3 de agosto de 2015

RESENHA: A FOFA DO TERCEIRO ANDAR - Cléo Busatto (Ed. Galera Júnior)



Boa noite, pessoal.

Durante essa semana teremos várias resenhas da GALERA RECORD, e hoje vou falar sobre um livro que saiu pela GALERA JÚNIOR: A FOFA DO TERCEIRO ANDAR, da CLÉO BUSATTO.

A Fofa do Terceiro AndarA FOFA DO TERCEIRO ANDAR
CLÉO BUSATTO
Editora: GALERA JÚNIOR              
Ano: 2015
Nº págs: 144
Gênero: Drama



SINOPSE: A fofa do terceiro andar é a história de Ana, uma menina acima do peso, mas cheia de opinião, que se muda para uma escola nova, começa a sofrer bullying dos colegas e acaba desenvolvendo uma depressão. Quando o ano recomeça, ela muda de turma e conhece um menino que não se importa com o peso dela e eles começam a namorar. A família dele é meio hippie e ele ensina a ela que, mesmo fora dos padrões ela é bonita.



Quando li a sinopse de A FOFA DO TERCEIRO ANDAR fiquei bastante interessada, principalmente por ser voltado para o público infantil. São muitas as reportagens que passam sobre a obesidade infantil e acho que devemos estar sempre alertas para ver quando o caso se torna grave. Diante disso, pensei que A FOFA DO TERCEIRO ANDAR seria uma leitura enriquecedora, mas não foi.

O começo foi, sim, bastante atrativo. Ana foi uma protagonista que me atraiu e fez com que eu sentisse a dor que ela sentia com as “brincadeirinhas” idiotas de seus colegas. Isso porque ela descreve minuciosamente cada uma das situações constrangedoras que passa e o quanto isso a magoou em determinados momentos. Porém, imaginei que a história teria uma evolução, mas tive a sensação de não sair disso.

Ana amadurece e resolve mudar, mas vira e mexe a autora fica batendo na mesma tecla do peso, mesmo quando Ana já tem novos hábitos e passa por novas experiências. O problema é que com toda essa repetição, pareceu que a garota não estava mudando para agradar a si mesma, mas sim para provar para os outros que poderia se enquadrar no “padrão” ditado por eles. Creio que, se durante essa transição de Ana, BUSATTO tivesse focado menos no peso de antes e no sentimento de antes, ficaria mais verossímil que a personagem estava mudando por si mesma. A sensação que tive foi a de que mesmo com a mudança, Ana continuou carregando uma mágoa grande dentro de si, e foi a parte em que o livro me incomodou, pois eu, enquanto adulta, sei que o bullying é algo que fica permanentemente na cabeça de quem o sofre e que vira e mexe acontece alguma coisa que nos faz lembrar dele, mas aí fico desgostosa com a leitura por saber que esse é um livro juvenil, e que talvez ele passe a imagem que tal sofrimento marca tanto que não se esquece, e não sei, acho sempre importante fazer com que a criança e o adolescente, principalmente, não fiquem remoendo o que lhes traz dor, mas a repetição da autora me fez achar que Ana passou o tempo todo remoendo, remoendo e remoendo as tristezas que a afligiram.


Não vou mentir, não gostei do livro por causa da eterna repetição e esperava uma história melhor de A FOFA DO TERCEIRO ANDAR. Na verdade, esperava duas coisas do livro: ou que fosse uma história de modificação de hábitos, como até se mostrou, mas bem abaixo do que eu pensava, ou que Ana fosse o tipo de gordinha feliz que dava um “cala-te boca!” em todo mundo e mostrava que essa cultura a magreza é algo ridículo, que sim, a obesidade  é algo grave, mas que se deve sempre buscar um meio termo. E digo isso por já ter sido uma gordinha feliz. MUITO feliz, na verdade. (Não que hoje não seja, mas confesso que quando gordinha me achava linda, maravilhosa, uma gostosura com um big bumbum, e que só fui atrás de emagrecer porque um dia, subindo uma rampa na faculdade, passei muito mal, muito mal mesmo, tive taquicardia, queda de pressão, falta de ar e quase desmaiei, foi só quando cheguei nesse estado que percebi que tinha um problema, pois eu havia engordado 17kg em menos de 5 meses e todos comentavam minha mudança de peso, que eu mesma não enxergava, pois como disse, achava que era um ARRASO, rs. Depois disso voltei a ter hábitos mais saudáveis e perdi o peso ganho, perdi também a tal bunda, que hoje eu olho e pergunto: “amiga, você existe aí?”). Enfim, imaginei que Ana seria a personagem que ensinaria o equilíbrio, o meio termo, o que ela realmente faz, mas gostaria que ela tivesse passado essa lição de vida sem mostrar que até chegar a essa mudança e grau de amadurecimento, tivesse ficado tão magoada, pois ficou parecendo que as lembranças ruins a acompanhariam por toda a vida. Mas creio que esse é aquele tipo de livro que cada um tem que ler para poder tirar as próprias lições e conclusões ;)


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11 comentários:

  1. Fiquei bastante interessada nesse livro, mais pelo fato do porquê da resenha ter sido mais "negativa" do que por outra coisa. É muito importante os autores terem consciência do público para que eles escrevem, porque, querendo ou não, influência muito, ainda mais na fase juvenil em que muitos procuram os livros como salvação. Também já fui bem gordinha, mas não me achava um arraso e não sofria bullying na escola por isso, mas os padrões de beleza midiáticos me pressionavam, a minha fuga foi os livros.
    Beijos.
    Boa Semana.

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  2. Fiquei querendo ler esse livro depois de ler uma resenha dele e quando tiver a oportunidade vou ler. O que mais me chamou a atenção é o fato de mostrar como as pessoas gordas são criticadas, como elas se sentem, e também nos ensinar que ser magro não é ser sempre bonito ou perfeito e que ser gordo não é ser feio, adoro livros que falem de preconceitos, pois nos faz pensar em como tal pessoa se sentiria se fizéssemos isso com ela, nos conscientiza. Bjus.

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  3. Oi Mari!
    Já tem algum tempo que eu vi a capa do livro e li a sinopse e me interessei. Mas depois de sua resenha não sei se vou ler. Acho que muito provavelmente não.
    Acho que as pessoas tem que pensar mais como você, não é porque uma pessoa é gordinha que ela não possa ser feliz.
    (E sim, sua amiga muito provavelmente ainda está ai kkkkkkkk)
    Beijos!

    umlugarparaleresonhar.blogspot.com

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  4. Mari!
    Tinha a maior vontade de ler esse livro, mas agora me decepcionei.
    Achei também que seria uma história de superação e reviravolta, pelo visto, me enganei.
    Também sou gordinha feliz, mesmo tendo emagrecido 25kg em dois anos por causa de uma úlcera, ainda sou gordinha e bem feliz, não me incomoda ser gorda, nunca me incomodei, porém temos de melhorar por causa da saúde e achei que encontraria isso no livro, o que não acontece, uma pena!
    “Exige muito de ti e espera pouco dos outros. Assim, evitarás muitos aborrecimentos.” (Confúcio)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  5. O livro me chamou a atenção, porém nada que me deixasse louca para ele. Confesso que agora perdi a vontade de ler.
    Acho que por ser um infanto-juvenil a autora poderia ter mudado esse remoer da Ana para uma mensagem mais forte de superação e tal.

    Bjs,
    http://garotasdepapel.blogspot.com.br

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  6. Apesar do livro conter essa repetição, que é bastante chata, eu adorei o livro. Adorei saber que ele aborda um assunto muito importante para todos, não só para quem sofre de obesidade infantil. Acredito que o livro é bastante reflexivo. Adorei a resenha!

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  7. Já sofri muito bullying e me identifico bastante com livros sobre o assunto. Pela sinopse esperava mais desse livro, sua resenha me desanimou um pouco. Mas ainda assim quero ler.

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  8. O livro aborda um tema legal, o nome do livro já chama a atenção (A FOFA DO TERCEIRO ANDAR ), porem é muito chato, quando você coloca uma expectativa muito grande e depois fica trite por não ter constatado que o livro era como imaginado, eu sinceramente fiquei com muita vontade de lê esse livro. Gostei da resenha ! :)

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  9. Achei a capa legal, mas o tipo de livro não me chamou muita atenção. E se nem é tão bom não vou ler pelo jeito. Talvez seja o caso de depender de cada pessoa, no entanto passo...

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  10. Olá. Achei a premissa de A fofa do terceiro andar bem interessante, por abordar a temática do bulling, é uma pena, pelo que vc disse, que a menina não esqueça o que aconteceu, mas entendo pq as pessoas são diferentes, sentem de modo diferente e isso acaba afetando de modo diverso cada um, mas concordo que ela deveria tentar mudar por si mesma, não pelas opiniões dos outros

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  11. Nossa, tinha me interessado, mas mudei de ideia.

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