10 de agosto de 2015

RESENHA: EU TE DAREI O SOL - Jandy Nelson (Ed. Novo Conceito)



Boa noite, pessoal.

Durante essa semana, até quinta-feira, vocês irão conferir resenhas dos últimos lançamentos da NOVO CONCEITO. E hoje vou falar sobre EU TE DAREI O SOL da JANDY NELSON.

Eu Te Darei o SolEU TE DAREI O SOL
JANDY NELSON
Editora: BERTRAND BRASIL              
Ano: 2015
Nº págs: 384
Gênero: Drama, Romance

SINOPSE: Noah e Jude competem pela afeição dos pais, pela atenção do garoto que acabou de se mudar para o bairro e por uma vaga na melhor escola de arte da Califórnia. Mal-entendidos, ciúmes e uma perda trágica os separaram definitivamente. Trilhando caminhos distintos e vivendo no mesmo espaço, ambos lutam contra dilemas que não têm coragem de revelar a ninguém. Contado em perspectivas e tempos diferentes, EU TE DAREI O SOL é o livro mais desconcertante de Jandy Nelson. As pessoas mais próximas de nós são as que mais têm o poder de nos machucar.


É difícil falar desse livro porque até a página 200 estava babando ovo nele, achando um dos melhores que eu tinha lido esse ano e estava com o coração na mão diante tantos acontecimentos e tantos aspectos importantes da adolescência que a autora abordou. Mas foi a partir dessa página que meu interesse foi por água... Explico.

No início, NELSON explorou a relação de irmãos gêmeos de Noah e Jude de forma magnífica e intensa, o que fez meu pobre coração se retorcer com o afastamento dos gêmeos e ficar com uma grande mágoa de Jude, que desde o começo não estava sendo uma personagem tão completa e profunda quando Noah, que é o que eu chamaria de personagem perfeito, aquele que tem muitos conflitos internos, mas tem sua forma de exteriorizá-lo, aquele que sofre calado com as injustiças, mas que por dentro continua sendo um ser humano bom, ou quase bom, pois às vezes ele dá uma pisadinha na bola ou comete algum ato de vingancinha, mas tudo dentro dos conformes. Já Jude, em determinado ponto da trama se mostra completamente fútil e superficial, e em outro mostrar-se alguém focada e cheia de dor. O que me incomodou em relação à Jude foi que a mudança foi brusca, enquanto que com Noah foi gradual, com isso, consegui me aproximar mais do personagem, de suas angústias, medos e temores. Já com Jude, passei a sentir que eu a engolia, e nenhum sofrimento que viesse dela me comovia de alguma forma. Apesar disso, ainda estava achando o livro completamente maravilhoso e intenso.

O problema começou depois da página 200. Houve um acontecimento na vida escolar de Jude e aí pareceu que ela tomou as páginas do livro todas para si. Enquanto eu queria ver como Noah tinha saído de sua condição de “pária social” para se tornar alguém popular, JANDY só focava na vida de Jude e no lado da arte que a obra abordou, e isso foi me enchendo MUITO o saco, pois a autora tinha uma gama de assuntos muito grande a se aprofundar e resolveu ficar MUITO tempo nisso. Sem contar que foi daí que surgiu o romance na vida de Jude, que fez com que EU TE DAREI O SOL, que começou como um livro completamente diferente e único, se tornasse um new adult comum, com uma menina sofredora e um romance meia-boca; e o personagem que sustentava a maior beleza da história, o lado mais intenso, trágico e cheio de dor, pareceu ser relegado ao segundo plano para que a personagem chatinha, que então não tinha conseguido chamar atenção, se sobressaísse e roubasse os holofotes para si. E sim, fiquei p* da vida com isso ¬¬. Nem as passagens sobrenaturais com a avó dos gêmeos, que eram hilárias e magníficas, conseguiram salvar meu interesse.


Depois, quando Noah voltou a entrar em foco, eu já tinha ficado tão desgostosa com tudo, que não consegui me sentir satisfeita com mais nada e fiquei bem arrasada por ter terminado um livro que eu estava amando loucamente, considerando-o apenas regular. Mas a verdade foi essa. EU TE DAREI O SOL foi uma leitura que prosseguiu em declive. Atingiu o ápice logo nas primeiras páginas, mas depois pareceu não ter tido forças para se sustentar lá em cima por muito tempo, enchendo as páginas de situações desnecessárias que se sobressaíram mais que coisas importantes que deveriam ter tomado mais tempo da narrativa. Para mim, infelizmente, foi penas um livro mediano, nada mais. 


Comente com o Facebook:

7 comentários:

  1. Poxa, não li esse livro, mas é muito chato quando o autor resolve focar sua narrativa justamente no aspecto (ou nesse caso, na personagem) que menos nos agradou. Quando uma história com grande potencial não se desenvolve satisfatoriamente é frustrante.
    Beijos... Elis Culceag. * Arquivo Passional *

    ResponderExcluir
  2. Mari!
    Achei que o livro seria algo fenomenal!!
    Que pena o autor ter mudado o foco do enredo e ter 'estragado' todo impacto.
    Triste ver um bom enredo se perder desse jeito.
    Uma semaninha mais que abençoada!
    “Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito.”(Machado de Assis)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
    Participem do nosso Top Comentarista!

    ResponderExcluir
  3. Mesmo com esse aspecto negativo contra o livro ainda quero lê-lo, pelo menos as 200 primeiras páginas, porque me interessou muito.
    Gosto de história com uma vasta gama de assuntos e ainda conseguindo aprofundar e te fazer refletir sobre eles. Cada impressão de leitura é única, espero que a minha seja uma pouquinho melhor rsrs
    Beijos!

    ResponderExcluir
  4. Oi Mari!
    Nossa... Que pena que o livro te decepcionou! Eu estava muito ansiosa pela leitura, mas confesso que me desanimei um pouco!
    Não tenho mais certeza se irei ler, provavelmente não.
    Beijos!!
    umlugarparaleresonhar.blogspot.com

    ResponderExcluir
  5. Tô babando nele também e torcendo pra ler e gostar. Mas vou ficar atenta se ler e ver esse problema do final. Pode ser que não me incomode né, cada um pensa de um jeito ao ler. Só sei que quero muito conferir!

    ResponderExcluir
  6. Há algum tempo tenho dito que a NC tem lançado uns livros fraquinhos, um ou outro se destaca. Dos últimos lançamentos esse foi o que menos me chamou a atenção, tanto que, acredite, só li a sinopse aqui na sua resenha.
    A capa já dá uma ideia totalmente errada do que se esperar.

    Bj

    ResponderExcluir
  7. Mari, entendo o seu ponto com relação a essa mudança de foco na narrativa, eu lembro de também me sentir frustrada pela interrupção brusca na narrativa de Noah para focar em Jude, mas ainda assim amei esse livro, achei ele de uma sensibilidade incrível, apesar de tbm achar que Noah é um personagem infinitamente melhor que a irmã foi legal descobrir aos poucos o que aconteceu e a ver a evolução de Jude :)

    ResponderExcluir

* Deixe seu comentário e me faça feliz :D
* Se você tem um blog, não esqueça de deixar o link.