Boa noite, pessoal.
Durante essa semana, até quinta-feira, vocês irão conferir resenhas dos
últimos lançamentos da NOVO CONCEITO.
E hoje vou falar sobre EU TE DAREI O SOL
da JANDY NELSON.
JANDY NELSON
Editora: BERTRAND BRASIL
Nº págs: 384
Gênero: Drama, Romance
SINOPSE: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que
acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da
Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram
definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos
lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado
em perspectivas e tempos diferentes, EU TE DAREI O SOL é o livro mais
desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais
têm o poder de nos machucar.
É difícil falar desse livro porque até a página 200 estava babando ovo
nele, achando um dos melhores que eu tinha lido esse ano e estava com o coração
na mão diante tantos acontecimentos e tantos aspectos importantes da
adolescência que a autora abordou. Mas foi a partir dessa página que meu
interesse foi por água... Explico.
No início, NELSON explorou a
relação de irmãos gêmeos de Noah e Jude de forma magnífica e intensa, o que fez
meu pobre coração se retorcer com o afastamento dos gêmeos e ficar com uma
grande mágoa de Jude, que desde o começo não estava sendo uma personagem tão
completa e profunda quando Noah, que é o que eu chamaria de personagem
perfeito, aquele que tem muitos conflitos internos, mas tem sua forma de
exteriorizá-lo, aquele que sofre calado com as injustiças, mas que por dentro
continua sendo um ser humano bom, ou quase bom, pois às vezes ele dá uma
pisadinha na bola ou comete algum ato de vingancinha, mas tudo dentro dos
conformes. Já Jude, em determinado ponto da trama se mostra completamente fútil e
superficial, e em outro mostrar-se alguém focada e cheia de dor. O que me incomodou
em relação à Jude foi que a mudança foi brusca, enquanto que com Noah foi
gradual, com isso, consegui me aproximar mais do personagem, de suas angústias,
medos e temores. Já com Jude, passei a sentir que eu a engolia, e nenhum
sofrimento que viesse dela me comovia de alguma forma. Apesar disso, ainda
estava achando o livro completamente maravilhoso e intenso.
O problema começou depois da página 200. Houve um acontecimento na vida
escolar de Jude e aí pareceu que ela tomou as páginas do livro todas para si.
Enquanto eu queria ver como Noah tinha saído de sua condição de “pária social”
para se tornar alguém popular, JANDY
só focava na vida de Jude e no lado da arte que a obra abordou, e isso foi me
enchendo MUITO o saco, pois a autora tinha uma gama de assuntos muito grande a
se aprofundar e resolveu ficar MUITO tempo nisso. Sem contar que foi daí que
surgiu o romance na vida de Jude, que fez com que EU TE DAREI O SOL, que começou como um livro completamente
diferente e único, se tornasse um new adult comum, com uma menina sofredora e
um romance meia-boca; e o personagem que sustentava a maior beleza da história,
o lado mais intenso, trágico e cheio de dor, pareceu ser relegado ao segundo
plano para que a personagem chatinha, que então não tinha conseguido chamar
atenção, se sobressaísse e roubasse os holofotes para si. E sim,
fiquei p* da vida com isso ¬¬. Nem as passagens sobrenaturais com a avó dos
gêmeos, que eram hilárias e magníficas, conseguiram salvar meu interesse.
Depois, quando Noah voltou a entrar em foco, eu já tinha ficado tão
desgostosa com tudo, que não consegui me sentir satisfeita com mais nada e
fiquei bem arrasada por ter terminado um livro que eu estava amando loucamente,
considerando-o apenas regular. Mas a verdade foi essa. EU TE DAREI O SOL foi uma leitura que prosseguiu em declive.
Atingiu o ápice logo nas primeiras páginas, mas depois pareceu não ter tido
forças para se sustentar lá em cima por muito tempo, enchendo as páginas de situações
desnecessárias que se sobressaíram mais que coisas importantes que deveriam ter
tomado mais tempo da narrativa. Para mim, infelizmente, foi penas um livro
mediano, nada mais.
Poxa, não li esse livro, mas é muito chato quando o autor resolve focar sua narrativa justamente no aspecto (ou nesse caso, na personagem) que menos nos agradou. Quando uma história com grande potencial não se desenvolve satisfatoriamente é frustrante.
ResponderExcluirBeijos... Elis Culceag. * Arquivo Passional *
Mari!
ResponderExcluirAchei que o livro seria algo fenomenal!!
Que pena o autor ter mudado o foco do enredo e ter 'estragado' todo impacto.
Triste ver um bom enredo se perder desse jeito.
Uma semaninha mais que abençoada!
“Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.”(Machado de Assis)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Mesmo com esse aspecto negativo contra o livro ainda quero lê-lo, pelo menos as 200 primeiras páginas, porque me interessou muito.
ResponderExcluirGosto de história com uma vasta gama de assuntos e ainda conseguindo aprofundar e te fazer refletir sobre eles. Cada impressão de leitura é única, espero que a minha seja uma pouquinho melhor rsrs
Beijos!
Oi Mari!
ResponderExcluirNossa... Que pena que o livro te decepcionou! Eu estava muito ansiosa pela leitura, mas confesso que me desanimei um pouco!
Não tenho mais certeza se irei ler, provavelmente não.
Beijos!!
umlugarparaleresonhar.blogspot.com
Tô babando nele também e torcendo pra ler e gostar. Mas vou ficar atenta se ler e ver esse problema do final. Pode ser que não me incomode né, cada um pensa de um jeito ao ler. Só sei que quero muito conferir!
ResponderExcluirHá algum tempo tenho dito que a NC tem lançado uns livros fraquinhos, um ou outro se destaca. Dos últimos lançamentos esse foi o que menos me chamou a atenção, tanto que, acredite, só li a sinopse aqui na sua resenha.
ResponderExcluirA capa já dá uma ideia totalmente errada do que se esperar.
Bj
Mari, entendo o seu ponto com relação a essa mudança de foco na narrativa, eu lembro de também me sentir frustrada pela interrupção brusca na narrativa de Noah para focar em Jude, mas ainda assim amei esse livro, achei ele de uma sensibilidade incrível, apesar de tbm achar que Noah é um personagem infinitamente melhor que a irmã foi legal descobrir aos poucos o que aconteceu e a ver a evolução de Jude :)
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