Olá, pessoal.
Mais uma semana que começo com resenha policial, (quase não gosto). Dessa vez vou falar sobre INDESEJADAS, da KRISTINA
OHLSSON, lançado pelo selo VESTÍGIO.
KRISTINA OHLSSON
Editora: VESTÍGIO
Nº págs: 400
Gênero: Policial, Suspense
SINOPSE: Crimes brutais marcam um verão sueco. Suécia, meados
de um verão chuvoso. O inspetor Alex Recht e sua equipe, auxiliada pela
analista criminal Fredrika Bergman, começam a investigar o que parece ser um
caso clássico de disputa familiar pela guarda de uma criança. No entanto,
quando a menina é encontrada morta no extremo norte da Suécia, com a palavra
“indesejada” escrita na testa, o caso se transforma rapidamente no pior
pesadelo da equipe de investigadores.
Como a maioria deve saber, a VESTÍGIO
é um selo dedicado EXCLUSIVAMENTE aos livros policiais. Isso faz com que seja
uma de minhas editoras preferidas e que meu coração pule de emoção a cada novo
lançamento que eles anunciam. Com INDESEJADAS
foi exatamente assim, ainda mais por ter visto tantos comentários falando o
quão fantástica a obra é. Claro que a vontade pela leitura aumentou ainda mais
quando vi que a autora era escandinava. Repararam como esses autores estão se
sobressaindo? Fico absurdamente chocada cada vez que leio um livro desse
pessoal, a criatividade deles parece não ter limites, mesmo quando abordam o mesmo
tema.
Diante tantos elogios, mais uma vez fiquei com a expectativa lá nas
alturas, e mais uma vez, infelizmente, elas não foram correspondidas. Não achei
INDESEJADAS ruim, mas também não o
achei tão maravilhoso. Para mim, foi um livro mediano, que consigui considerar
apenas como bom, mas vou explicar para vocês as razões.
Primeiro vou falar tudo de bom que achei do livro. E não foram poucas
coisas. A verdade é que tenho mais elogios que críticas a fazer, contudo, o
que não gostei pesou muito na hora de avaliar.
Vou começar falando sobre a narrativa de KRISTINA, que é fabulosa e intensa. Li o livro de uma só tacada
porque me dava verdadeiro desespero parar para fazer qualquer coisa. Essa
mulher tem o dom da escrita. Cada informação que ela dá, cada ambiente em que
nos insere, em cada personalidade de personagem que nos faz mergulhar, vai
fazendo com que o desespero pela leitura se torne cada vez maior. Adoro quando
os autores escrevem de forma tão espetacular que tornam a leitura sublime. É o
caso em INDESEJADAS.
Em relação aos personagens, fiquei maravilhada com a grandeza alcançada
pela autora com seu grupo policial. Diferentemente da imensa maioria dos livros
policiais, em que uma figura se torna líder, em INDESEJADAS temos três grandes policiais figurando como
protagonistas e, além deles, uma boa equipe. Os três policiais me surpreenderam
bastante. Cada um deles tem uma história pessoal fantástica e muito bem
abordada pela autora. A forma como ela trabalhou o lado pessoal e a
personalidade desses personagens foi incrível, pois cada revelação sobre suas
vidas apareciam em momentos pertinentes no enredo, não parecendo que estavam
ali de forma deslocada ou para preencher espaço.
Uma coisa maravilhosa na criação desses três personagens foi a briga
interna deles, pois um é uma mulher, a analista criminal, Fredrika, a quem os
colegas Alex e Peder não fazem questão alguma de ter na equipe. O preconceito
dos parceiros em ter uma civil no grupo foi muito bem trabalhado. Por várias
vezes senti raiva dos homens e torci por Fredrika, afinal, adoro livros
policiais com uma figura feminina inteligente e promissora. E é exatamente
assim que a personagem é. Com isso ela surpreende a todos, pois leva a
investigação a caminhos não imaginados pelos rapazes. O único ponto que me
desagradou em relação ao trio, é que muitas vezes Fredrika achava que eles
desdenhavam dela por ser mulher, mas não consegui ver dessa forma, a meu ver, o
desdém vinha pelo fato de eles serem policiais, terem passado por cursos,
estarem frente à ação, etc, enquanto ela havia cursado a faculdade e trabalhado
sempre atrás de uma mesa analisando fatos. Contudo, essa “guerrinha” também serviu
para apimentar ainda mais a relação desses três excelentes investigadores, mas
com vidas pessoais um tanto quando infelizes.
Outro aspecto que gostei bastante, e que já é de praxe os autores
escandinavos trabalharem em suas obras, é a pedofilia. Cada informação que eles
dão sobre o tema fico mais agoniada. Por serem tantos os autores que exploram
o tema em suas obras, fico pensando o quão grave e quão triste deve ser a
situação para aqueles lados. Gosto muito dos esclarecimentos em torno do
assunto, pois acho que o autor acaba fazendo com que o mundo toda saiba o que
se passa em seu país. Acho também que serve como um alerta ao mundo, que alguma
providência precisa ser tomada o mais rápido possível. E até determinado ponto, achei essa abordagem da KRISTINA,
que na realidade faz parte do segundo plano do enredo, espetacular.
Espetacular também foi o mote principal abordado em INDESEJADAS: a morte de jovens meninas e a palavra “INDESEJADAS” escrita em suas testas. E
foi aí que uma leitura que até estão estava sendo perfeita, começou a decair em
meu conceito. Foram três os fatos que fizeram com que eu considerasse a leitura
mediana. O primeiro: a obviedade do segredo das mães das garotas. Sério, lá
pela página 200, 230 dava para ter certeza o que as mulheres escondiam e porque
o assassino estava matando aqueles crianças e as marcando com tal palavra.
Porém, a polícia só foi descobrir essa razão ao final, e isso me decepcionou
muito, pois os agentes envolvidos eram bastante inteligentes e capazes,
principalmente Fredrika, e fiquei com raiva da demora absurda em compreenderem
um fato que saltava aos olhos desde a metade do livro.
Segundo ponto: o assassino. Claro que não vou poder falar muito das minhas
decepções em relação a ele, pois tenho medo de soltar alguma coisa, mas esperei
uma revelação melhor de quem seria ele. Como disse, pelas pistas dadas e com o
segredo óbvio do enredo, eram claras as razões do porquê ele estava matando, e
justamente pelo motivo ter se revelado tão rápido, imaginei que a identidade
seria algo que surpreenderia e fizesse com que eu desse gritos de prazer, mas
não foi o que aconteceu L
Terceiro ponto, esse me desagradando em grau enorme: a brusca mudança de
foco na obra. Explico: até mais ou menos a metade do livro a suspeita
detinha-se em um determinado personagem e na abordagem da pedofilia, mas, em
uma reviravolta, descobriu-se que o envolvido nas mortes era outro, e então o
primeiro personagem e tema abordados não apenas passaram para um segundo
plano, eles desapareceram do livro! Eu lia muitas e muitas páginas e ficava me
perguntando o que havia acontecido, como o personagem havia sumido de repente
do enredo e como o tema da pedofilia havia sido interrompido. Isso me causou
certa raiva, pois gostaria que a autora tivesse conduzido as duas vertentes de
forma simultânea, e não ter deixado de lado para dar uma explicação, bem pobre
e parca, ao final, em 4 ou 5 páginas. E esse foi o fato que mais pesou quando
avaliei o livro. Tudo é excelente, mas não se interrompe de forma tão brusca
uma vertente para dar a ela um desfecho rápido só nas páginas finais, ainda
mais quando envolve um assunto tão grave. Isso me deixou decepcionada.
Apesar dos pontos que me desagradaram, vou continuar lendo a série,
simplesmente porque a escrita de KRISTINA
é contagiante e magnética. Quero ver o que a autora vai trazer nos próximos
volumes, quais temas irá abordar, mas, principalmente, quero ver que rumo vai
dar a vida pessoal de seus três investigadores, que por mais que tenham me
deixado com raiva em alguns momentos, foram excelentes personagens.
Apesar de poucas coisas terem te incomodado, Mari, o peso delas é incontestável. Mas fiquei com vontade de acompanhar a série por causa dos seus comentários sobre os investigadores. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Mari, desde que vi esse livro nos lançamentos da editora estou doida para ler. Fico triste em saber que desses pontos positivos, realmente dá raiva quando tudo é óbvio demais, e os personagens não descobrem nunca. Mas acho que isso nem me incomoda tanto, fiquei preocupada com esse último ponto, é bem ruim quando o autor simplesmente abandona uma das vertentes da história na metade. Mas mesmo assim, os pontos positivos ainda se sobressaem, e eu espero gostar bastante do livro!
ResponderExcluirBeijos,
Adri
http://stolenights.blogspot.com
Eu gosto também quando o livro tem personagens femininas inteligentes ..
ResponderExcluiragora é super chato quando acontece isso.. a autora meio que esquecer de um fato que estava acontecendo em boa parte do livro e lá no final voltar e concluir com pouquíssimas palavras.. poderia ter sido um livro ainda melhor se ela conduzisse ambas as histórias..
Opaaaaa!! Gostei muito da premissa desse livro e gosto bastante dos policiais feitos por autores menos conhecidos europeus porque sempre foge um pouquinho dos clichês da literatura norte-americana. Parabéns pela resenha.
ResponderExcluirRealmente, Mari! São mais elogios do que críticas, mas o peso das falhas é bem maior do que os acertos. Também não entra na minha cabeça esses "desaparecimentos" de personagens e sub-tramas interessantes. Essa parte do segredo ficar óbvio antes do final também é chato pra caramba. Pelo menos a escrita da autora segurou o livro.
ResponderExcluir@_Dom_Dom
Lendo sua resenha consigo pensar em dois possíveis segredos para as tais mães, mas não vou comentar aqui kkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirApesar dos pontos negativos citados, acredito que eu gostaria da obra. Acho melhor eu parar de ler resenhas de livros da Vestígio ou minha lista de desejados vai aumentar demais :S haha
Beijos!
A história parece ser intensa. Gosto deste tipo de leitura policial. me deixa mais empolgada e prende mais minha atenção. Espero conseguir ler,pois histórias assim dão mais gosto de poder ler.
ResponderExcluirBeijos.