mari! Quando li a sinopse dele agora, não tinha pensado em ler, porque achei que ia morrer de medo (apesar de amar livros policiais, sou medrosa rs). Mas, pelo que você disse, ele não é tão assustador assim. Fiquei curiosa, mesmo você não tendo gostado tanto. Acho que devo gostar mais, até porque já não vou começá-lo com as expectativas tão altas, né? Adorei a resenha.

    Beijos,
    Adri Brust
    Stolen Nights

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