7 de maio de 2014

RESENHA: CRISE - Robin Cook (Ed. Record)



Boa tarde, pessoal!

A resenha de hoje é de um dos lançamentos de abril da editora RECORD: CRISE do ROBIN COOK.

CriseCRISE
ROBIN COOK
Editora: RECORD              
Ano: 2014                  
Nº págs: 434
Gênero: Thriller

SINOPSE: Com a morte da esposa e das filhas em um desastre de avião há 15 anos, o Dr. Jack Stapleton começou a duvidar se mereceria ser feliz. Com isso, afastou-se da irmã Alexis e da nova família dela. Agora, anos depois e prestes a começar uma nova vida, Jack recebe uma ligação de Alexis pedindo que ele a ajude no caso do marido, Craig, acusado de imperícia médica. Correndo contra o tempo e lutando contra o sentimento de culpa por ter se afastado da irmã, Jack decide ajudá-los, mas jamais poderia imaginar os rumos que esse caso tomaria — e os perigos que surgiriam em seu caminho.

Faz algum tempo que tinha interesse em ler algo do COOK. Depois que soube que ele escrevia thrillers médicos a vontade aumentou mais ainda, pois só conheço a TESS GERRITSEN que escreve nesse estilo. Quando vi que CRISE estava entre os lançamentos, solicitei para poder, enfim, conhecer o autor, e gostei mais ou menos do que encontrei.

CRISE conta a história do Dr. Craig Bowman, um médico aparentemente exemplar que está sendo processado por imperícia. Craig é adepto da medicina concierge, que é quando os médicos têm poucos pacientes, os atendem em casa, quantas visitas forem necessárias e em qualquer horário, e cobram anualmente por esses serviços. Para provar que não houve imperícia, Craig vai contar com a ajuda de seu cunhado e médico legista, Jack Stapleton. Jack passou por uma tragédia familiar e por isso acabou por se afastar de Alexis, sua irmã e esposa de Craig, mas é justamente por causa do processo que ele voltará a dar apoio para sua família.

No que se refere ao desenvolvimento dos personagens, achei CRISE um livro nota mil. É impressionante a forma como COOK elaborou cada um deles, aplicou particularidades incríveis e desenvolveu histórias de vida significativas e tocantes. Os dois médicos protagonistas foram muito bem retratados em todos os aspectos de suas vidas, principalmente em suas crises, medos, arrependimentos e anseios. As mulheres desempenham papel secundário, mas tem suas participações bem desenvolvidas e brilhantemente colocadas. Já os advogados, são um sucesso a parte. Tanto o advogado malandro quanto o certinho dão um show e acabam por fazer o leitor devorar com afinco cada página do julgamento.
  
O tema abordado foi bastante interessante, pois fez com que o leitor visse os dois lados da medicina aplicada por Craig. Algumas explicações acabam por nos deixar satisfeitos em relação à medicina concierge e nos fazem pensar que os médicos que a colocam em uso estão corretos, outras nos deixam em dúvida, não tanto quanto ao método, mas em relação ao caráter dos profissionais que a praticam e a satisfação que eles pensam em obter através do dinheiro com esse tipo de cliente.

Mas, apesar desses pontos positivos, esperava mais. O fato é que a narrativa médica de COOK é MUITO técnica, e por mais que ele explique e reexplique algumas terminologias e situações, ou continuamos sem entender, ou fica enfadonho. Infelizmente, pensei que o autor escolheria palavras tão fluidas quanto às de TESS ao elaborar seus thrillers médicos. Não foram poucas as vezes que me senti amarrada na leitura por conta dessas explicações tão técnicas. Contudo, como disse acima, os advogados acabam por enriquecer a obra, o que faz com que deixemos de dar tanta atenção a essas partes médicas para esperar ansiosamente pelo lavar de roupa suja no tribunal.

As partes que envolvem Jack, o médico legista, são interessantíssimas, e apesar de também contarem com a terminologia técnica, são mais compreensíveis. Talvez a intenção do autor tenha sido essa mesma, uma vez que Craig é um sujeito bastante arrogante, apesar de competente, COOK quis explorar o pedantismo através das passagens do personagem.

Um ponto que me desagradou bastante foi o final. Jack faz uma descoberta incrível ao exumar o corpo da vítima que está causando tanto mal estar na vida de Craig e sua família, e isso me fez acreditar que um final dos mais singulares estava por vir, que explicações das mais mirabolantes se mostrariam e me deixariam de boca aberta, mas foi completamente ao contrário, a explicação foi rasa, não fiquei de boca aberta e o que senti foi um misto de revolta e repugnância com o fim. Entendo que o final apresentado pelo autor é possível de acontecer na vida real e provavelmente ele quis mostrar isso mesmo, o problema é que, ao meu ver, o final proposto não foi condizente com tudo que o personagem em questão apresentava até aquele momento, portanto, não achei convincente para a situação retratada no livro. 

Apesar de CRISE não ter sito tudo que achei que seria, pretendo dar outra chance ao autor e colecionar seus livros. Como vocês sabem, sou doida por policiais, suspenses e thrillers, e gosto de colecioná-los. Com o tanto de livros que COOK tem e com o tremendo sucesso que faz, creio que a questão seja apenas de adaptação com seus jargões médicos, coisa que posso me acostumar depois de algumas leituras. 


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4 comentários:

  1. Fiquei dividida com seus comentários, Mari. A descrição dos personagens me deixou super curiosa, mas saber que tem muita linguagem técnica me deixa com pé atrás. Mas talvez eu deva tentar. Ótima resenha.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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    1. Gabis, me informei com uma fã do autor que os livros dele são ótimos, que esse que deixou a desejar! Amém, quero fazer uma nova tentativa logo ;)

      Bjs

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  2. Oi Mari! Nunca tinha ouvido falar do autor, até o nome dele ser mencionado na contracapa do primeiro e único (por enquanto) livro da Tess Gerritsen que li, O Cirurgião (aliás, tenho que te agradecer, fui conhecer a autora aqui no blog, e adorei, apesar de ter morrido de medo do livro rs), e fiquei curiosa, porque parece que ele é bem famoso e tal nesse estilo de livro. Mas não tinha tido nem tempo de procurar os livros dele ainda, e agora vi aqui.
    A história parece interessantíssima, e fiquei ainda mais curiosa por saber que ele foca nos diferentes tipos de medicina e tal. Gostei de saber que as discussões dos advogados são boas, porque normalmente não gosto muito.
    Acho que a questão da linguagem é se acostumar mesmo, demora um tempo. Mas se a história é boa vale a pena. A não ser que a questão da linguagem seja exagerada, dando a impressão de estarmos lendo um livro mais focado em explicar os termos do que em contar a história, aí acaba incomodando. O que parece ter acontecido um pouco.
    Fui procurar sobre o livro e vi que ele faz parte de uma série, né? Fiquei curiosa, mesmo com o exagero da linguagem, mas acho que vou procurar o primeiro livro antes, até porque esse parece focar bastante na vida pessoal do personagem, né? Adorei a resenha.

    Beijos,
    Adri Brust
    Stolen Nights

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    1. Adri, não li O Cirurgião ainda, acredita? E já faz anos que tenho ele. Você postou resenha? Se sim, me manda, plix!

      Acredita que só fui ver que era uma série depois que você comentou aqui? OMG, outra que lerei fora de ordem, hahaha. Qria poder parar o tempo para colocar todas as leituras na ordem certa, é triste ler o último livro antes de todos os outros :(

      Bjs

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