Oi, gente!
Ontem, finalmente,
os livros de outubro da NOVO CONCEITO
chegaram \o/ Fiquei hiper feliz e já mergulhei em uma maratona, afinal, agora
temos prazos para entregar as resenhas e com a demora que houve para chegar,
tenho medo de não dar tempo. Então, vamos a primeira resenha: comecei com SEIS COISAS IMPOSSÍVEIS da FIONA WOOD.
SINOPSE: Dan Cereill levou um encontrão da vida: seu pai faliu, assumiu que é gay e
separou-se de sua mãe, tudo de uma vez só. Enquanto isso, sua mãe recebeu de
herança uma casa tombada pelo patrimônio histórico que cheira a xixi de
cachorro, mas que não pode ser reformada... E, agora, Dan está vivendo em uma
casa-relíquia que parece um chiqueiro, com uma mãe supertriste e sem conseguir
falar com o pai — que ele ama muito. Suas únicas distrações são sua vizinha
perfeita, Estelle, e uma lista de coisas impossíveis de fazer, como:
1. Beijar a garota.
2. Arrumar um emprego.
3. Dar uma animada na mãe.
4. Tentar não ser um nerd completo.
5. Falar com o pai quando ele liga.
6. Descobrir como ser bom e não sair
abandonando os outros por aí...
Mas impossível mesmo será:
1. Não torcer para que Dan supere seus
problemas.
2. Não rir muito com os devaneios dele.
3. Não querer ter um cachorrinho como Howard.
4. Não desejar que a mãe de Dan encontre a
felicidade.
5. Parar de ler este livro.
6. Não querer abraçar o livro depois de tê-lo
terminado...
A princípio estava
decidida a não solicitar esse livro, mas aí vi um pessoal comentando sobre ele
no twitter e fiquei curiosa, decidi conferir.
O começo foi MUITO
legal. Dan é um garoto de quase 15 anos que costuma listar as coisas,
principalmente aquelas que ele julga impossível de conseguir ou alcançar. A vida
dele sai do “normal” quando ele descobre que a família está falida, o pai é
gay, e vai separar-se da mãe. Então, Dan muda-se com sua mãe para uma casa que
ela havia recebido de herança, que de “brinde” já vem com um cachorro. Esse
início foi narrado com tanto humor e ao mesmo tempo, com tanto sarcasmo, que
foi impossível não se apaixonar por Dan, o garoto consegue nos fazer gargalhar.
Mas, infelizmente, depois a história desanda...
Depois de se mudar
com a mãe e de escola a vida de Dan se torna um ENORME clichê: ele se apaixona
pela menina mais popular da escola, que milagrosamente é uma pessoa bacana;
passa a sofrer com a zoação dos colegas; e é considerado um nerd.
Problemas (vou listar, assim como Dan gosta de fazer):
1.
Sua paixonite por Estella poderia ser um clichê normal,
desses que contam sobre o primeiro amor, como o sentimento foi crescendo, como
o personagem foi se aproximando da garota de seus sonhos, etc. Mas Dan parece
não se comportar como um menino de quase 15 anos, e sim como se tivesse 11. Ele
é bastante infantil nesse quesito e apesar de dizer tantas vezes o quanto gosta
Estella, não me convenceu. Mais uma vez achei que ele parecia esses menininhos
de 11 anos que sofrem de paixonite por alguma professora, mas que levam na
brincadeira. O sentimento parecia simples demais, comum demais, e até banal
demais. Não consegui sentir que era verdadeiro, que era aquela coisa louca do
primeiro amor.
2.
A autora quis usar a “nerdice” de Dan para explorar o
bullying, mas gente, desculpe, bullying é coisa séria! As situações
apresentadas no livro eram apenas zoações. É preciso saber diferenciar uma
coisa da outra. Na escola eu usava óculos e aparelho, e me chamavam de quatro
olhos ou ferrovia, na minha época isso não era considerado bullying, e para
mim, ainda não é. Os garotos zoam com o sobrenome de Dan e ele odeia, ok, tudo
bem ele odiar, eu também odiava ser chamada de Mariana Aventura, mas, mesmo
assim, é uma piada! Não é algo que vai deixar marcas e sequelas profundas no
psicológico do personagem, que fará com que na idade adulta ele sofra, etc.
3.
Para o que Dan passou ser considerado bullying, o
livro deveria ser contato com mais intensidade e muito mais emoção, duas coisas
que faltaram, e muito. O próprio Dan expõe os fatos com humor, sarcasmo e
ironia, o que torna impossível se apiedar dele. Não consegui ter um envolvimento
emocional com ele. Achei o personagem raso, com diálogos bobos, e muitas vezes
com atitudes de criança. Como havia gostado do começo do livro, achei que Dan
amadureceria e nos mostraria uma face mais adulta de sua personalidade, e comportamento
condizente com essa nova fase, mas isso só foi acontecer beeeem no final, em um
ponto em que já tinha declarado todo meu desgosto pelo personagem.
4.
Em várias situações afirma-se que Dan é um nerd. Ok,
por quê? Em momento algum vi o personagem bitolado em um computador, ou nos
estudos, ou tendo idéias mirabolantes para projetos, etc. Se o fato de o
personagem gostar de ler o transforma em um nerd, então, todos nós blogueiros,
também somos. Eu estudo 4 horas por dia, leio outras 4, e deixo de sair para
fazer essas coisas, nem por isso me considero uma nerd. Sei que muita gente faz
o mesmo que eu e têm uma vida social agitada. Não tenho por opção... Exatamente
como Dan.
5.
A nerdice de Dan também é apontada pelo fato de ele
não ter amigos. Mas o personagem não tem vida social porque ele próprio não
quer! Ele não se esforça, não se empenha. Não gosta de interagir e quando tem
oportunidade, não o faz, prefere ficar se lamentando... ¬¬
6.
O que mais me irritou no livro foi o fato de o pai de
Dan ter se revelado gay e a autora não ter explorado isso. O pai de Dan aparece
no começo e no final. As partes que contam com ele no meio do enredo são apenas
para acompanharmos as birras de Dan que não quer atendê-lo ao telefone. Gente,
tanta coisa bonita e inteligente a autora poderia ter retratado a partir dessa
revelação do pai de Dan... Em vez disso, o personagem é apagado na trama como
se fosse alguém que não faz diferença. Fiquei revoltada ao ler que o rapaz não
perdoava o pai por tê-los abandonado, e não se importava por ele ser gay,
porque ele não era homofóbico, ou seja, para evitar uma abordagem mais profunda
sobre a homossexualidade, a autora preferiu apenas afirmar que o personagem não
era preconceituoso (fraco, fraco, fraco).
Ok, se não havia
preconceito, então Dan é um puta egoísta, porque ele não se conforma com o fato
de o pai ter ido embora. O que ele queria? Que os pais vivessem um casamento de
fachada? Que o pai não fosse feliz com a opção que escolheu? Que a mãe
aceitasse um marido que não mais a veria como mulher? Entendo que como
adolescente ele deva ter ficado revoltado com a separação, mas passar um livro
inteiro sem falar com o pai, só porque os pais se separaram, pareceu frescura
demais. Seria até aceitável se o livro fosse um drama e esse fosse o foco
principal da trama, mas está longe de ser o caso. Faltou desenvolver as emoções
de Dan em relação à revelação de o pai ser gay e também pelo fato de ele ter
ido embora. Mostrar-se como mais um adolescente revoltadinho e birrento não
acrescentou nada a trama.
Mas, o que mais
faltou aqui, foi expor a vida do pai de Dan longe da ex-esposa e do filho, bem
como sua atual vida diante de sua nova escolha. O livro poderia ter tomado um
caminho maravilhoso, encantador e ter ensinado uma linda lição. Não foi o caso.
E é isso, essas
são minhas SEIS RAZÕES que tornaram IMPOSSÍVEL engolir SEIS COISAS IMPOSSÍVEIS.
FICHA DO LIVRO
FIONA WOOD
Editora: NOVO CONCEITO
Ano: 2013
Nº págs: 242
Gênero: Juvenil
Eu não tinha me interessado muito pelo livro e depois de ler tua 'listinha' continuo sem vontade de lê-lo. hahha
ResponderExcluirPelo menos agora descobri que sou uma nerd, pq leio livros!
Juntando com o fato de eu usar óculos... to ferrada! hahaha
bjs
http://confraria-cultural.blogspot.com.br/
Confesso que o livro já não tinha me interessado, e seu meio chata quando o assunto e lista. Muito monótomo pra mim, não o leria.
ResponderExcluirBeijos.
Adorei a resenha! Já tinha visto comentários bons sobre o livro, até fiquei com vontade de ler, mas esses pontinhos q citou iam sem dúvidas pegar pra mim
ResponderExcluirgosto de algo mais aprofundado u.u
uma pena, amei o espaço, voltarei sem dúvidas mais vezes
um abraço!
Pan
http://www.punkystore.com.br
http://pansmind.blogspot.com.br/
Nossa, queria tanto ler. Mas com todos esses problemas... :/
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Me animei com esse lançamento da Novo Conceito. Gostei da premissa... Acho que é de uma leitura leve e divertida é o que estou precisando agora. Tenho que sair um pouco de livros densos.
ResponderExcluirhttp://0kay0kay.blogspot.com.br/