30 de julho de 2014

RESENHA: O CONDADO DE CITRUS - John Brandon (Ed. Galera Record)



Boa tarde, pessoal.

A resenha de hoje será de um dos lançamentos da GALERA RECORD: O CONDADO DE CITRUS do JOHN BRANDON.

O Condado de Citrus O CONDADO DE CITRUS
JOHN BRANDON
Editora: GALERA RECORD
Ano: 2014                  
Nº págs: 288
Gênero: Suspense

SINOPSE: A Flórida do condado de Citrus não se parece em nada com aquelas imagens de televisão, com um clima convidativo, coqueiros e surfistas. Shelby Register, de quatorze anos, se muda para a cidade com cheiro de pântano com seu pai e irmã após a morte da mãe. Talvez a única coisa que a interesse seja o tal Toby McNurse, um delinquente sem cura que cumpre suas dezenas de detenções acumuladas. Já Toby não vê sentido na vida, nas paixões dos adultos, nas diversões dos amigos. Só sabe, em seu âmago, que está em seu destino fazer o mal. E ao observar as angelicais irmãs Register, sabe que o chamado de sua alma está prestes a ser atendido.

Solicitei O CONDADO DE CITRUS porque me senti bastante atraída pela sinopse. Parecia que um livro diferente se anunciava e adoro conferir histórias com jovens que saem da superficialidade tão comum ultimamente. Por conta dessa expectativa, passei-o na frente de alguns que estavam na fila e dediquei meu sábado à sua leitura, contudo, até hoje, quatro dias depois de finalizá-lo, ainda não sei muito bem o que pensar do livro. Algumas coisas foram espetaculares, outras deixaram muito a desejar, por isso continuo dividida em relação a O CONDADO DE CITRUS.

O livro começa muito bem, logo de cara apresentando Shelby e Toby. Shelby, a garota exemplar, a menina de ouro; Toby, o vadio, o malandro. Pode até parecer que BRANDON vai explorar o relacionamento entre a menina certinha e o bad boy, mas a intenção do autor é explorar uma vertente muito pior, muito mais assustadora!

Acredito que a grande maioria que acompanha o blog saiba o quanto sou fascinada por livros policiais, mas apesar disso e de já ter visto os tipos mais horríveis nesse tipo de livro, ainda assim, a maldade intrínseca a Toby conseguiu me revirar o estômago. Talvez tenha sido pela pouca idade do personagem, apenas 14 anos, mas fiquei meio em choque com a sordidez e frieza do garoto em fazer o que fez.

Particularmente, classificaria o livro como um thriller, e até agora estou sem entender a razão de ele ter saído pelo selo da GALERA. Sei lá, quando penso na GALERA me vem à mente outro tipo de livro; e isso também foi uma das coisas que me surpreenderam em O CONDADO DE CITRUS. Precisei ter estômago para ler, para seguir em frente, pois Toby é um vilãozinho pra lá de doente, e não digo isso no sentido físico. Provavelmente, se estivesse lendo um livro com esse mesmo mote, com adultos, não teria ficado tão horrorizada, mas foi impossível não sentir arrepio, justamente por se tratar de uma criança, a meu ver, maligna!

Apesar de assombrada com o personagem, essa foi uma parte que gostei muito. Achei fabulosa a forma como o autor explorou esse lado ruim de Toby e seu cinismo, bem como a inteligência e tristeza de Shelby. Gostei de como ele misturou os dois e fez florescer e crescer um relacionamento, que também confesso ter ficado meio horrorizada, ainda mais por Shelby ser uma garota tão inteligente e madura para idade.

Um personagem que salta aos olhos é o Sr. Hibma, um jovem professor insatisfeito com a própria vida, com aulas peculiares e pensamentos ainda mais. É o tipo de personagem bastante complexo, que tem seus altos e baixos e vive em uma constante montanha-russa, levando o leitor junto com ele por esses caminhos. Sem dúvida foi meu personagem preferido.

Porém, apesar de só ter feito elogios até agora, preciso falar o que não me agradou em O CONDADO DE CITRUS, e foram três fatores que me deixaram meio desgostosa com a leitura. Primeiro: a participação do FBI. Sou fã de livros policiais e adoro quando o FBI assume um caso. No livro a participação deles é bem reduzida, já que o caso deve ser cuidado pela polícia local, contudo, essa participação não devia nem ter existido, uma vez que apresentou duas agentes boçais e idiotas. Sei que existem maus empregados em qualquer profissão, mas o caso aqui não é esse, não é o caso de serem funcionárias ruins, é o caso de serem estúpidas mesmo! Primeiro, porque fazem uma investigação porca, segundo, porque ficam de blá, blá, blá com a Shelby de um jeito que NÃO existe! Poxa!, é o FBI! As agentes ficam de conversinha com a garota, contam sobre suas vidas pessoais, sobre seus problemas, a relação amorosa, e mais, depois uma delas LIGA para Shelby para se desculpar pela conversa fiada e pela pouca atenção que deram para a garota em relação ao problema policial que ela enfrenta; justificou que os problemas pessoais a tiraram de foco ¬¬ Ok, em que mundo isso? Para mim foi bizarro! Uma situação que só serviu para estragar o livro.

Segundo ponto que me fez torcer o nariz: a atitude de Shelby ao desvendar o mistério. Que ela é meio esquisita até compreendo, mas durante a narrativa inteira fala-se tanto de sua inteligência e sagacidade que fiquei horrorizada ao ver como ela havia interpretado os fatos finais, o que me levou ao terceiro ponto: ter detestado o fim do livro. Achei terrível a forma como as coisas acabaram. Terrível e injusta! Gostaria de ter visto outra atitude por parte Shelby, uma atitude mais voraz, menos apática. A resolução do caso foi detestável, ao menos para mim, que esperava uma ação e reação completamente diferente vinda de Shelby. E claro, esperei um final bastante diferente do apresentado para o sinistro Toby. 

O CONDADO DE CITRUS é aquele tipo de livro que cada um tem que ler para tirar as próprias conclusões. Eu mesma ainda não sei o quê realmente pensar sobre esse enredo, que ora parecia maravilhoso, ora fora da realidade. Apesar de já ter passado 4 dias da leitura, e de já ter lido outros livros nesse tempo, ainda estou digerindo tudo que BRANDON apresentou em sua história. Leiam e me contem o que acharam ;)


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3 comentários:

  1. Queria ler esse livro, mas agora já não sei. Principalmente pelos comentários sobre as Agentes do FBI, me pareceu que o autor foi um tanto sexista na criação das personagens. Vou pensar melhor. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Faz tempo que não leio nada do gênero, fiquei curiosa, quem sabe não esta a dica que estava faltando para eu voltar a ler este tipo de livro ^^

    Beijos Joi Cardoso
    Estante Diagonal

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  3. Oi Mari! Não fazia a menor ideia de que esse livro tinha essa temática. Realmente, por ter saído pelo selo da Galera, imaginei uma coisa totalmente diferente. Fiquei curiosa com a história, para saber o que realmente acontece, e o que te surpreendeu tanto, mas acho que não vou lê-lo tão cedo. Não gostei nem um pouco dessa parte de as agentes do FBI serem burras e tal, morro de raiva quando isso acontece.

    Beijos,
    Adri
    http://stolenights.blogspot.com

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