RESENHA: SEU CORAÇÃO ME PERTENCE - Dean Koontz (Ed. Record)

Bom dia, pessoal.

Hoje vou falar de um thriller que estava doida para ler, mas que foi uma decepção enorme L: SEU CORAÇÃO ME PERTENCE, do DEAN KOONTZ, lançamento da editora RECORD.

SEU CORAÇÃO ME PERTENCE

DEAN KOONTZ

Editora: RECORD              

Ano: 2014                  

Nº págs: 384

Gênero: Thriller

SINOPSE: Aos 34 anos, o bem-sucedido empresário Ryan Perry descobre sofrer de uma grave doença cardíaca. Sua única chance é um transplante de coração, mas o tempo é curto. Desesperado, ele não mede esforços para conseguir o novo órgão e, com o auxílio de um novo cardiologista, encontra um doador. Entretanto, um ano depois, Ryan começa a vivenciar uma série de estranhos eventos: sonhos excêntricos, vultos inexplicáveis, presentes bizarros e um vídeo de uma cirurgia com a arrepiante mensagem: “Seu coração me pertence.” De uma dádiva, o coração de Ryan se torna uma maldição.

Conheci a narrativa do KOONTZ através da trilogia FRANKENSTEIN (que depois virou série), uma série fabulosa que me deixou chocada com a criatividade do autor e com a excelência dos muitos temas que apresentou durante os três volumes iniciais. Em uma história policial, KOONTZ misturou terror, sobrenatural, ficção científica e vários outros gêneros, fazendo com que a série se tornasse inesquecível para mim. Por causa disso, quando a RECORD lançou SEU CORAÇÃO ME PERTENCE, fiquei desesperada para conferir um pouquinho mais da excelência do KOOTNZ, mas a decepção foi enorme!

É inegável a agilidade do livro e o passar das páginas, mesmo parecendo que boa parte dele é uma repetição sem fim, contudo, foi o enredo mesmo que, ao meu ver, deixou a desejar. Como SEU CORAÇÃO ME PERTENCE é um thriller, minhas expectativas estavam nas alturas, ainda mais por causa da minha experiência passada com o autor, mas o que encontrei foi uma encheção de linguíça sem fim! 

O livro é dividido em três partes. Na primeira, tomamos conhecimento da vida e doença de do protagonista, Ryan. Se no início a história dele pareceu interessante, após umas 40, 50 páginas já se tornou fatigante ler sobre o personagem. Quando ele descobre a doença, começa a ficar meio paranóico: ouve vozes, acredita que há uma conspiração para matá-lo, acha que está sendo envenenado, etc. Diante tais pensamentos, começa a investigar alguns personagens e descobre algumas coisas sobre eles, mas, ao visitar seu médico novamente, este descarta a possibilidade de envenenamento, então Ryan dá uma sossegada na hipótese, mas não a deixa totalmente de lado, continuando paranóico. Foi aí que o enredo passou a me irritar. Para mim, essa coisa de thriller psicológico não funcionou no personagem, pois as paranóias não pareciam crescer ou deixá-lo pior, pareciam apenas se repetir, repetir e repetir.

Na segunda parte contamos com um Ryan já operado há um ano, tempo em que sua sanidade voltou ao normal, mas depois, diante um acontecimento, ele começa com suas paranóias, que são exatamente iguais antes, a sensação que tive foi ter voltado às primeiras páginas, foi mais um mar de repetição, repetição e repetição. Com isso, a leitura tornou-se cansada e considerei seriamente abandonar o livro, pois até ali a narrativa tinha nada de thriller policial, o thriller psicológico não me convencia, e tudo parecia tomar moldes de uma história sobrenatural, bem fraca por sinal.

Faltando 90 páginas para o final, cheguei à terceira parte do livro, em que ele ganhou, FINALMENTE, os traços de thrillers policiais, e realmente trouxe explicações excelentes e esclarecedoras, mas que caberiam melhor se a narrativa tivesse optado por outras situações no começo, pois pareceu que as coisas não se ligavam de forma interessante. Sabem quando falta liga em uma história? Foi o que faltou aqui. Personagens que deixaram o protagonista temeroso no início sumiram sem esclarecimentos, outros apareceram e foram pobremente trabalhados, os ganchos criados foram fracos, muito fracos, e nada convincentes, e outras diversas falhas ocorreram no enredo. Tive a sensação que as duas primeiras partes foram escritas por um autor e a terceira por outro, que tentou salvar a salada apresentada até ali, mas que não deu certo, pois o que veio previamente a essa parte foi MUITO ruim. 

Apesar de ter gostado do desfecho não posso deixar de considerar as outras 290 páginas, em que um marasmo constante e uma repetição infinita tomaram conta do livro. Não posso deixar de considerar também que, mesmo nessa terceira e última parte, mesmo com excelentes explicações, o final do personagem Ryan deixou a desejar. Talvez eu tenha ido com muita sede ao pote, talvez tenha confiado demais na narrativa do KOONTZ, talvez tenha colocado expectativas demais nesse livro, e foi provavelmente por conta desses fatores que me decepcionei tanto. Não pretendo desistir do autor, pois tenho certeza que ele deve ter vários outros livros excelentes, mas SEU CORAÇÃO ME PERTENCE, com toda certeza vai para aquela listinha de NÃO RECOMENDO :S

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