Boa tarde, gente
Hoje é o 4º dia da
semana especial de livros policiais da editora RECORD e vou falar sobre mais um super lançamento: ROSEANNA, escrito pelo casal MAJ SJÖWALL & PER WAHLÖÖ.
MAJ SJÖWALL & PER WAHLÖÖ
Série: Martin Beck
Editora: RECORD
Nº págs: 256
Gênero: Policial
SINOPSE: O corpo de uma mulher de origem desconhecida é encontrado durante a
dragagem de um lago na Suécia. Sem qualquer pista de quem poderia ter cometido
o crime, o inspetor Martin Beck mobiliza sua equipe em uma busca internacional
por um assassino sem nome e sem rosto. Passados três meses, tudo o que sabe é
que a jovem se chama Roseanna e pode ter sido assassinada por uma das 85
pessoas que estavam em um cruzeiro pelo Canal de Göta. Ao longo de meses de
investigação, a lista de suspeitos, antes inexistente, ganha alguns nomes, até
a polícia se deparar com um assassino cruel, que possui uma noção peculiar e
doentia do que é certo e errado.
Antes de qualquer
coisa, preciso dizer que os autores de ROSEANNA
são suecos! Então, sou obrigada a cair na mesmice de ontem e dizer que esses
autores escandinavos estão fodas e que estou adorando o investimento que as
editoras estão fazendo neles. Mas quem pensa que ROSEANNA é um livro policial como tantos outros, está enganado,
pois é bastante diferente do que estamos acostumados. Isso acontece porque o
livro é de 1965(!) Sim, faz bastante tempo. Exatamente por isso, temos algumas
peculiaridades.
A narrativa é o
fator que salta aos olhos logo no começo. Ela é mais crua, sem rodeios em
relação ao psicológico da vítima e assassino, sem fazer um dissecamento de
personagens e suas personalidades, hábitos, vivências, etc... Não que esses
fatores não estejam presentes no livro, eles estão, mas se comparados com
muitos dos policiais que estamos tendo contato hoje em dia, é em grau bem
diminuto. O ponto chave é mesmo a investigação, são muitas páginas contando sobre ela, como se chegou nas pistas, como os depoimentos foram feitos,
quais palavras fizeram com que um simples personagem fosse se tornando um
suspeito, etc. Por conta disso, e dos excessos de diálogos, a leitura é
bastante rápida e vertiginosa.
Apesar de ter
gostado bastante de ROSEANNA, mesmo
a narrativa sendo um batidão frenético, senti falta de maiores aprofundamentos
e de melhores pistas. Senti que os autores não deram muita chance para
adivinhações, deixando apenas que o inspetor Martin Beck brilhasse e tivesse a
glória, afinal, ele tem a certeza de quem é o culpado logo após um depoimento
que, ao meu ver, foi bastante simplório e pouco incriminador, mas senti que
essa é o tipo de série que transforma seu protagonista em um ser fodástico. De
fato, por tanta perseverança, às vezes vi Martin exatamente assim, pois se
passou muito tempo da investigação às cegas até que uma pequena pista surgisse
e ele pudesse ir atrás.
Mais
um diferencial na obra da dupla foi o próprio investigador, Martin Beck.
Enquanto somos inundados por protagonistas viúvos, divorciados, sofredores e os
que amaram uma única vez e não esquecem tais mulheres, Martin se mostrou um
personagem bastante diferente desses, pelo menos nesse primeiro volume, pois
ele é casado, tem filhos e vive com a esposa. Isso já se torna um diferencial
para o personagem, que, infelizmente, creio não durar muito, afinal, ele só
pensa em trabalho, aparece pouco em casa, não escuta quando a esposa fala e é
grosseiro com ela. Pressinto que um belo pé na bunda vem por aí e que ele se
tornará mais um investigar no time dos arrependidos, é esperar para ver.
Um quesito que me
chamou muito a atenção foi a data da obra, 1965. Foi muito prazeroso ver uma
investigação ser feita nessa época, sem computador, sem internet e sem
respostas rápidas. Adorei quando Beck teve de ir a biblioteca procurar um mapa
para poder localizar um estado dos Estados Unidos. Adorei ver que fitas, fotos,
gravações e informações chegavam via correio, que ligações eram feitas por
orelhões. Foi realmente o máximo poder voltar no tempo e ver como os recursos
eram precários e mesmo assim as investigações eram feitas com grande afinco.
O casal escreveu
dez livros com Martin como protagonista e como faz muitos e muitos anos que
todos esses livros já foram lançados, espero que a RECORD não demore a trazer os próximos volumes. Apesar da forma
diferente da narrativa, considerei-a contagiante e não consegui soltar o livro.
O final ainda me surpreendeu, não ao anunciar assassino, mas por focar em seus
desvios psicológicos, coisa que até então não tinha aparecido. Contudo, até
nisso o livro foi diferente, pois não há um especialista fazendo uma análise da
personalidade do culpado, é o próprio jeito dele de se comportar enquanto
presta o depoimento que deixa claro ao leitor sua psique distorcida. ADOREI!
Fiquei interessada principalmente por ser um livro mais antigo. Acho fascinante ver investigações sem o auxílio da tecnologia. Espero poder ler. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Oi Mari! Vi esse livro disponível no Plus esses dias, e fiquei morrendo de vontade de solicitar. Parece realmente bom, e deve ser incrível essa de "voltar no tempo" e ver como as coisas eram feitas antigamente. Fiquei bastante curiosa, principalmente depois de ver que é o primeiro livro da série. E realmente, a maioria dos policiais são divorciados/viúvos e tal, nunca tinha parado para pensar nisso rs. Adorei a resenha.
ResponderExcluirBeijos,
Adri Brust
http://stolenights.blogspot.com
Oi Mari
ResponderExcluirEu gosto de policiais que se passam há alguns anos atrás, a investigação sem tantas pistas forense é muito mais voltada para o protagonistas e fica mais intimista, acho muito interessante. Acompanho aquela série Kay Scarpetta da Cia das Letras que é assim e eu adoro.
Este eu quero. ^^
bjs
Feeer, além da Tess, comecei a ler os livros da Cornwell por sua causa também *_*, rs.
ExcluirBjs