Boa noite, pessoal!
Chegou a hora de encerrarmos a nossa Semana Especial dedicada ao Grupo
Editorial Record. Para fecharmos com chave de ouro, a resenha de hoje é sobre o
delicinha A ÁRVORE DO HALLOWEEN do RAY BRADBURY, lançado pela BERTRAND BRASIL.
RAY BRADBURY
Editora: BERTRAND BRASIL
Nº págs: 160
Gênero: Juvenil, Aventura
SINOPSE: Na noite do dia 31 de outubro, em uma pequena cidade
dos Estados Unidos, oito garotos vestem suas fantasias e saem às ruas em busca
de Gostosuras ou Travessuras. Ao perceberem o desaparecimento de um nono
integrante, o grupo decide explorar a casa mal-assombrada do outro lado da
imensa ravina. Nos fundos da propriedade, eles descobrem uma gigantesca e
magnífica árvore, repleta de abóboras de diferentes tons, formas e tamanhos. Em
cada uma delas, há um rosto talhado. Eles nem imaginam o que estão prestes a conhecer.
A trama, por meio de metáforas e personagens históricos, dá uma aula a respeito
desta data tão comemorada ao redor do planeta. Os jovens, na perseguição pelo
amigo desaparecido, viajam pelo tempo, passando pelo Egito Antigo, pela Grécia
dos filósofos, e pela Paris medieval, aprendendo as origens do Halloween, bem
como o porquê do terror, das mortes e das assombrações associados a ele.
Antes de qualquer coisa, confesso que escolhi esse livro por causa da
capa. Essa capa maravilhosa, atrativa, instigante e ao mesmo tempo sinistra,
atraiu minha atenção imediatamente. Só depois de apreciá-la por alguns minutos
é que me dei conta de que se tratava de um livro do BRADBURY, um autor ao qual não
havia lido nada, mas que já tinha visto os maiores elogios possíveis. Diante dos
fatos, fui ler a sinopse, e pela terceira vez fui conquistada por esse livro.
Claro que na hora da solicitação não pensei nem por um momento em não
pedi-lo.
Quando o livro chegou duas coisas me surpreenderam muito: as imagens um
pouco medonhas e a data do livro: 1972! Sempre fico maravilhada quando os livros
antigos são reeditados e temos o prazer de tê-los novamente em nossas
prateleiras. Jamais imaginei que ÁRVORE DO HALLOWEEN datasse de tanto tempo, e jamais imaginei que iria encontrar uma história tão singular quanto a que li.
A ÁRVORE DO HALLOWEEN aborda a força da amizade de uma forma contagiante e
tocante. É durante o Halloween, quando um dos amigos, Pipkin, o mais querido da
turma, não aparece, que todos os outros meninos passam a se preocupar com ele. Vão
até a casa de Pipkin e esse parece adoentado, mas, mesmo sentindo forte dores
abdominais, resolve ir ao encontro dos amigos em uma casa que eles tinham por
assombrada.
É no terreno dessa sinistra casa que coisas estranhas começam a acontecer,
como árvores com abóboras que passam a acender, o dono do casa que aparece para
“assustar” e Pipkin, que por fim desaparece bem debaixo do nariz dos colegas. O
desaparecimento do amado colega é o ponto de partida dessa aventura deliciosa e
cheia de simbologia e história. Por meio de uma viagem no tempo os demais
garotos passam a buscar Pipkin em diversas partes do mundo, e então passam a
conhecer melhor as histórias sobre o surgimento do Halloween e dos seres que
tanto nos assustam.
Achei divino acompanhar a desmistificação de alguns mitos e crenças,
principalmente porque o Sr. Mortalha, o dono da mansão “assombrada”, enchia os meninos de informações históricas
reais, explicando, por exemplo, porque as bruxas eram chamadas de bruxas se
nada tinham de bruxas. Para mim, isso foi o mais gostoso na leitura, ver que
existia uma explicação para não crer em outros seres, ao mesmo
tempo que o próprio Sr. Mortalha, por sua exuberância e jeito assustador, fazia
acreditar, sim, na existência desses seres. O mesmo aconteceu em relação à magia,
ao sobrenatural, que muitas vezes foi explicado por ele, mas a própria história
de viagem no tempo foi mágica e sobrenatural. Foi interessantíssimo ver que ele
tentava fazer as crianças, e até mesmo leitor, não crer naquilo que eles estavam
vivendo naquele exato momento.
O final do livro foi lindinho e BRADBURY se manteve fiel ao principal tema
abordado: a força da amizade. Já li diversos livros juvenis, mas não lembro de
ter visto a amizade e o companheirismo “dissecados” de uma forma tão forte
quanto em A ÁRVORE DO HALLOWEEN. Foi gratificante ver que os amigos estavam
dispostos a correr riscos e passar muito medo para salvar Pipkin. É o tipo de
livro que consegue sensibilizar a todos. Recomendo MUITO!
Já tinha uma grande vontade de ler esse livro e agora aumentou ainda mais, Mari. Se fala sobre amizade e disseca vários fatos históricos preciso mesmo ler. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
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