Bom dia, pessoal.
Hoje vou falar sobre um livro bastante intenso: GAROTA, INTERROMPIDA, da SUSANNA
KAYSEN, lançado pela editora ÚNICA.
SUSANNA KAYSEN
Editora: ÚNICA
Nº págs: 190
Gênero: Drama
SINOPSE: Quando a realidade torna-se brutal demais
para uma garota de 18 anos, ela é hospitalizada. O ano é 1967 e a realidade é
brutal para muitas pessoas. Mesmo assim poucas são consideradas loucas e
trancadas por se recusarem a seguir padrões e encarar a realidade. Susanna
Keysen era uma delas. Sua lucidez e percepção do mundo à sua volta era logo que
seus pais, amigos e professores não entendiam. E sua vida transformou-se ao
colocar os pés pela primeira vez no hospital psiquiátrico McLean, onde, nos
dois anos seguintes, Susanna precisou encontrar um novo foco, uma nova
interpretação de mundo, um contato com ela mesma. Corpo e mente, em processo de
busca, trancada com outras garotas de sua idade. Garotas marcadas pela
sociedade, excluídas, consideradas insanas, doentes e descartadas logo no
início da vida adulta. Polly, Georgina, Daisy e Lisa. Estão todas ali. O que é
sanidade? Garotas interrompidas.
Faz muitos anos que assisti ao filme GAROTA,
INTERROMPIDA. Na época, lembro de ter adorado, mas foi só no ano passado,
quando a ÚNICA lançou o livro, que
descobri tratar-se de uma adaptação. Desde então tive curiosidade para conferir
o que SUSANNA KAYSEN havia preparado
em seu enredo, e foi ao começar a leitura que me deparei com mais uma
inimaginável surpresa: SUSANNA KAYSEN
não é apenas a autora de GAROTA,
INTERROMPIDA, ela é a também a personagem(!!), pois os fatos relatados no
livro foram reais e vividos por ela.
Por já saber a intensidade da obra, foi um verdadeiro choque descobrir, no
início da leitura, que as páginas que surgiriam a minha frente seriam reais,
seriam situações vivenciadas de forma verdadeira e profunda, e não mera ficção
de uma autora que fez algum tipo de pesquisa para apresentar uma história sobre
as camadas da mente humana.
Diante tal descobrimento, passei a ler GAROTA, INTERROMPIDA, sob nova perspectiva, afinal, quando sabemos
que uma história é real, ela se torna imediatamente mais importante. Justamente
por isso, meus sentimentos durante a leitura foram bastante intensos.
Foi com bastante tristeza que acompanhei os dois anos da vida de SUSANNA no hospital psiquiátrico.
Durante muitas e muitas passagens me perguntei se realmente havia uma razão
para a personagem estar ali, pois por diversas vezes ela me pareceu alguém
“normal”. Não digo que ela não tivesse algum tipo de depressão e que o desejo
de morte não fosse real, mas talvez ela pudesse ter sido tratada de outra
forma. Contudo, o ano era 1967, e não acho que nessa época os estudos sobre a
psique humana estavam tão avançados como hoje. Acredito que hoje o tratamento e
atenção despendidos para Suzanna seriam outros. Às vezes, senti que algumas
situações vivenciadas no confinamento a faziam piorar e ter de enfrentar uma
batalha ainda mais dura e árdua para se manter sã, principalmente diante da
atitude de outras internas. Internas essas que ganharam bastante destaque nesse contagiante enredo e
que por vezes tornam a estada de Suzanna no hospital mais fácil. Ao mesmo tempo
em que foi gostoso acompanhar os laços de amizade se formando, foi triste
acompanhar a carga emocional que cada uma ali dentro carregava: Lisa é uma
personagem incrível, que apesar da situação vivida, ainda conseguiu arrancar
alguns sorrisos de mim. Gostei muito de ver a inteligência e astúcia da moça
para lidar com diversas situações. Já uma das internas me fez sofrer, principalmente quando a história de seu corpo queimando foi relatada.
Gosto quando os autores conseguem
expor situações de formas dolorosas, pois são elas que marcam o leitor, e SUZANNA conseguiu esse feito durante as
páginas de seu relato, nu e cru, sobre sua própria sanidade e a de suas colegas.
GAROTA, INTERROMPIDA é o tipo de livro
que serve como um soco no estômago, ainda mais quando percebemos que tudo ali
foi extremamente real. Adorei a forma intercalada e fora de cronologia que SUZANNA optou para contar sobre sua
vida. É preciso coragem para se expor assim ao mundo, e a autora provou que tem
de sobra. Fiquei admirada! Leitura excelente!
Não cheguei a ver o filme mas quero ler o livro. Só posso imaginar como a história deve ser forte e impactante, ainda mais por ser real. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Eu vi esse livro na revista da Avon e fiquei bastante curiosa sobre a leitura! Gostei muito da sua resenha e quero ler esse livro! Não sabia do que se tratava de uma estória real e tão profunda! Já está no meu skoob!!
ResponderExcluirBeijinhos
Mirelle - meumundoemtonspasteis.com
Mi, tb fiquei surpresa. Nunca tinha ouvido falar que era real.
ExcluirEspero que você goste tanto quanto eu.
Bjs
Tenho o livro mas ainda não o li. Nem o filme cheguei a ver todo.
ResponderExcluirBjs, Rose.
Oi Mari! Nunca vi o filme nem li o livro, e nem sabia do que se tratava. Mas parece um livro incrível, e bem forte, né? Histórias reais sempre acabam sendo mais intensas. Apesar de não ter muito o costume de ler dramas fortes assim, a história me interessou. Se eu tiver a oportunidade, vou ler sim, e espero gostar bastante.
ResponderExcluirBeijos,
Adri
http://stolenights.blogspot.com