Boa tarde, pessoal.
Confiram agora o que achei de JUVENTUDE
BRUTAL do ANTHONY BREZNICAN,
lançado pelo selo PAVANA.
ANTHONY BREZNICAN
Editora: PAVANA
Nº págs: 496
Gênero: Drama
SINOPSE: Quando Peter Davidek é matriculado na escola católica St. Michael, a
escola já colhe a reputação de ter se transformado em depósito de delinquentes
e abrigo de religiosos estridentes. Em seu primeiro dia de aula, as tensões
explodem: um aluno perde a cabeça e desfere um ataque violento contra os
colegas que o atormentavam e contra os professores, que sempre assistiam a tudo
sem tomar nenhuma providência. Nesse ambiente desesperador, Davidek se torna
amigo dos também calouros Noah Stein, um garoto instável que leva no rosto as
cicatrizes de um passado difícil, e Lorelei Paskal, uma menina linda e
solitária que, empenhada em se tornar popular, só consegue fazer inimigos.
Para conseguir sobreviver ao primeiro ano na escola, o trio junta forças contra
a cultura do bullying perpetuada por funcionários como a amarga srta. Bromine e
o padre Mercedes, que usa os alunos como bode expiatório para desviar dinheiro
da igreja.
Fique interessada por JUVENTUDE
BRUTAL quando vi que mestre KING estava elogiando o livro. Sou daquelas que
se o homem elogia, corro para ler. E não seria agora que faria diferente.
Contudo, nem minhas palavras, nem as de KING e nem as de ninguém, serão
suficientes para expor o quão maravilhoso e significativo esse livro é.
Sabem aqueles livros que nos acertam em cheio, nos devoram a alma, mas simplesmente
não sabemos descrever tudo que ele causou e quão bom eles são? Pois é, JUVENTUDE BRUTAL está nessa
classificação. Acredito que por falar de bullying muita gente já saiba que
estará frente a um livro intenso, mas ele é muito mais que um livro sobre
bullying, é um livro sobre as diversas facetas dos adolescentes, desde aqueles
inocentes até os mais maldosos.
Não sei quanto a vocês, mas já sofri bullying na escola, mas também já o
pratiquei, só que na minha época de escola isso era normal. Quatro-olhos,
ferrovia, e diversos outros apelidinhos eram dados, tanto a mim quanto a meus
colegas, a diferença é que nós ríamos disso e nos chamávamos assim também, era
uma “tiração” de sarro imensa, considerada como piada e brincadeira pela
nossa turma, afinal, um quatro-olhos chamava o outro assim e tudo era
risada, mesmo porque, a imensa maioria da turma estudou junto por quase 10 anos. Contudo, admito que o comportamento dos jovens de hoje vem me
assustando bastante. Os apelidinhos tornaram-se muito mais ofensivos, o que fez
com que as brincadeiras passassem a ser inconvenientes. E é nesse exato ponto
que BREZNICAN se apega em seu JUVENTUDE BRUTAL. Ele não trata do
bullying apenas como uma agressão verbal, mas também mostra a agressão física
que a vítima sofre e o que isso pode desencadear dentro dela: os sentimentos
ruins, a amargura, os traumas, a infelicidade, etc.
Achei o livro extremamente pesado e perturbador, principalmente porque o
autor não se retrai na hora de expor o jovem, mas, apesar disso, encontra o tom
certo para falar de cada premissa que explora. Por exemplo, o humor que ele usa
é muitas vezes ácido, mas é sempre pertinente e nunca erra o momento de
aparecer, afinal, trata-se de um livro sobre jovens, e não seria prudente nem
normal ser sério a todo o momento.
Gostei muito da forma como o autor foi fazendo o assunto crescer no livro,
como um simples apelido foi ganhando imensidão e como ele foi atingindo muitos
ao redor, fazendo com que esses sofressem e também praticassem o bullying. Foi
como se BREZNICAN quisesse mostrar
que nenhum jovem tem uma faceta 100% inocente.
Mas se os jovens e suas atitudes, algumas vezes medonhas, me chocaram,
foram os adultos que me perturbaram. Fiquei impressionada com a coragem de BREZNICAN de retratar professores
malandros, grosseiros e praticantes de bullying, pois quando nos referimos ao
tema, imediatamente pensamos nos jovens, não imaginamos que os adultos, que
lhes deviam servir de apoio, cometam tais atos, e fiquei impressionada em ver a
forma como o autor desnudou esses personagens e fez com que eles saíssem do
estereótipo de “cuidadores” para mostrá-los como autoridades que têm extremo
prazer em humilhar seus discentes e usá-los em sua "guerrinha" de poder.
Quanto aos pais, ANTHONY optou
por retratá-los da mesma forma, e isso fez com que a leitura fosse ainda mais
significativa, pois foi possível ver que tudo era uma bola de neve, uma
sequência de maus tratos que ia passando ao próximo, ao próximo e ao próximo.
Muitas partes da leitura me fizeram refletir, e não foram poucas as que me
perturbaram a ponto de dar uma pausa na leitura e tomar um ar para poder digerir
tudo que estava lendo.
Mas isso não é tudo o que o livro mostra. JUVENTUDE BRUTAL também zela pelo valor da amizade, e achei que
esse foi um excelente contraponto que o autor explorou. Foi gratificante ver
que em meio a uma situação terrível, amizades verdadeiras se formaram e que os
envolvidos estavam dispostos a se sacrificar por ela.
Como disse, foi uma leitura bastante tensa e intensa, daquelas que as
pessoas da minha geração vão ver o quanto os apelidinhos, tão engraçados em
nossa época, evoluíram para algo tão destrutivo e letal. Parece que os jovens
de hoje perderam seu norte, e na briga por chamar a atenção, vale a humilhação
para aparecer. JUVENTUDE BRUTAL não
faz nada além de expor a faceta nua e crua dos adolescentes que se valem da
humilhação para poder se sobrepujar àqueles que consideram inferiores. Um livro
cruel, porém, infelizmente, cheio de verdades.
Gostei da resenha. Deu mais vontade de ler o livro. Parabéns!
ResponderExcluirMari!
ResponderExcluirPois é, na nossa época, a minha talvez ainda mais antiga que a sua, era apenas brincadeira de criança, respeitávamos os mestres como se fossem pais... hoje os alunos agridem os professores e vice-versa, tremenda falta de respeito.
O bullying é assunto sério de verdade, hoje as agressões chegam a ser físicas, absurdo!
Gostaria de ler a experiência do autor...
Semaninha de luz e paz!
“Que eu não perca a vontade de ter grandes amigos, mesmo sabendo que, com as voltas do mundo, eles acabam indo embora de nossas vidas...”(Chico Xavier)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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Rudy, exatamente, a sensação que tenho hoje é de ter havido uma total perda de controle. É assustador!
ExcluirEsse livro é fantástico. Leia-o se tiver oportunidade
Oi, esse livro me chamou a atenção pelo fato de tratar de bullying. Gosto de ler livros que mostrem aos leitores como é sofrer disso e que também faça o leitor sentir na pele. Outro fato que me chamou a atenção foi por valorizar a amizade (e o Stephen King ainda aprovou!!!) Com certeza tenho de ler. Bjus.
ResponderExcluirMa, King aprovar é praticamente dizer que somos obrigados a ler, né? Rs.
ExcluirÉ uma leitura excelente. Garanto.
Bjs
Gostei muito a premissa do livro, pretendo ler logo. Eu sempre gostei desse tema, ele consegue me prender facilmente.
ResponderExcluirSe esse livro é realmente como diz em sua resenha, com certeza vou amar lê-lo.
Gostei da resenha e fiquei bem interessada! Gosto de livros que tem esse tipo de temática e acho que vou me identificar muito e é um livro que vale a pena, pois esse tema é bem atual e traz essa reflexão sobre bullying o que é sempre chocante. Gostei muito, espero ler. Bjs
ResponderExcluirEu acho que não leria esse livro se olhasse numa livraria. Pensaria que é mais um livro bobo de adolescentes rebeldes.
ResponderExcluirMas lendo sua resenha eu gostei muito. Eu gosto de ler livros com humores ácidos.
Sua resenha realmente me animou para ler esse livro. Espero ler ele logo.
Pois é, Thiago, ultimamente saem tantos livros bobos com adolescentes, que acabamos passando batido pelos bons :( Mas esse vale a pena. Prometo ;)
ExcluirGostei muito da premissa desse livro. Fiquei bem curioso em relação desse livro ser perturbador e pesado. Estou bem animado par ler esse livro, espero não me decepcionar.
ResponderExcluirGostei bastante de sua resenha.
Gostei da premissa do livro. É um tema pesado mesmo, espero que as pessoas leiam e reflitam.
ResponderExcluirNão conhecia esse livro, mas agora estou bem animada para conhecer. Acho que vou adorar essa leitura.
Acho que os tempos mudaram, não existe mais respeito. Mas bullying sempre existiu, só deram um nome pro ato. Mas acho que algumas coisas moldam caráter, nem tudo deve ser considerado bullying.
ResponderExcluirEu pretendo ler esse livro, se ele for da forma que voce diz, vou amar lê-lo
Oi, Nil, pois é, hoje parece que a falta de controle tomou conta dos jovens e que eles usam o bullying para se impor. É assustador! Acho que o livro deveria ser adotado em escolas, ou ao menos nos cursos de formação de professores.
ResponderExcluirBjs