3 de outubro de 2013

RESENHA: CORAÇÕES FERIDOS - Louisa Reid (Ed. Novo Conceito)



Oi, gente!

Hoje vou falar de CORAÇÕES FERIDOS da LOUISA REID, o quarto livro do mês de setembro que li da NOVO CONCEITO.

Corações FeridosSINOPSE: Hephzibah e Rebecca são irmãs gêmeas, mas muito diferentes. Enquanto Hephzi é linda e voluntariosa, Reb sofre da Síndrome de Treacher Collins — que deformou enormemente seu rosto — e é mais cuidadosa. Apesar de suas diferenças, as garotas são como quaisquer irmãs: implicam uma com a outra, mas se amam e se defendem. E também guardam um segredo terrível como só irmãos conseguem guardar. Um segredo que esconde o que acontece quando seu pai, um religioso fanático, tranca a porta de casa. No entanto, quando a ousada Hephzibah começa a vislumbrar a possibilidade de escapar da opressão em que vive, os segredos que rondam sua família cobram-lhe um preço alto: seu trágico fim. E só Rebecca, que esteve o tempo todo ao lado da irmã, sabe a verdadeira causa de sua morte... Hephzi sonhara escapar, mas falhara. Será que Rebecca poderia encontrar, finalmente, a liberdade?

Há algum tempo vi um blog (não me lembro qual, sorry) falando sobre CORAÇÕES FERIDOS, e que a NOVO CONCEITO havia adquirido os direitos. Fiquei bem ansiosa por ele e vibrei de alegria quando apareceu nos livros de setembro. Deixei-o para ser um dos últimos, pois tinha certeza que iria adorar. Até gostei, mas não foi tudo aquilo que eu imaginava.

A narrativa de CORAÇÕES FERIDOS é feita em primeira pessoa; ora por Rebecca, que nos dá um panorama da vida das irmãs durante o presente, após a morte de Hephzi; ora por Hephzi, que nos conta sobre o passado, antes de sua morte (óbvio). Rebecca é a irmã que possui a síndrome, e é impossível não morrer de amores pela personagem. Apesar do ambiente que vive, ela é doce, protetora, inteligente, e sempre acredita em um futuro melhor. Já Hephzi me irritou no começo de sua narrativa. Em muitas partes ela contou como desdenhou da irmã, que estava sempre a protegê-la, isso fez com que eu pegasse birra da garota.

A partir disso, ansiei por ler o que Rebecca tinha a dizer, mas não me interessei muito por Hephzi, pois em muitos momentos ela se portou como qualquer adolescente normal. Ok, entendo que esse era o maior desejo da menina, principalmente por causa dos pais que tinha, mas sabe quando você pensa que um livro será completamente profundo e aterrador, que te levará as lágrimas e fará seu coração se sentir dilacerado? Era exatamente isso que eu esperava encontrar em CORAÇÕES FERIDOS. Mas achei muitas passagens rasas e medianas.

A narrativa também demorou para expor de forma crua os pais das garotas. ADORO livros que falam de religião e que têm fanáticos. Gosto de ver como os autores trabalham com esse fanatismo e ver o que as personagens são capazes de fazer em nome de sua fé. Os pais das meninas são terríveis! Muitas vezes fiquei irritada com a situação e queria tomar uma providência.

No entanto, apesar de tudo isso, não senti a emoção me dominar. Não senti que fiquei comovida ou com o coração apertadinho. Até então achei a leitura mediana, mas a curiosidade sobre a morte de Hephzi me fez querer prosseguir, foi então que fiquei HORRORIZADA. Isso pra dizer o mínimo!

Os momentos finais da garota foram angustiantes. Ler a razão de sua morte me causou imenso desespero e revolta. Tudo aquilo que ansiei durante todo o livro esteve presente ali, naquelas poucas páginas. Foram nelas que senti a verdadeira crueldade dos pais fanáticos, foi ali a gota d’água do aceitável. Foi ali que desejei imensamente o mal daquele casal. Foi ali, com aquelas revelações, que desejei que eles tivessem um castigo, um bem grande, e pagassem por seus crimes. Porque, sim, o que eles fizeram durante anos e anos com as filhas, é crime! Um crime cruel e sádico, que passou despercebido apenas pela posição religiosa de Roderick, o famoso lobo em pele de cordeiro.

Este final fez valer o livro. E como fez! Se antes eu não conseguia me sentir tocada com a leitura, após essas páginas mudei completamente de opinião. 

Vocês devem estar achando estranho o fato de eu ter dado apenas 3 estrelas no Skoob para o livro, já que disse que o final fez valer a pena. Mas é aquilo, não posso julgar só pelo excelente final, dei a nota pensando em dois motivos: os primeiros já citados acima, pois não posso esquecer o começo e o meio na hora de avaliar; e o segundo por causa do Português.

 Peço que me perdoem, mas sou EXTREMAMENTE chata com a Gramática nos livros. Um errinho ou outro, beleza, é normal, afinal, imaginem quantas e quantas páginas um revisor não lê por dia para cumprir prazos? O problema é que excessos me incomodam tanto, que chegam a me perturbar (é sou louca). CORAÇÕES FERIDOS tem um uso exagerado, e muitas vezes errôneo, de Colocação Pronominal. Foram tantos: “pediu-me, fez-me, perguntou-me, colocou-me, tirou-me, levou-me... –me, -me, -me” que eu não conseguia mergulhar na leitura. Acredito até que esse tenha sido um dos motivos que fez com que eu criticasse o início do livro e dissesse que ele não foi bem o que imaginava, porque a situação me irritou tanto que fiquei procurando erros em vez de deixar a leitura fluir e mergulhar no que as personagens contavam.

Ok, vocês devem estar pensando: “que menina chata!” E realmente entendo, pois sei que sou um completo purgante em relação a isso. Como disse, se fossem errinhos eu nem comentaria, mas excessos não permitem que eu fique quieta. Isso me incomodou tanto que pensei em abandonar a leitura antes de chegar à página 50. Sei que no Brasil, quando o verbo não está no início da frase, que torna a ênclise obrigatória, pode-se usar ou a ênclise ou a próclise, mas vamos combinar: CORAÇÕES FERIDOS é um livro que fala de duas meninas simples, que foram frequentar a escola aos 16 anos, e que antes eram educadas em casa, de forma precária, pela mãe; então por que encher de ênclise as palavras dessas meninas? A linguagem ficou parecendo pomposa demais para as gêmeas. Sou chata e não gostei disso! #ProntoFalei


Se você é do tipo que não se apega a picuinhas, tenho certeza que vai amar CORAÇÕES FERIDOS, mas se sua chatice tem um grau elevado, como a minha, acho que não vai conseguir deixar que isso passe despercebido.



FICHA DO LIVRO

CORAÇÕES FERIDOS
LOUISA REID
Editora: NOVO CONCEITO
Ano: 2013                   
Nº págs: 256
Gênero: Drama

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5 comentários:

  1. Esperando loucamente que meus lançamentos de setembro cheguem logo! Espero que não seja um livro que generalize e critique todos os religosos, porque isso é muito irritante.

    @mmundodetinta
    maravilhosomundodetinta.blogspot.com.br

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    1. Oi, Clara. Pode ficar tranquila. O fanatismo religioso é explorado nos pais das meninas. Que são doidos de pedra, juro!

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  2. Sério que não é tudo aquilo? Que pena! Eu estava bastante interessada, e sou "chatinha" que nem você.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Mari, se você é chata, somos duas! Vi outro dia que você postou a resenha, mas não vim ler para não me influenciar. Agora, que postei a minha resenha, vim ler a sua e percebi que nossas opiniões são iguaizinhas! Também senti que foi superficial o livro. Não consegui chorar, nem me emocionar. Fiquei horrorizada com o final, mas já estava com o coração duro nesse momento e não consegui chorar. E foi muito rápido! E os Pais... senti falta de se falar mais deles, de mostrar mais as atitudes deles. Havia pouco disso, poucos diálogos e o pouco que sabíamos era das meninas contando, mas falando só, não descrevendo as cenas...
    E esse monte de "me" irritou mesmo. Até destaquei na minha resenha um erro horroroso: de tanto "me" teve uma hora tava escrito "me deixou-me". Afffffff, tive que me coçar nessa hora, porque argh, não dá, não dá.
    Fiquei decepcionada. Esperava muito desse livro, esperava chorar pra caramba e não foi isso que aconteceu.
    Agora, pede pra Valentina "Passarinha". Esse é um rio de lágrimas.

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    1. Ka, tb achei que seria um livro de cortar o coração, mas como você disse, fiquei tão irritada com o Português, que não consegui mergulhar na história. E também acho que faltou muita coisa na narrativa.

      Eu li Passarinha e postei a resenha, mas também não chorei, rs. E olha que sou manteiga. Mas tive bons motivos para não chorar :)

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