4 de novembro de 2015

RESENHA: A RAINHA DA NEVE - Michael Cunningham (Ed. Bertrand Brasil)



Bom dia, pessoal!

Hoje vou falar sobre o novo lançamento do MICHAEL CUNNINGHAM: A RAINHA DA NEVE, lançado pela editora RECORD.

A Rainha da NeveA RAINHA DA NEVE
MICHAEL CUNNINGHAM
Editora: BERTRAND BRASIL              
Ano: 2015
Nº págs: 252
Gênero: Romance, Drama

SINOPSE: Barrett Meeks, que acabou de perder mais um amor, está à deriva. Ao atravessar o Central Park, ele se vê repentinamente inspirado a erguer os olhos para o céu, onde uma luz pálida e translúcida parece encará-lo de uma forma nitidamente divina. Ao mesmo tempo, seu irmão mais velho Tyler, músico viciado em drogas, tenta em vão escrever uma canção de amor para sua noiva, Beth, que está gravemente doente. Barrett, assombrado por aquela luz, inesperadamente recorre à religião. Tyler, por sua vez, se convence cada vez mais de que apenas as drogas serão capazes de dar vazão à sua verve criativa mais profunda. E enquanto Beth tenta encarar a morte com o máximo de coragem possível, sua amiga Liz, uma mulher mais velha — cínica, porém perversamente maternal —, lhe oferece ajuda. Guiados pela narrativa sublime de Michael Cunnningham, acompanhamos Barrett, Tyler, Beth e Liz à medida que trilham caminhos definitivamente distintos em sua busca coletiva pela transcendência. Numa prosa sutil e lúcida, o autor demonstra uma profunda empatia por seus conflituosos personagens, além de uma compreensão singular daquilo que reside no âmago da alma humana.

Solicitei A RAINHA DA NEVE por ser do CUNNINGHAM. Não, eu não conhecia o autor, apenas tinha ouvido falar sobre seu premiadíssimo AS HORAS, que rendeu uma adaptação bastante famosa, ao qual ainda não assisti. Mas, pelo homem ser tão comentado, quis conferir, e o resultado foi que fiquei extremamente dividida com a leitura.

Até um pouco depois da metade de A RAINHA DA NEVE, estava achando o livro lento, enfadonho e de uma mesmice sem fim. Os três personagens que mais se sobressaíram eram de uma chatice IMENSA. O drogado Tyler me irritou em diversos momentos em que deu as caras, isso porque o que ele mais queria era escrever uma canção de amor para Beth, sua noiva que estava com uma doença terminal. Por não conseguir escrever logo a tal canção, o personagem resolveu me cansar e ficar falando só disso e de seu imenso e eterno amor por Beth. Esta, apesar da doença, não conseguiu fazer com que eu me sentisse próxima nem penalizada. Por alguma razão, Beth não me convenceu com sua dor ou tristeza. Já Barret me decepcionou por ser um homossexual mal resolvido. Não, ele não é mal resolvido em relação a sua orientação sexual, mas sim em todos os demais aspectos da vida. É alguém completamente dependente de outro, desesperado por um relacionamento, e que conta no dedo quantos deles fracassaram. Sua vida gira tão em torno disso, que parece que o personagem deixa de lado outros aspectos fundamentais, como o emprego.  A parte em que ele viu a tal luz então... Ah, essa extrapolou minha paciência de leitora, mas, como disse, até um pouco mais da metade do livro.

Depois disso as coisas mudaram. Foi feita uma revelação que fez com que os mais diversos sentimentos explodissem dentro de mim: raiva, mágoa, descrença... Enquanto eu lia o livro, sempre me perguntava onde CUNNINGHAN queria chegar com esse enredo, e acho que não gostei de descobrir. Como tudo estava morno e arrastado, sofri um tremendo baque com a forma com que tudo foi explorado depois. Tyler se tornou um dos personagens mais cínicos que já encontrei nos livros, mas MUITO cínico mesmo, daqueles que encontram desculpas para todas as merdas que fazem. Beth por fim caiu em minhas graças, principalmente porque passou por altos e baixos com sua doença, que culminou em um dos pontos altos do livro, e Barret... Bom, Barret conseguiu me conquistar e até me cativar com sua história sobre a tal luz, até fiquei um tantinho crente sobre ela e as circunstâncias.


Não nego, pela fama do autor, esperava algo completamente diferente de A RAINHA DA NEVE, um livro que acabou por testar minha paciência, mas que me surpreendeu de forma bastante positiva, mesmo que tenha me deixado desgostosa com o que estava lendo. Aos dotados de mais paciência e que não têm pressa para concluir a leitura, recomendo.


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4 comentários:

  1. Eu não tenho muita paciência em livros (exceto em thrillers e policiais), então acho que não seria um bom livro para mim... quem sabe. Mas fiquei bastante curioso em relação a história.

    Www.cidadedosleitores.blogspot.com (TÁ ROLANDO SORTEIO)

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  2. Mari!
    Até gosto de romance e drama, porém tem de ter dinâmica no livro, caso contrário, não rola.
    O autor é afamado, mas pelo jeito, deu uma fora.
    No momento vou passando o livro.
    “Reflexão de Lavoisier ao descobrir que lhe haviam roubado a carteira: nada se perde, tudo muda de dono.”(Mario Quintana)
    cheirinhos
    Rudy
    http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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  3. o livros tem até jeito de ser bom , mas eu tambem não me interessei, gostei da tua sinceridade na resenha, obrigada.

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  4. O livro é muito desanimador. O autor colocar muitos parênteses o que tira o foco do que ele estava falando anteriormente. Você tem vontade de parar de ler o livro logo no começo, quando da a entender que um irmão gay sente alguma atração pelo outro irmão que não é gay. Uma historia sem começo e fim. Muito ruim mesmo. Não indico a ninguém.

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