RESENHA + SORTEIO: O SONO E A MORTE - A.J. Kazinski (Ed. Tordesilhas)

Oi, gente!

Hoje vou falar sobre um livro policial que estava aguardando com uma ansiedade que estava me corroendo: O SONO E A MORTE da dupla dinamarquesa que escreve sob o pseudônimo de A.J. KAZINSKI, e que foi lançado mês passado pela editora TORDESILHAS.

O SONO E A MORTE

A.J. KAZINSKI

Editora: TORDESILHAS              

Ano: 2014                  

Nº págs: 464

Gênero: Policial  

SINOPSE: Em O sono e a morte, o herói Niels Bentzon, negociador da polícia, está de volta. Uma noite ele é chamado para intermediar o caso de uma mulher que ameaça se jogar de uma ponte de Copenhague. Quando chega ao local, Niels percebe algo estranho na situação. A mulher está nua e drogada, olhando para a multidão que a observa. Mais do que perturbada, ela parece aterrorizada. Apesar dos esforços de Niels, o desfecho é trágico. Os policiais tratam a ocorrência como um suicídio comum, mas Niels sente que ocaso é diferente. Na autópsia surgea primeira reviravolta. Havia água no pulmão e marcas de desfibrilador no corpo da mulher. Antes de pular da ponte, ela havia sido afogada e ressuscitada. Com poucas pistas, Niels começa uma caçada ao responsável por aquela morte. No caminho, encontrará pessoas dispostas a acabar com a sua vida para evitar que ele descubra a verdade. Com ritmo dinâmico, tensão crescente e personagens marcantes. O SONO E A MORTE traz ainda o toque especial da escrita de A. J. Kazinski: uma reflexão sobre questões que não poderiam ser mais humanas – a vida, a morte, a responsabilidade sobre nossas próprias escolhas.

Um dos livros que li quando a parceria com a TORDESILHAS foi firmada foi O ÚLTIMO HOMEM BOM, o primeiro livro da dupla e o primeiro livro com o investigador Niels Bentzon. A escrita super acelerada, as diversas cenas de ação, e a mistura de ciência e religião, fizeram com que os autores ganhassem imediatamente uma nova fã, por isso, quando a TORDESILHAS anunciou o lançamento de O SONO E A MORTE, já estava praticamente roendo todas as unhas das mãos.

Bem verdade é que após começar a leitura temi uma decepção. O começo foi extremamente lento e Hannah, a personagem do livro anterior que havia me conquistado, estava prestes a afundar com a narrativa. Isso porque em O ÚLTIMO HOMEM BOM ela se mostrou uma mulher fascinante e genial. Não fosse por ela, Niels jamais teria chegado a algum lugar em sua investigação. O problema é que em O SONO E A MORTE, a personagem parecia outra. Seu brilho se apagou e ela se tornou uma mulher extremamente melancólica. Isso ocorreu devido a uma gravidez, que deixou a personagem em dúvida se deveria seguir com ela ou fazer um aborto. O medo de Hannah em por a criança no mundo realmente foi bem fundamentado, mesmo quem não leu o livro anterior vai compreender a situação dela nesse livro, o problema é que ela sempre foi tão prática, tão racional, que me causou uma estranheza enorme vê-la se entregando ao desespero de uma decisão. Praticamente toda a participação da personagem girou em torno disso.

Outro ponto que tornou a leitura cansada no início foi o suposto suicídio de uma bailarina que Niels começou a investigar. Demorou muito até que seus superiores aceitassem o fato de que não havia sido um suicídio comum e dessem carta branca para que ele investigasse. Porém, por mais que ele prosseguia na investigação e outros corpos apareciam, tudo continuava parecendo monótono para mim.

Já não bastando essas duas vertentes, temos uma personagem, uma adolescente, que está em um hospital psiquiátrico, traumatizada por causa da morte da mãe. Aos 5 anos de idade ela presenciou a morte, mas parou de falar porque a polícia nunca conseguiu encontrar o assassino da mãe. Seu pai é um médico que trata o distúrbio do sono e a única pessoa que ainda não desistiu das possibilidades de a menina, um dia, sair do mutismo.

O fato é que eu lia, lia, lia essas três premissas e parecia que elas ficariam eternamente difusas nas páginas do livro. Parecia não haver forma de  se cruzarem e por muitas páginas prossegui pensando que o livro me decepcionaria. Mas a morosidade que se estendeu por tantas páginas passou em um piscar de olhos e tudo ganhou um ritmo bastante acelerado e dinâmico, tornando-se assim um verdadeiro romance policial.

Quando foi revelado o personagem que estava cometendo os assassinatos fiquei surpresa. Não pela revelação, mas pela divulgação naquele momento da história, pois ainda faltavam muitas páginas para o final. Então, em cenas emocionantes de muita ação, cada vez mais esclarecimentos foram feitos: as razões do assassino, o que o assombrava, o lado humano dele, etc. Partes que pareciam perdidas e inofensivas no enredo, passaram a fazer sentido, como a morte da mãe da garota, o motivo de ela ter parado de falar, as razões de seu trauma, etc. Essa foi uma das melhores partes do livro, com capacidade de chocar o leitor e ao mesmo tempo deixá-lo penalizado com a situação da adolescente.

Nesse momento, o livro já tinha me conquistado e eu havia deixado o sentimento de decepção para trás. Não bastando toda a fantástica reviravolta, para meu total orgulho e satisfação, Hannah voltou a seu normal, tornando-se novamente aquela personagem brilhante e com inteligência superior.

Em O SONO E A MORTE, temos também uma importante figura arquitetônica explorada e um balé. Quando cheguei ao final, fiquei estarrecida em ver que ao autores realmente conseguiram ligar tudo de forma magistral. Eram MUITOS elementos para conseguir fazer com que se ajustassem tão bem e não se tornassem dispersos em algum momento, e eles conseguiram o que parecia impossível!

O SONO E A MORTE pode não ter começado com um ritmo frenético, mas do meio em diante mostrou-se arrebatador, e com um final nada menos que espetacular. Já posso entrar novamente em desespero desejando mais um livro da série! <3

  

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