11 de junho de 2014

RESENHA: A MULHER ENJAULADA - Jussi Adler-Olsen (Ed. Record)



Boa tarde, gente!

E vamos para mais uma resenha policial nessa semana especial dedicada aos lançamentos da RECORD desse gênero. Hoje vou falar sobre A MULHER ENJAULADA, do dinamarquês JUSSI ADLER-OLSEN.

A Mulher Enjaulada A MULHER ENJAULADA (vol.1)
JUSSI ADLER-OLSEN
Série: Departamento Q
Editora: RECORD              
Ano: 2014                  
Nº págs: 392
Gênero: Policial, Thriller

SINOPSE: No auge da carreira política, a bela e reservada Merete Lynggaard desaparece. As investigações que se seguem não rendem muitas informações à polícia, levando ao arquivamento do caso. Passados alguns anos, o detetive Carl Mørck, responsável pelo recém-criado Departamento Q — uma seção para casos importantes não solucionados — é encarregado de descobrir o que, afinal, aconteceu a ela. Então, com seu assistente, Assad, ele inicia uma busca pelos rastros desse mistério e, para isso, Carl precisa vasculhar o passado de Merete, guardado a sete chaves, para descobrir a verdade. 

Como fã de livros policiais, nem precisei ler a sinopse de A MULHER ENJAULADA para ficar interessada pelo livro. A mim, bastou saber que o autor era dinamarquês. Não sei se vocês repararam, mas ultimamente os autores escandinavos estão se sobressaindo muito com o gênero policial, ganhando um destaque cada vez maior no mundo e escrevendo livros que além de excelentes nas investigações, matam o leitor de desespero ao acompanhar a sordidez em que os algozes mantém suas vítimas ou a forma como as eliminam, sempre com grande dose de sadismo.

A MULHER ENJAULADA é o primeiro livro da série DEPARTAMENTO Q, e além de ter os aspectos citados acima, se sobressai pela qualidade da narrativa de OLSEN, que pela divisão criada na hora de narrar, deixa o leitor ávido por ler mais e mais.

Se ao lermos a sinopse já achamos que estamos frente a um enredo incrível, é ao abrir o livro que esse achismo passa a ser uma certeza, pois o autor nos coloca para acompanhar o desaparecimento de Merete sob duas visões e duas datas: 2007 quando Carl e seu assistente, Assad, reabrem o caso, e 2002, quando Merete desaparece sem deixar rastros.

OLSEN foi muito feliz por apresentar a obra dessa forma, em que passado e presente se encontram para dar um final incrível ao livro. Mas o que salta mesmo aos olhos em A MULHER ENJAULADA são os personagens. Carl é o típico policial, com problemas pessoais com a esposa e traumatizado com uma investigação do passado que foi mal resolvida e lhe deixou marcas. Gostei muito de ver essa mesmice no personagem, pois deu a sensação de algo familiar, ao mesmo tempo em que sua determinação e coragem colocavam-no como um personagem singular, que encarava as coisas de outra maneira, tanto na investigação como na sua vida pessoal, por isso, gostei muito do personagem. Essa mescla foi fantástica para aproximar leitor desse investigador que foi tão marrento, e algumas vezes até arrogante, mas sempre tendo razão. O ajudante, Assad, também não ficou pra trás. Ele não é um policial, na verdade, é um faz tudo, mas esconde um segredo e por mais que nesse primeiro volume alguma coisa sobre ele tenha sido revelada, algo me diz que foi apenas um vislumbre do que estará por vir nos próximos livros.

Merete também chama atenção na obra. Primeiro por sua posição e participação política no Parlamento, e depois por seu desaparecimento sem resolução. Como o próprio título do livro entrega, sabemos que ela será a personagem “enjaulada”, mas não é possível imaginar tudo pelo que a moça passará. Acompanhar os dias da mulher em seu confinamento é angustiante e tenebroso. Mesmo estando diante de uma mulher de coragem, o autor pesou a mão em algumas situações vividas por ela. É preciso ter estômago, pois foram passagens muito fortes, com algumas sendo até nojentas. O que, obviamente, tornou o livro ainda mais interessante.

Mas, para mim, o que tornou A MULHER ENJAULADA brilhante foi o vilão. Simplesmente adoro esses vilões psicóticos que pensam nos mais absurdos detalhes para executar um plano. Se isso já não bastasse, OLSEN ainda trouxe dois aspectos que sempre me fazem vibrar ao encontrar esse tipo de personagem, o primeiro: o motivo. ADORO quando o motivo é explorado e conseguimos entender as razões de o antagonista estar agindo da forma como está. Claro que não acho justificável, mas adoro ver essas distorções da psique humana, o que nos leva ao segundo aspecto: a exploração do fator psicológico. OLSEN foi fenomenal ao criar um motivo com bastante embasamento e foi brilhante ao ir dando pequenas pistas do estado psicológico do sujeito. Ao final, fiquei em dúvida se estava simplesmente diante de louco ou se compreendia que ele teve as próprias razões e a própria dor para ter feito o que fez. Acho fascinante quando um autor faz com que não vejamos seu vilão como um monstro mau. Como disse ali em cima, de forma alguma estou justificando as terríveis atitudes dele, apenas dizendo que é possível compreender, através de sua história de vida e sua dor, o que desencadeou a maldade dentro dele e o levou a agir de forma to cruel.

Outra coisa que adoro é quando o autor consegue manter o leitor fixado em sua obra mesmo depois de ele descobrir identidades e segredos. O mistério acerca do vilão não é nada grandioso e é fácil de descobrir quem ou por que, mas em momento algum o livro perde o magnetismo. Pelo contrário, é cada vez mais interessante ver tudo o que se deixou escapar na primeira investigação do caso, 5 anos antes. Gostei imensamente de acompanhar Carl descobrindo onde seus colegas haviam falhado e vendo que ele obteve sucesso ao investigar coisas que a ele eram óbvias, mas que outros investigadores deixaram passar. Foi muito interessante porque OLSEN não tenta mostrar Carl como um super agente, o mais inteligente, o mais fodão, enquanto menospreza os outros policiais do departamento, não é isso, é apenas que Carl gosta de ir mais a fundo e investigar vertentes que outros desprezaram, pois ele tem um lado mais aguçado para mexer no que aparentemente é desimportante aos demais.


Espero que a RECORD não demore a lançar outros livros dessa série, afinal, nesse primeiro volume, além de OLSEN ter apresentado muitíssimo bem o mote principal, conseguiu deixar o leitor curioso com o passado de Carl e Assid, seja com suas vidas pessoais ou profissionais, com as picuinhas entre funcionários que acontecem dentro da polícia, com várias pinceladas que deu sobre outros casos, prováveis de serem resolvidos por Carl e seu DEPARTAMENTO Q, e muitas coisas mais. É uma série que com certeza tem bastante espaço para crescer e se tornar uma queridinha para os fãs de policiais. A mim já conquistou, espero que consiga o mesmo com vocês. Leitura magnífica! <3


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8 comentários:

  1. uau, gostei bastante da capa e do sinopse, sua resenha ficou melhor ainda para eu querer ler hahaha <3
    Gostei bastante de seu blog :3 Quero de convidar para conhecer o Doce Literário <3 Beijos!
    http://doceliterario.wordpress.com/

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  2. Fiquei interessada principalmente pelo lado psicológico, gosto quando esse fator é abordado. Espero poder ler. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Oi Mari! Tinha visto seu comentário acho que na caixinha de correio anterior, e já tinha colocado o livro nos desejados. Agora então, estou doida atrás dele. E o melhor é que é o primeiro livro da série, nem acredito. Normalmente as editoras começam a lançar tudo fora de ordem. A história parece bem interessante, também gosto quando exploram bem o motivo, faz com que a gente meio que entenda o lado do "vilão", mesmo não aceitando, né? Adorei. Espero que ele apareça em promoção logo, porque eu quero muito ler.

    Beijos,
    Adri Brust
    http://stolenights.blogspot.com

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    1. Adriii, tb fiquei surpresa por lançarem na ordem. Aliás, todos da semana especial de policiais foram lançados na ordem... Pulinhos de alegria \o/

      Depois que conferir me conta se gostou.

      Bjs
      Mari

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  4. Oi Mari

    Oh céus! Meu problema é que sai policial demais pela Record e eu queria todos e não da tempo rsrsrs. Este foi um 5, mas ainda gostei mais daquele outro que você resenhou antes rs.
    bjs

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    Respostas
    1. Fer, compartilho de sua opinião! São muitos mesmo, não dá para ter todos. Eu solicito alguns por parceria, compro outros, troco pelo Skoob, mas sempre fica algum pra trás :/

      Esse livro é o máximo! Se tiver a oportunidade de ler, não deixe passar.

      Bjs

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  5. Numa livraria, li apenas 25% do livro. Aprisiona o leitor totalmente. Excelente

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