Olá, pessoal.
A resenha de hoje será sobre o mais novo livro de vampiros lançado pela BERTRAND BRASIL: SANGUE do K.J. WIGNALL.
K.J. WIGNALL
Série: O Vampiro de Mércia
Editora: BERTRAND BRASIL
Nº págs: 224
Gênero: Sobrenatural
SINOPSE: 1256. Will estava destinado a ser o Conde de Mércia,
mas não viveu o bastante para herdar o título, já que foi acometido por uma
estranha doença aos 16 anos de idade. Mesmo assim, apesar de sua morte – e de
seu enterro –, ele não está nada morto. Ao longo das páginas, o leitor vai
compreender um pouco sobre esta condição de Will. Descobrir que ele está
existindo entre a vida e a morte. Ocasionalmente hiberna, sempre esperando que
a morte lhe chame e, toda vez que desperta, enterrado no solo, tem uma breve lembrança
do primeiro pânico que sentiu em 1349. Sangue apresenta como um de seus
principais diferenciais o fato de ser mais macabro e sombrio do que as obras
atuais do gênero. Para Wignall, o romantismo é importante, mas nunca deve se
sobrepor ao enredo. Assim, ele elaborou cenas angustiantes, como as que o
protagonista enfrenta sempre que desperta das hibernações, além de ambientes
sinistros e escuros e personagens bem-construídos, perversos e sem escrúpulos.
Mês passado a BERTRAND enviou
para todos os parceiros o livro SANGUE,
primeiro volume da trilogia O VAMPIRO DE
MÉRCIA. Como li em alguns lugares que esse era um livro de vampiros
diferente, com um vampiro malvado, passei a leitura à frente, mas não encontrei
nada disso L Na verdade, SANGUE foi só mais um livro de vampiros,
desses que podem ser classificados como “modinha”. Sabe quando você lê alguma
passagem de um livro e sabe que já leu aquilo antes? Pois é, foi exatamente
essa minha sensação com a leitura.
O começo já me deixou meio receosa, pois Will, o vampiro de quase 800 anos
se encontrou com uma garota de 16. Pronto, surgiu o primeiro trauma: “outro CREPÚSCULO”.
Mas pensei isso cedo demais, antes tivesse realmente sido, pois entendo que CREPÚSCULO
é um romance adolescente de vampiros, mas SANGUE
se compromete a ser um livro de vampiro mesmo, então, obviamente, esperei muito
mais. E sabem o que encontrei nessa parte que envolvia o romance? O mesmo “quero mais não posso porque você tem cheiro/sabor
de jantar” de tantos outros livros que retratam o relacionamento de
vampiros com humanos.
A frustração começou aí e não parou mais: o enredo foi fraquíssimo. Não
teve um mistério forte, algo que me impelisse a ler de forma desesperada. Will
foi um dos vampiros mais bobalhões que encontrei na literatura. Tem quase 800
anos e em vez de ser um vampiro sábio pelo muito vivido, sabe pouco de sua
condição, parecendo ainda mais alienado que o leitor. Ele ficou tempos e tempos
hibernando ou escondido na cripta, esperando o tempo passar, e só agora, por
razão não especificada nesse primeiro volume, é que cismou em encontrar quem o
transformou (ele sempre quis saber, mas nunca fez nada para descobrir ¬¬). Mas o pior não é ele ser um alienado, e sim um melancólico! Por
Deus!, não aguento mais esses vampiros com crises existências e de identidade!
Autores, sejam criativos! Will me lembrou muito Louis, da ANNE RICE. Apesar de
adorar ENTREVISTA COM VAMPIRO, tanto o filme como o livro, Louis é o tipo de
vampiro que me aborrece: era infeliz quando humano, continuou infeliz como
vampiro, fica infeliz em ter que matar gente, em matar bicho... Infelicidade e
melancolia o resumem, assim como resumem Will... Sério, se sofresse de
depressão, esses dois personagens teriam me feito cortar os pulsos, tão
monótonos e CHATOS eles são. Will faz o tipo “pobrezinho de mim, vivi 800 anos sem saber o que sou e por que sou”.
Os diálogos foram extremamente pobres, parecendo conversas tolas e
despropositadas, principalmente ao que diz respeito a Will e o relacionamento com
a garota. Em momento algum fiquei convencida do sentimento. Outro ponto que me
incomodou é que muitas vezes senti que o livro estava incompleto, pois as
coisas pareciam acontecer por magia. O aparecimento da garota mesmo foi algo
extremamente mal explicado, assim como o caderno de um mendigo com alguns
mistérios sobre o passado do Conde Will. Até mesmo a história que remete ao
passado da família do vampiro foi fraca e pobremente trabalhada. Entendo que
esse é apenas o primeiro volume e que apresenta uma história mais introdutória,
mas faltou MUITO para me deixar curiosa e transformar SANGUE em algo interessante.
Mas o que me deixou realmente revoltada foi o elogio da contra-capa: “...consegue manter o suspense e o clima
assustador...durante todo o livro”. Acho que não li o mesmo livro que esse
crítico, pois achei o suspense paupérrimo! E o clima assustador? Só se for o
assustador clima frio que está fazendo em minha cidade que é extremamente
quente, pois não li NADA de assustador nas páginas de SANGUE. Ah sim, fiquei assustada com pobreza do enredo e com a
falta de informações, mas nada que me levasse a ter pesadelos à noite. Diante
do comentário do critico, só consigo imaginar quantas vidas essa pessoa passará
sem dormir se ler algo realmente assustador do KING, por exemplo.
Aí vocês devem estar se perguntando se não teve nada mesmo que salvou no
livro; e sim, teve! O que é bizarro, pois a única coisa que gostei foram as
passagens que Will narrou em primeira pessoa. Essas poucas partes, que
apareceram em alguns poucos momentos, foram responsáveis por eu não abandonar a
leitura. O Will dessas páginas é um vampiro incrível, que narra sobre sua vida
com dor e sofrimento, conseguindo de fato expor esses sentimentos ao leitor.
Mas, quando a obra retornava a seu normal, sendo contada em terceira pessoa...
A decepção voltava e ficava cada vez maior. Tive a sensação de que o livro foi
escrito a quatro mãos, ou então que WIGNALL
sofria de dupla personalidade, porque só isso explica a qualidade extremamente
diferente da narrativa nos diferentes tipos de pessoas. Repito: foi bizarro!
O final foi curioso, mas não o suficiente para que eu queira continuar a
série. SANGUE prometeu muito e
entregou pouco.
Infelizmente, o livro vai para aquela listinha de “Não Recomendo!”
Apesar dos pontos negativos da obra, eu fiquei tentado a ler a obra. O que me desanima é ser uma série; estou evitando começar muitas no momento.
ResponderExcluirM&N | Desbrava(dores) de livros - Participe do nosso top comentarista de agosto
Estava só esperando uma opinião para decidir se leria, e não vou. Nossa Mari, como pode ter tanta promessa de mistério e ser só mais um romancezinho adolescente? Entendo toda a sua decepção. E pior que a edição é linda. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Oi Mari! Não conhecia o livro, mas a capa não me interessou, e nem a sinopse. E depois da sua resenha então, não vou nem chegar perto do livro rs. Que pena que te decepcionou, é ruim quando a gente espera uma coisa e encontra outra completamente diferente, né?
ResponderExcluirBeijos,
Adri
http://stolenights.blogspot.com