Boa tarde,
pessoal.
Hoje vou falar
sobre O GUARDIÃO DO TEMPO, do MITCH ALBOM, lançado faz um tempinho
pela ARQUEIRO.
Desde o lançamento
de O GUARDIÃO DO TEMPO tive
curiosidade pelo livro. Pela sinopse, a narrativa parecia incrível, e achei que
a história estaria cheia de filosofias de vida e ensinamentos importantes. Além
disso, pensei que traria uma bela lição sobre a importância exagerada ao tempo.
Eu, como alguns de
vocês sabem, sou meio paranoica com o quesito TEMPO. Planejo meu dia em mínimos
detalhes, e quando alguma coisa sai fora de ordem, ou atrasa um minuto que
seja, fico irritada e completamente perdida. Sou o tipo de pessoa que vive em
função do relógio e sou dependente até dos segundos. Exatamente por isso,
pensei que tiraria uma bela lição de O
GUARDIÃO DO TEMPO.
Em vez disso
encontrei uma narrativa bem rasa e personagens bem pobres. A história nos traz
três personagens principais: Dhor, Sarah e Victor. Dhor é o responsável pelo
tempo. A história inicia nos tempos longínquos e nos apresenta Dhor desde
criança fazendo contagem. O menino aprendeu contar o tempo pela água, pelo sol,
e de todos os jeitos possíveis. Um dia uma tragédia se abate sobre sua esposa e
ele recebe o “castigo” de ser o guardião do tempo. Isolado, sua missão é
encontrar duas pessoas: uma que queira que o tempo passe mais rápido e outra
que queira que ele dure mais.
Sarah é uma garota
que vive isolada, não tem amigos; ela faz trabalho voluntário e lá conhece um
rapaz por quem se apaixona. Ele, no entanto, não corresponde aos sentimentos da
menina, e ela quer que o tempo voe para esquecer a vergonha de ter se declarado;
Victor é um senhor que está a beira de morte, mas, como é muito rico, acha que
pode comprar tudo, até uma forma de permanecer vivo.
Tudo isso até
parecia legal, mas achei tudo muito pobre e desenvolvido de forma mecânica, sem
emoção alguma por parte do narrador ou personagens. Quando a narrativa envolvia
Dhor, parecia que estávamos lendo uma passagem bíblica e não um romance. Não
tinha ênfase, emoção, não havia como ter empatia pelo personagem, pela tragédia
com sua esposa, ou com a situação dele. As palavras pareciam ser jogadas e não
havia como deixar qualquer sentimento fluir ou crescer. Parecia mais uma
narração de um fato jornalístico do que um romance que deveria ser profundo e
belo.
Quando Sarah ficou
presente na história, até me interessei um pouco. A menina tinha problemas com
os pais separados e achei que isso seria melhor trabalhado. Mas não, o autor
optou por transformá-la em uma adolescente comum, que se apaixona por um
bonitão que não está nem aí para ela. O problema é que ALBOM apresenta a
personagem como uma menina madura, inteligente, que lê bastante, etc; mas, logo
após passar uma noite embriagada com o garoto, e alguns beijos terem rolado, Sarah
já começa a achar que ele é namorado dela e compra um presente caríssimo pra
ele. Espera... Sarah não era inteligente? Cheia de leitura? Então por que raios
ela se comportou como uma menina de 12 anos quando tinha 17? De certo ela sabia
que não bastava um beijo para alguém se tornar namorado. Achei isso MUITO
forçado e empobreceu demais a personalidade da personagem. Mais forçado ainda
foi a reação extrema que ela teve pelo rapaz não corresponder ao seu afeto.
Victor até parecia
ser um personagem interessante, mas sua obsessão por não morrer tornou-se tão
repetitiva que suas passagens ficaram chatas. A única coisa que salvou foram as
informações sobre a criogênesis; tirando isso, Victor se mostrou mesquinho,
egoísta, egocêntrico, e um completo idiota com sua esposa, por conta dessa
obsessão em querer continuar vivo.
Acreditei que o GUARDIÃO DO TEMPO seria um livro
muitíssimo bem contado e que através de suas palavras despertaria emoção e mostraria
uma bela lição. Mas, em vez disso, é só uma narrativa mecanizada como se fosse
um livro de auto-ajuda, ou um manual de instruções. Esperava mais. Muito mais!
FICHA DO LIVRO
MITCH ALBOM
Editora: ARQUEIRO
Ano: 2013
Nº págs: 240
Gênero: Drama

Nossa... que bom ler sua resenha, pois pela sinopse também imaginei que o livro seria maravilhoso.
ResponderExcluirE me identifiquei ainda mais porque sou igualzinha a você: super neurótica com tempo rs
Beijos
www.meumeiodevaneio.com.br
Foi ótimo ler sua resenha, Mari. Queria muito ler esse livro pois assim como você achei que seria cheio de filosofias e ensinamentos. Mas se é assim tão "mecânico", vou tirar da minha lista de desejados. :?
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Nossa, decepção total. Pela sinopse pensei que seria algo mágico, que tocasse, mas, pelo jeito não :/
ResponderExcluirTambém sou paranóico com o tempo kkk e isso me animou em ter o livro, mas depois do que li desanimei.