Resenha postada originalmente em
26/09/2013
Boa tarde, pessoal.
Hoje vim falar de mais um livro da editora VALENTINA que
vem emocionando todos os leitores: PASSARINHA da KATHRYN
ERSKINE.
KATHRYN ERSKINE
Editora: VALENTINA
Ano: 2013
Gênero: Drama
SINOPSE: No mundo de Caitlin tudo é preto ou branco. As
coisas são boas ou más. Qualquer coisa no meio do caminho é confuso. Essa é a
máxima que o irmão mais velho de Caitlin sempre repetiu. Mas agora Devon está
morto e o pai não está ajudando em nada. Caitlin quer acabar com isso, mas como
uma menina de onze anos de idade, com síndrome de Asperger ela não sabe como.
Quando ela lê a definição de desfecho ela percebe que é o que ela precisa. Em
sua busca por ele, Caitlin descobre que nem tudo é preto ou branco, o mundo
está cheio de cores.
Antes mesmo de ler a sinopse de PASSARINHA,
já fiquei interessada pelo livro, afinal, eram tantos leitores empolgados no
twitter falando sobre o lançamento, que eu quis ler sem nem mesmo saber do que
se tratava.
E então mergulhei na maravilhosa surpresa de
ter em mãos um livro doce e adorável. Caitlin é a narradora dessa comovente
história. A garotinha tem Síndrome de Asperger, e isso faz com que seus
sentimentos sejam “diferentes” dos nossos. Não que ela não os tenha, mas a
síndrome não permite que ela tenha empatia, que entenda o universo ao seu
redor, que compreenda as metáforas usadas no cotidiano. Para ela, é tudo preto
no branco, ou é, ou não é; tudo é levado ao pé da letra.
A história de Caitlin começa após a morte do
irmão, e é através dessa morte que ela vai conseguir se aproximar das pessoas e
compreendê-las um pouco mais.
Vi muitas pessoas dizendo que choraram com a
leitura. Sou uma manteigona, mas não senti vontade alguma de chorar, isso
porque Caitlin é tão doce e narra às passagens de forma tão singular, que em
vez de sofrer com o que ela contava, tentei me colocar no lugar dela para ver
como ela enxergava aqueles fatos e como os percebia.
A autora conseguiu uma coisa espetacular em sua
narrativa: misturar dois temas “pesados”, e expô-los de forma cautelosa, sem
exagerar na dramaticidade dos fatos. De um lado temos o tiroteio em uma escola,
e do outro a abordagem da Síndrome de Asperger. A parte do tiroteio é mais
explorada em razão dos sentimentos daqueles que ficaram. A autora não expõe
cruamente a tragédia, não fica detalhando-a, mas a usa para nos explicar como
uma garotinha que tem uma síndrome percebe o que ocorreu.
O pai de Caitlin foi um personagem que me
agradou bastante. Claro que em alguns momentos ele parecia negligente em
relação à filha, mas acredito que o desejo maior da autora foi fazer que a
empatia se desenvolvesse, não só em Caitlin, mas também no leitor, por isso,
compreendi toda a dor e desespero desse pai. Algumas vezes não aceitei suas
atitudes e reservas, outras tive raiva de suas considerações pela forma de
pensar da filha, mas sempre tentei compreender os fatos pela visão dele, por
isso, simpatizei bastante com o personagem.
PASSARINHA é
um livro merecedor de seus vários prêmios e digno dos mais elevados elogios. É
muito significativo quando autores utilizam um romance para inserir temas tão
importantes nas vidas dos jovens, acredito que essa seja uma das melhores
formas de conscientização.
A primeira vez que ouvi falar da Síndrome de
Asperger, foi no livro O PROJETO ROSIE, até então desconhecia tal síndrome, mas
o livro me deixou bastante interessada pela forma tão singular e peculiar que
os possuidores de Asperger têm de pensar e sentir. PASSARINHA esclareceu
ainda mais as características da síndrome, e, na voz de Caitlin, notamos não
ser difícil aceitar essas pessoas, basta que nos coloquemos no lugar delas e
pensemos como elas, dessa forma, conseguimos compreendê-las. A empatia pode ser
difícil para quem tem Asperger, mas para quem não tem é coisa corriqueira,
portanto, cabe a nós nos esforçarmos para ver como essas pessoas enxergam o
mundo, e cabe a nós tentarmos fazê-las entender o nosso mundo também.
PASSARINHA é
um belíssimo livro que aborda as diferenças e nos ensina como conviver com
elas, e principalmente, como compreender tais diferenças para que não sejamos
preconceituosos. O livro é lindo, Caitlin é uma narradora perfeita, dessas que
conquistam nosso coração completamente, e a abordagem da autora em torno da
Síndrome de Asperger foi extremamente esclarecedora e importante. Nota 10!
Tenho uma vontade louca de ler esse livro exatamente por trata de um assunto tão peculiar de forma sútil. Espero poder fazê-lo logo. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Na última Bienal aqui no Rio me falaram tãaaaao bem desse livro, quase comprei. Acho que não vou conseguir escapar na próxima.
ResponderExcluirxx
Maya
www.mayamoura.com