13 de junho de 2014

RESENHA: NÃO VOLTARÁS - Hans Koppel (Ed. Verus)



Oi, gente!

E vamos para mais uma resenha nessa semana especial dos livros policiais da editora RECORD. Dessa vez vou falar sobre um thriller que saiu pelo selo VERUS: NÃO VOLTARÁS, do sueco (mais um) HANS KOPPEL:

Não VoltarásNÃO VOLTARÁS
HANS KOPPEL
Editora: VERUS        
Ano: 2014                  
Nº págs: 390
Gênero: Policial, Thriller

SINOPSE: Mike Zetterberg vive com a esposa Ylva e a filha do casal numa pequena cidade praiana na Suécia. Uma noite, Ylva não volta para casa depois do trabalho. Mike acredita que ela só foi tomar um drinque com as amigas, mas, quando ela não aparece na manhã seguinte, ele começa a se preocupar. Enquanto Mike lida com as suspeitas da polícia e com o próprio desespero, ele nem desconfia de que sua esposa está viva e a apenas alguns passos de casa, presa num porão do outro lado da rua, atraída para uma trama horripilante de punição e vingança. Uma câmera de vigilância lhe permite ver sua família pela tela da TV. Eles não podem vê-la — e certamente não podem escutar seus gritos desesperados de socorro...

Como já falei quase a semana inteira sobre os autores escandinavos, hoje vou parar de bater na mesma tecla para não ficar tão repetitiva, mas saibam que todos os elogios anteriores também vão para o HANS *_*

Faz um tempinho já que NÃO VOLTARÁS saiu pelo selo da VERUS, mas só agora pude me dedicar à leitura. Vi algumas pessoas falando sobre o livro, que acharam interessante, mas que não era tudo isso. Bem, para mim, o livro foi um tudo isso, sim.

Se tem uma coisa que gosto em thrillers é quando eles exploram o tema da vingança, e achei que KOPPEL acertou em cheio ao que se propôs. Foi uma agonia sem fim ver o que estava acontecendo com Ylva a cem metros de sua própria casa. No início, sofri com a personagem, com o que estava acontecendo a ela, com as dores físicas e emocionais que lhe estavam sendo afligidas. Mesmo sabendo logo de cara que ela tinha uma personalidade duvidosa e que escondia situações do passado, ainda assim, senti uma ligação com a personagem e por muitas e muitas vezes tive pena dela. Contudo, quando algumas revelações passaram a ser feitas, conexões com mortes passaram a ser esclarecidas, fui pegando certa birra de Ylva e de seu caráter ruim.

Isso é o que mais ADORO em livros de vingança: a vítima nunca é realmente só uma vítima. Nos livros de serial killers, temos alguém que mata um determinado tipo de pessoa, por um certo motivo. Gosto muito de acompanhar a análise psicológica por trás dessas mentes tão perturbadas, mas, quando a vingança é o foco de um livro, é completamente diferente dissecar o perfil do algoz, isso por que é difícil, para mim, não compreender as razões que levaram o personagem a tais atitudes. Planos de vingança sempre têm motivos para serem colocados em prática e muitas vezes deixo de ver a vítima como coitada, passando a vê-la como merecedora; e o vilão, que no caso deveria desprezar, algumas vezes vejo-o como um justiceiro, alguém que procurou conforto em resultados que a polícia não conseguiu.

Já falei isso em outras resenhas, mas repito aqui: não que eu ache que as atitudes possam ser justificadas, apenas que elas são passíveis de compreensão, e em NÃO VOLTARÁS, entendi as razões do sequestro de Ylva. Claro que muitas vezes achei que os algozes estavam exagerando e pesando a mão, mas, por se tratar de vingança, é impossível sabermos por quanto tempo a dor permaneceu dentro do personagem para que ele passasse a ser tão cruel.

Um aspecto que achei fascinante em NÃO VOLTARÁS foi a polícia. A grande maioria dos livros do gênero traz policiais fantásticos dispostos a tudo para desvendar o crime, e como nessa semana de leituras policiais encontrei grandes investigadores, fiquei maravilhada ao dar de cara com dois bobocas preguiçosos em NÃO VOLTARÁS. Aqui, a polícia não tem atitude alguma. Eles acham que sabem o que aconteceu, pensam em uma só linha, não raciocinam em relação a nada e deixam o caso para lá, pois, tirando os achismos, não têm nada em que se basear para levar o caso aos tribunais. Isso acontece porque são dois agentes preguiçosos, que passam a maior parte do tempo pensando em onde vão almoçar e deixando pistas concretas para trás, por não as achar interessantes ou por achar que algumas dicas e denúncias que recebem são papo furado ou conversinha de fofoqueiros. Realmente achei bastante interessante a abordagem desse lado policial, pois sabemos que existem bons e maus profissionais em todas as áreas, e na grande maioria das vezes, nos thrillers e policiais, os investigadores são perspicazes e jamais pensam em desistir antes de obter uma resposta, enquanto que em NÃO VOLTARÁS, eles sequer pensam em tirar a bunda da cadeira para fazer algo. Gostei muito de a história não apresentar heróis nesse sentido.


Sei que muitos não apreciaram NÃO VOLTARÁS, mas realmente achei fascinante e adorei a abordagem do autor. Particularmente, recomendo MUITO!



Comente com o Facebook:

8 comentários:

  1. Eu sou fã de livros policiais e thrillers, acho fascinante a maneira como os bons autores conseguem construir histórias que se encaixam perfeitamente, não é um gênero apreciado por muitos leitores e eu sempre estou em busca de novos autoress interessantes, ainda não conhecia esse livro mas achei a premissa bem original, vou procurar ler.

    ResponderExcluir
  2. Faz um tempinho que vi esse livro no Skoob e me interessei por ele. Gostei ainda mais agora por saber da trama de vingança e da escolha do autor de mostrar esse outro lado da polícia. Pois realmente existem profissionais bons e ruins e todas as áreas. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Gabis, leia ele, sim. É muito bom. Acho que você vai gostar muito. Eu estava tendo um treco durante a leitura, rs.

      Bjs

      Excluir
  3. Oi Mari! Nossa, deve ser interessantíssimo ver esse outro tipo de policiais, né? Pois eles realmente existem. Histórias a respeito de vingança são ótimas, sempre acabam nos deixando divididos sobre quem é a verdadeira vítima na história, pois, os dois lados acabam sendo tanto vítimas quanto vilões. Não tinha prestado muita atenção no livro, mas agora vou atrás dele, adorei.

    Beijos,
    Adri Brust
    http://stolenights.blogspot.com

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vai, Sim, Adri. Coloque ele no topo de sua lista. Certeza que vai gostar.

      Bjs

      Excluir
  4. Ei Mari

    Não sei se eu gostaria tanto quanto você porque eu sempre me irrito com policiais molengas, eu gosto dos fodões rsrs. E engraçado que nem tinha ouvido falar deste livro ainda, primeira resenha que leio sobre ele.
    bjs

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Fer, tb gosto dos policiais fodões, mas gostei de ver os molengas em "ação". Foi bastante diferente. Como a história é bem tensa e mais voltada aos protagonistas, nem sobre tempo para pensarmos na investigação. Achei nota mil.

      Bjs
      Mari

      Excluir

* Deixe seu comentário e me faça feliz :D
* Se você tem um blog, não esqueça de deixar o link.