RESENHA: QUEM É VOCÊ, ALASCA? - John Green (Ed. Intrínseca)

Boa tarde, pessoal!

Finalmente deixei de ser a única blogueira que ainda não tinha lido o aclamado livro do JOHN GREEN, QUEM É VOCÊ, ALASCA? A INTRÍNSECA relançou o livro e mais que depressa solicitei, pois já estava na hora de conferir essa história tão falada.

QUEM É VOCÊ, ALASCA?

JOHN GREEN

Editora: INTRÍNSECA              

Ano: 2014                  

Nº págs: 272

Gênero: Romance, Drama

SINOPSE: Miles Halter é um adolescente fissurado por célebres últimas palavras que, cansado de sua vidinha pacata e sem graça em casa, vai estudar num colégio interno à procura daquilo que o poeta François Rabelais, quando estava à beira da morte, chamou de o "Grande Talvez". Muita coisa o aguarda em Culver Creek, inclusive Alasca Young, uma garota inteligente, espirituosa, problemática e extremamente sensual, que o levará para o seu labirinto e o catapultará em direção ao "Grande Talvez".

Meu primeiro contato com GREEN foi com A CULPA É DAS ESTRELAS. Assim como muitos, chorei e me debulhei em lágrimas, o mesmo aconteceu quando assisti ao filme. Mas sempre que alguém falava de GREEN, ALASCA era imediatamente citado, e apesar de já ter lido todos os outros livros do autor lançados pela INTRÍNSECA, demorei bastante para ler ALASCA, mesmo já tendo uma outra edição dele.

Quando comecei a leitura, fiquei surpresa. Passei a achar um dos livros mais engraçados do autor. Não tinha uma página que lia e não ria de Miles ou com Miles. Apesar de algumas vezes o garoto descrever seu sofrimento, achei-o debochado e preparado para viver as indiferenças por parte das pessoas.

Adorei acompanhar a busca de Miles pelo seu “Grande Talvez” e sua vida no novo colégio interno. Igualmente adoráveis foram seus companheiros de escola e os momentos cheios de sacanagens que eles aprontavam lá dentro, contra o grupinho mais elitizado. Até a metade do livro estava gostando de tudo, adorando tudo, inclusive Alasca, a garota mais maluca da escola. Foi na segunda parte que comecei a me decepcionar com a história e a terminei sem ter sentido algo de bom dentro de mim.

Obviamente, uma tragédia estava anunciada, afinal, é JOHN GREEN e ele não se contentaria em ficar apenas no plano da comédia. O livro me comoveu, bastante até, mas tive um problema com Alasca. Claro que a achei doida, divertida e engraçada, mas após seu momento derradeiro, achei que foi dado valor demais a garota, principalmente por parte do apaixonado Miles, que passou a sentir um amor descomedido (misturado com culpa) por ela. De repente, Alasca deixou de ser uma menina amalucada e se tornou uma deusa, um ser perfeito, alguém superior e inatingível, e fiquei MUITO irritada com essa cegueira que tomou conta do Miles.

Claro que o que aconteceu foi trágico e demandaria sofrimento por parte dos envolvidos, mas achei exagerado. O sofrimento foi exagerado, o amor foi exagerado, a busca por resposta dos rapazes foi exagerada, tudo se tornou um drama enorme, não a troco de nada, mas poderia ter sido conduzido de outra forma se Alasca não tivesse sido colocada em um pedestal acima dos céus.

Sempre gostei muito dos livros do GREEN e sempre achei que ele passa uma mensagem linda com seus enredos, mas em QUEM É VOCÊ, ALASCA? senti que faltou essa mensagem, faltou alguma coisa...

Fiquei bastante irritada ao ver que um rapaz inteligente como Miles estava fazendo papel de tolo nas mãos de uma Alasca que ele mesmo tinha criado em sua mente e que passava longe de ser a garota que realmente existia e fazia parte de seus dias. Foi como se ele tivesse tentado me convencer de sua ilusão. Não conseguiu. Explicando melhor: minha irritação não foi realmente com a garota Alasca, mas sim com a imagem ideal, bastante diferente do real, que Miles criou para si sobre ela. 

QUEM É VOCÊ, ALASCA? foi o primeiro livro do GREEN que achei apenas mediano. Fico até com dor no coração de admitir isso, mas não consigo dizer que foi um grande livro ou que gostei tanto quanto os outros, mas a razão foi realmente simples: achei os personagens muito melodramáticos. Prefiro pensar em GREEN como o autor de A CULPA É DAS ESTRELAS e O TEOREMA DE KATHERINE, meus preferidos dele até agora. 

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