30 de junho de 2015

DESERTO DE OSSOS - Chris Bohjalian (Ed. Nacional)



Boa tarde, pessoal!

Esta semana será muito especial, pois vamos ter resenhas da editora NACIONAL por toda a semana \o/ E no fim de semana, teremos sorteio, claro!

Para começar bem vou falar de DESERTO DE OSSOS do CHRIS BOHJALIAN.

Deserto de ossosDESERTO DE OSSOS
CHRIS BOHJALIAN
Editora: NACIONAL              
Ano: 2015
Nº págs: 344
Gênero: Drama

SINOPSE: Em 1915, o massacre de milhares de armênios perpetrado pelos turcos tingiu para sempre as areias do deserto sírio com o sangue e os ossos de uma civilização inteira. Em meio a esse cenário desolador, Armen Petrosian, um jovem engenheiro armênio que perdeu a esposa e a filha, e Elizabeth Endicott, uma rica jovem americana, se apaixonam. Mas antes de assumir o que sentem, eles se separam quando Armen se alista no exército britânico e Elizabeth vai trabalhar como voluntária. Ambos testemunharão atrocidades que os marcarão para sempre antes que possam se reencontrar. Quase um século depois, às vésperas do centenário do genocídio, a neta do casal, Laura, embarca em uma jornada pela história de sua família, descobrindo uma história de amor, perda e um delicado segredo que ficou soterrado por gerações.

Quando recebi os livros da NACIONAL, resolvi deixar DESERTO DE OSSOS para ler por último, isso porque a editora lança excelentes livros policiais e eu não estava preparada para me aventurar com eles nesse novo gênero. Na verdade, por ter visto tão pouco sobre o livro, não estava nem um pouco empolgada para lê-lo. Isso mudou quando tomei vergonha na cara e resolvi ler a sinopse. Bastou ler “Primeira Guerra Mundial” para que minha vontade sobre a leitura passasse a ser gigante. E bastou ler o prólogo para que eu já soubesse que ficaria em frangalhos com cada linha que BOHJALIAN iria apresentar. E não deu outra, chorei em bicas muitas e muitas vezes.

DESERTO DE OSSOS é o tipo de livro que tem TUDO: romance, mistério, drama, maldade, tristeza... Justamente por isso que ele causa um misto de sentimentos em quem o lê, ao menos foi assim comigo. Em um momento eu tinha um risinho bobo nos lábios por causa do romance e em outro estava com vontade de esmurrar meio mundo de tanta raiva por conta de alguns fatos. Não demorava muito e eu estava ansiosa por descobrir mistérios e mais algumas páginas adiante estava ainda mais curiosa com a apresentação histórica do enredo. Mas se teve um sentimento que permaneceu comigo durante toda a leitura foi o sentimento de confusão.

Essa confusão que senti foi verdadeiramente deliciosa, pois por se tratar de um período histórico real, pelo autor contar em mínimos detalhes sobre a vida dos armênios nesse período, por ter passagens reais de parentes do autor e por ele ter criado uma personagem que contava a história verdadeira de seus avós, fiquei extremamente confusa com o que era ficção e o que era realidade, com o que era o autor narrando do que ouviu sobre as experiências de seus familiares e o que era Laura contando sobre os seus. Achei muito gostosa essa fusão de personagem-autor. Não conseguir separar um do outro deu um tempero especial e diferenciado ao livro, o que fez com que eu o lesse com um interesse a mais.

Outro ponto que amo e que podemos encontrar em DESERTO DE OSSOS é a cronologia das histórias sendo narradas de forma intercaladas: ora o relato do sofrimento dos armênios na Primeira Guerra e a história de amor e sofrimento que fizeram parte do passado dos avós de Laura, ora Laura contando sobre seu presente, de seus familiares e o que a motivou para escrever a história de seus avós. Adoro esses recortes temporais e com eles CHRIS conseguiu me prender ainda mais em uma história que já era soberba.

O autor ainda aproveita para levantar questões como fé, religião, preconceito, etc. Situações tão presentes em nosso mundo hoje como anos atrás, o que nos deixa sempre refletindo que, infelizmente, o mundo não evoluiu com o passar dos tempos.

Mas o que realmente fica em nossa cabeça após finalizar a leitura é como esse massacre pode passar despercebido durante tantos anos, pois, confesso nunca, jamais ter estudado sobre o extermínio de mais de um milhão de armênios no período em questão. Ao mesmo tempo em que fiquei chocada com o livro, fiquei indignada com minha falta de informação sobre o assunto, mas, principalmente, fiquei sensibilizada com a forma como BOHJALIAN expôs essa triste história para o mundo. DESERTO DE OSSOS foi uma verdadeira aula de história, mas foi também uma lição sobre a humanidade e seus lados bons e maus. Um livro lindo, intenso e verdadeiro, daqueles que vai preencher e completar o interior de qualquer leitor! LEIAM! <3


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