Boa tarde, gente!
E vamos para mais
uma resenha policial nessa semana especial dedicada aos lançamentos da RECORD desse gênero. Hoje vou falar
sobre A MULHER ENJAULADA, do dinamarquês
JUSSI ADLER-OLSEN.
JUSSI ADLER-OLSEN
Série: Departamento Q
Editora: RECORD
Nº págs: 392
Gênero: Policial, Thriller
SINOPSE: No auge da carreira política, a bela e reservada Merete Lynggaard
desaparece. As investigações que se seguem não rendem muitas informações à
polícia, levando ao arquivamento do caso. Passados alguns anos, o detetive Carl
Mørck, responsável pelo recém-criado Departamento Q — uma seção para casos
importantes não solucionados — é encarregado de descobrir o que, afinal,
aconteceu a ela. Então, com seu assistente, Assad, ele inicia uma busca pelos
rastros desse mistério e, para isso, Carl precisa vasculhar o passado de
Merete, guardado a sete chaves, para descobrir a verdade.
Como fã de livros
policiais, nem precisei ler a sinopse de A
MULHER ENJAULADA para ficar interessada pelo livro. A mim, bastou saber que
o autor era dinamarquês. Não sei se vocês repararam, mas ultimamente os autores
escandinavos estão se sobressaindo muito com o gênero policial, ganhando um destaque
cada vez maior no mundo e escrevendo livros que além de excelentes nas
investigações, matam o leitor de desespero ao acompanhar a sordidez em que os algozes
mantém suas vítimas ou a forma como as eliminam, sempre com grande dose de
sadismo.
A MULHER ENJAULADA é o primeiro livro da série DEPARTAMENTO Q, e além de ter os
aspectos citados acima, se sobressai pela qualidade da narrativa de OLSEN, que pela divisão criada na hora
de narrar, deixa o leitor ávido por ler mais e mais.
Se ao lermos a
sinopse já achamos que estamos frente a um enredo incrível, é ao abrir o livro
que esse achismo passa a ser uma certeza, pois o autor nos coloca para
acompanhar o desaparecimento de Merete sob duas visões e duas datas: 2007
quando Carl e seu assistente, Assad, reabrem o caso, e 2002, quando Merete
desaparece sem deixar rastros.
OLSEN foi muito feliz por apresentar a obra dessa forma, em
que passado e presente se encontram para dar um final incrível ao livro. Mas o
que salta mesmo aos olhos em A MULHER
ENJAULADA são os personagens. Carl é o típico policial, com problemas
pessoais com a esposa e traumatizado com uma investigação do passado que foi
mal resolvida e lhe deixou marcas. Gostei muito de ver essa mesmice no
personagem, pois deu a sensação de algo familiar, ao mesmo tempo em que sua
determinação e coragem colocavam-no como um personagem singular, que encarava
as coisas de outra maneira, tanto na investigação como na sua vida pessoal, por
isso, gostei muito do personagem. Essa mescla foi fantástica para aproximar leitor
desse investigador que foi tão marrento, e algumas vezes até arrogante, mas
sempre tendo razão. O ajudante, Assad, também não ficou pra trás. Ele não é um
policial, na verdade, é um faz tudo, mas esconde um segredo e por mais que
nesse primeiro volume alguma coisa sobre ele tenha sido revelada, algo me diz
que foi apenas um vislumbre do que estará por vir nos próximos livros.
Merete também
chama atenção na obra. Primeiro por sua posição e participação política no
Parlamento, e depois por seu desaparecimento sem resolução. Como o próprio
título do livro entrega, sabemos que ela será a personagem “enjaulada”, mas não
é possível imaginar tudo pelo que a moça passará. Acompanhar os dias da mulher
em seu confinamento é angustiante e tenebroso. Mesmo estando diante de uma
mulher de coragem, o autor pesou a mão em algumas situações vividas por ela. É
preciso ter estômago, pois foram passagens muito fortes, com algumas sendo até
nojentas. O que, obviamente, tornou o livro ainda mais interessante.
Mas, para mim, o
que tornou A MULHER ENJAULADA
brilhante foi o vilão. Simplesmente adoro esses vilões psicóticos que pensam
nos mais absurdos detalhes para executar um plano. Se isso já não bastasse, OLSEN ainda trouxe dois aspectos que sempre
me fazem vibrar ao encontrar esse tipo de personagem, o primeiro: o motivo.
ADORO quando o motivo é explorado e conseguimos entender as razões de o
antagonista estar agindo da forma como está. Claro que não acho justificável,
mas adoro ver essas distorções da psique humana, o que nos leva ao segundo
aspecto: a exploração do fator psicológico. OLSEN foi fenomenal ao criar um motivo com bastante embasamento e
foi brilhante ao ir dando pequenas pistas do estado psicológico do sujeito. Ao
final, fiquei em dúvida se estava simplesmente diante de louco ou se
compreendia que ele teve as próprias razões e a própria dor para ter feito o
que fez. Acho fascinante quando um autor faz com que não vejamos seu vilão como
um monstro mau. Como disse ali em cima, de forma alguma estou justificando as
terríveis atitudes dele, apenas dizendo que é possível compreender, através de
sua história de vida e sua dor, o que desencadeou a maldade dentro dele e o levou a agir de
forma to cruel.
Outra coisa que
adoro é quando o autor consegue manter o leitor fixado em sua obra mesmo depois
de ele descobrir identidades e segredos. O mistério acerca do vilão não é nada
grandioso e é fácil de descobrir quem ou por que, mas em momento algum o livro
perde o magnetismo. Pelo contrário, é cada vez mais interessante ver tudo o que
se deixou escapar na primeira investigação do caso, 5 anos antes. Gostei
imensamente de acompanhar Carl descobrindo onde seus colegas haviam falhado e
vendo que ele obteve sucesso ao investigar coisas que a ele eram óbvias, mas que
outros investigadores deixaram passar. Foi muito interessante porque OLSEN não tenta mostrar Carl como um
super agente, o mais inteligente, o mais fodão, enquanto menospreza os outros
policiais do departamento, não é isso, é apenas que Carl gosta de ir mais a
fundo e investigar vertentes que outros desprezaram, pois ele tem um lado mais
aguçado para mexer no que aparentemente é desimportante aos demais.
Espero que a RECORD não demore a lançar outros
livros dessa série, afinal, nesse primeiro volume, além de OLSEN ter apresentado muitíssimo bem o mote principal, conseguiu
deixar o leitor curioso com o passado de Carl e Assid, seja com suas vidas
pessoais ou profissionais, com as picuinhas entre funcionários que acontecem
dentro da polícia, com várias pinceladas que deu sobre outros casos, prováveis
de serem resolvidos por Carl e seu DEPARTAMENTO
Q, e muitas coisas mais. É uma série que com certeza tem bastante espaço
para crescer e se tornar uma queridinha para os fãs de policiais. A mim já
conquistou, espero que consiga o mesmo com vocês. Leitura magnífica! <3
uau, gostei bastante da capa e do sinopse, sua resenha ficou melhor ainda para eu querer ler hahaha <3
ResponderExcluirGostei bastante de seu blog :3 Quero de convidar para conhecer o Doce Literário <3 Beijos!
http://doceliterario.wordpress.com/
Fiquei interessada principalmente pelo lado psicológico, gosto quando esse fator é abordado. Espero poder ler. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Excelente resenha!
ResponderExcluirOi Mari! Tinha visto seu comentário acho que na caixinha de correio anterior, e já tinha colocado o livro nos desejados. Agora então, estou doida atrás dele. E o melhor é que é o primeiro livro da série, nem acredito. Normalmente as editoras começam a lançar tudo fora de ordem. A história parece bem interessante, também gosto quando exploram bem o motivo, faz com que a gente meio que entenda o lado do "vilão", mesmo não aceitando, né? Adorei. Espero que ele apareça em promoção logo, porque eu quero muito ler.
ResponderExcluirBeijos,
Adri Brust
http://stolenights.blogspot.com
Adriii, tb fiquei surpresa por lançarem na ordem. Aliás, todos da semana especial de policiais foram lançados na ordem... Pulinhos de alegria \o/
ExcluirDepois que conferir me conta se gostou.
Bjs
Mari
Oi Mari
ResponderExcluirOh céus! Meu problema é que sai policial demais pela Record e eu queria todos e não da tempo rsrsrs. Este foi um 5, mas ainda gostei mais daquele outro que você resenhou antes rs.
bjs
Fer, compartilho de sua opinião! São muitos mesmo, não dá para ter todos. Eu solicito alguns por parceria, compro outros, troco pelo Skoob, mas sempre fica algum pra trás :/
ExcluirEsse livro é o máximo! Se tiver a oportunidade de ler, não deixe passar.
Bjs
Numa livraria, li apenas 25% do livro. Aprisiona o leitor totalmente. Excelente
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