Boa tarde, pessoal!
Para fecharmos com chave de ouro a maratona de resenhas do GRUPO EDITORIAL RECORD, hoje vou falar
do magnífico UMA PONTE ENTRE ESPIÕES
do JAMES B. DONOVAN.
JAMES B. DONOVAN
Editora: RECORD
Nº págs: 490
Gênero: Biografia
SINOPSE: Ao mesmo tempo um drama processual noir e um brilhante estudo
psicológico, Uma ponte entre espiões é o envolvente e fascinante relato do
maior caso de espionagem de uma geração. Na
manhã de 10 de fevereiro de 1962, James B. Donovan começou a percorrer a ponte
Glienicke, a famosa “ponte dos espiões”, que na época ligava Berlim Oriental à
Ocidental. Com ele, caminhava Rudolf Ivanovich Abel, durante anos chefe da
espionagem soviética nos Estados Unidos. Do outro lado estava Francis Gary
Powers, o piloto americano do U-2 abatido pelos soviéticos. Duas pessoas que
não se conheciam, representantes de mundos opostos. Neste livro, Donovan
conta como negociou a troca e defendeu Abel em todos os estágios de seu
julgamento. Abel foi o mais talentoso, misterioso e eficiente espião de sua
época. Seu julgamento, que começou em um tribunal distrital do Brooklyn e
terminou na Suprema Corte dos Estados Unidos, revelou os métodos e os êxitos da
espionagem soviética.
Esse é aquele tipo de livro que a gente lê, absorve tudo, reflete muito e
no fim não consegue dizer nada! Simplesmente porque faltam palavras para
escrever o impacto tão forte que ele causa. Fosse um livro ficcional, seria
bastante fácil, mas sendo uma biografia, é algo que chega arrepiar, tamanha
destreza com que é conduzida e tamanha “secura” com que é narrada.
Em UMA PONTE ENTRE ESPIÕES
temos os relatos verídicos vivenciados pelo advogado DONOVAN ao defender seu cliente, Abel, o primeiro e mais eficiente
espião soviético. O livro, escrito originalmente na década de 1960, ganhou uma
edição brasileira agora, provavelmente, embalado pelo lançamento do filme,
dirigido por ninguém menos que Steven Spielberg. Tive contato com as duas
mídias e quero falar sobre ambas aqui na resenha.
Primeiramente, o que mais me impressionou foi a forma como duas histórias
foram contadas de formas diferentes, mas trazendo à tona todos os momentos
principais. No filme, temos uma carga dramática maior, provavelmente pela
excelente interpretação de Tom Hanks no papel do advogado DONOVAN, mas senti que o filme teve uma preocupação maior em mexer
com o emocional, de fazer com que o telespectador sofresse com o personagem,
afinal, ele foi bastante humanizado na versão cinematográfica.
Já no livro, senti que a narrativa do “verdadeiro” DONOVAN foi mais crua, mais seca, sem tempo para querer florescer
algum sentimento no coração do leitor; por vezes, parecia que ele não queria
nem mesmo fazer isso, o que queria era fazer um relato nu e cru sobre o
julgamento de Abel, como a defesa procedeu, porque pensava de determinadas
formas, porque insistia em certas opiniões, porque tinha certas convicções,
etc. DONOVAN também deixou claro os
bastidores desse julgamento e as “sujeiras” que ocorreram nesse meio tempo, até
que o julgamento chegasse à Suprema Corte Americana.
Não nego que adorei ambas as mídias e ambos os retratos feitos da
história, mas admito que Spielberg foi um pouco poético em sua adaptação, o que
fez com que eu sentisse uma emoção diferente ao ver o filme. Senti como se
algumas passagens tocassem meu coração e me sensibilizassem. Contudo, apesar de
não ter sentido isso com o livro, mesmo porque ele não tem todo esse apelo
dramático, dou nota UM MILHÃO para a narrativa de DONOVAN, que me cativou completamente desde a primeira página e me
deixou de queixo caído com seus pensamentos, atitudes e, principalmente, com
sua coragem e sabedoria.
Foi incrível a forma como ele bateu o pé que seu cliente, apesar de
acusado de espionagem, deveria ter direito a um julgamento justo, mesmo que a
imensa maioria da população fosse contra isso e contra suas opiniões. Foi
fantástica a forma como DONOVAN
nunca se deixou levar pela opinião dos mais poderosos. Mais interessante que
isso, foi a relação e a ligação que DONOVAN
criou com Abel, que achei parcamente explorada no filme, aliás, por vezes,
durante a leitura, tive a sensação de que existia um laço de amizade forte
surgindo entre o advogado e Abel, mas no filme não consegui enxergar essa
relação, que passou a ser mais como advogado e cliente mesmo. O que me foi
estranho, pois como já disse, achei que o filme teve um lado dramático muito
maior que o livro, mas ficou parecendo que essa dramaticidade existia apenas no
que se referia ao DONOVAN e sua vida
pessoal, ou pode ser ainda que eu tenha achado que ela existiu por causa do Tom
Hanks e seus vários trejeitos de pena, que sério, faziam meu coração ficar
apertadinho até quando coisas menos importantes estavam acontecendo, porque ele
sempre parecia fazer uma cara de sofredor :S
Mas, voltando ao livro, temos DONOVAN
expondo várias de suas conversas com Abel, temos correspondências trocadas
entre eles, opiniões, entrevistas, etc. Apesar disso, dessa aproximação entre
os dois, senti que DONOVAN as expôs
para demonstrar de fato como foi sua relação com Abel nesse período, e não
porque queria arrancar algum tipo de emoção do leitor, afinal, a minha
impressão até o final do livro foi a de que DONOVAN
foi bastante cru em seus relatos, querendo mostrar como tudo realmente
aconteceu, sem necessidade de “florear” sua história e os acontecimentos que
permearam os muitos anos de sua vida e convivência com Abel, mesmo porque, TUDO o que ele contou foi
interessante demais para que necessitasse de qualquer fantasia.
A parte que fala sobre a troca dos "reféns" também foi magnífica em ambas as mídias, mas também gostei mais no livro, pois como houve mais aprofundamento na relação entre o advogado e Abel, acabou sendo uma passagem muito mais significativa e intensa nessa mídia.
E é isso que tenho para dizer sobre UMA
PONTE ENTRE ESPIÕES. Livro magnífico, filme fantástico, deve-se ter contato
com os dois para poder absorver profundamente a história. 2016 mal começou,
mas acho que já tenho um eleito para os melhores do ano \o/
Mariii esse livro deve ser muito bom!!!adoraria lê-lo, e por isso já está na minha lista!!Feliz 2016...
ResponderExcluirAle, ele é foda! O filme idem! Leia e assista!
ExcluirBjs
Gostei muito da sua resenha.
ResponderExcluirAsssti o filme deste livro no cinema no ano passado e fiquei impressionada com ele. Cheguei a comprar o livro, mas confesso que ainda não opeguei para ler, mas a sua resenha me fez olhar com mais vontade ainda para esse bonitinho na minha estante.
Beijinhos
tudooqueeuleio.blogspot.com.br
Oi, Ana! Fiquei feliz em saber que a resenha te empolgou a ler. Achei o filme fabuloso também. Depois que ler, volta pra contar o que achou.
ExcluirBeijocas
Mari