RESENHA: UM LUGAR NO CORAÇÃO - Amy Hatvany (Ed. Verus)

Ei, gentes!

Nessa semana teremos resenhas da editora RECORD, e para começarmos, vou postar a de um lançamento de um de seus selos, a VERUS. Vou falar sobre UM LUGAR NO CORAÇÃO da AMY HATVANY.

UM LUGAR NO CORAÇÃO

AMY HATVANY

Editora: VERUS

Ano: 2015   

Nº págs: 364

Gênero: Romance, Drama

SINOPSE: Grace nunca quis ser mãe. Mas, quando ela conhece Victor, um homem bonito, carismático, separado e pai dos adolescentes Max e Ava, decide que pode aprender a ser uma ótima madrasta. Afinal, as crianças moram com a mãe, Kelli. Não pode ser tão difícil assim, certo? Aos treze anos, Ava é bastante madura para a idade. Desde o divórcio de seus pais, ela cuida da mãe emocionalmente instável e do irmão mais novo. E, apesar de não ter nada contra a namorada de seu pai, Ava ainda tem esperança de que os pais voltem a ficar juntos e sejam novamente uma família. Mas, poucos dias depois de Victor e Grace ficarem noivos, Kelli morre em circunstâncias misteriosas — e segredos assombrosos de sua vida são revelados.Narrado por Grace e Ava no presente, com flashbacks do passado conturbado de Kelli, Um lugar no coração é um retrato comovente e apaixonante de feminilidade, amor e dos desafios e alegrias da vida em família. 

UM LUGAR NO CORAÇÃO foi lançado em fevereiro, mas como os livros policiais me interessam mais, acabei não o solicitando, mas não consegui deixar de namorá-lo. Em março não consegui resistir e fiz o pedido.

Peguei o livro com a certeza de que estaria frente a um desses dramas de cortar e rasgar o coração. Achei que as lágrimas iriam jorrar de meus olhos, que iria me comover e sentir um nó no estômago, mas não tive nenhuma dessas reações. O livro foi bonito, sim, porém não foi nada abismal que me tocasse fundo.

O enredo fala sobre um pai divorciado, com um casal de filhos, que pretende se casar novamente, e então algo ruim acontece com a mãe biológica das crianças. Obviamente, pensei em LADO A LADO, um dos filmes mais lindos que já vi e que retrata o mesmo tema. Claro que foi essa associação que me fez pensar que UM LUGAR NO CORAÇÃO iria me tocar profundamente. Portanto, já sei que preciso urgentemente parar de fazer comparações :S

Meu problema com o livro foi mais uma questão de revolta. Desde o começo sabemos que a mãe biológica das crianças tem algum problema em seu passado e que sofre de depressão, só que não me convenceu. Não estou dizendo que o que ela passou em sua pré-adolescência não tenha sido traumático, porque foi, mas achei um exagero a forma como ela conduziu o problema por toda sua vida adulta, deixando que ele minasse seu casamento e atrapalhasse a relação com seus filhos. O pior disso foi que a autora quis colocar Kelli como vítima de todas as situações. Não quero ser cruel e até entendo que ela tenha sido vítima no passado, mas o tanto que deixou a situação destroçá-la no presente foi apenas culpa dela. O mais irritante é que a personagem tinha tudo, o amor do marido, dos filhos, e não se dava conta disso por estar presa a um passado ao qual se negava a buscar ajuda para se recuperar. Com isso, foi perdendo coisas importantes, e nem assim se deu conta de que a hora de pedir ajuda já estava pra lá de inadiável.

Ava e Max, os filhos do casal, são gracinhas e desempenharam seus papeis muito bem e de acordo com suas idades. Tudo em relação a eles foi muito agradável de ser lido; o mesmo ocorreu em relação a Gracie, a futura madrasta das crianças. Victor, o pai, não ficou para trás, apesar de ter me irritado em algumas situações. Meu problema todo com o livro foi mesmo Kelli e sua constante vitimização. Como muitos autores vêm escrevendo sobre personagens femininas incríveis e fortes, ler sobre uma que deixa o passado a abater e não tenta reagir, mesmo sabendo que tem crianças dependendo dela, fez com que eu tivesse um sentimento bastante negativo para com a personagem.

Como eu disse, é um livro bonito, mas apenas bonito, não achei tocante, angustiante, não senti vontade de chorar, não senti um bolo no estômago ou um nó no coração. Foi uma leitura simples, e isso me entristeceu por ver que era um livro com muito potencial. Não fosse pela fraqueza de Kelli, acho que teria considerado excelente.

Posted in: Drama,Resenha,Verus