Boa tarde,
pessoal.
A resenha de hoje
é sobre um livro que me chocou e ao mesmo tempo me emocionou de tal forma que
me fez ficar em palavras: PERDÃO,
LEONARD PEACOCK, do MATTHEW QUICK,
lançado pela INTRÍNSECA.
SINOPSE: Hoje é o aniversário de Leonard Peacock. Também é o dia em que ele saiu de
casa com uma arma na mochila. Porque é hoje que ele vai matar o ex-melhor amigo
e depois se suicidar com a P-38 que foi do avô, a pistola do Reich. Mas antes
ele quer encontrar e se despedir das quatro pessoas mais importantes de sua
vida: Walt, o vizinho obcecado por filmes de Humphrey Bogart; Baback, que
estuda na mesma escola que ele e é um virtuose do violino; Lauren, a garota
cristã de quem ele gosta, e Herr Silverman, o professor que está agora
ensinando à turma sobre o Holocausto. Encontro após encontro, conversando com
cada uma dessas pessoas, o jovem ao poucos revela seus segredos, mas o relógio
não para: até o fim do dia Leonard estará morto.
Preciso dizer que
esse ano a INTRÍNSECA se superou com
livros que mexiam com o emocional do leitor. Foram tantos livros da editora que
me deixaram perturbada e perplexa que poderia fazer uma lista. PERDÃO, LEONARD PEACOCK faz parte dessa
liste e é um enredo que emociona e fascina.
LEONARD PEACOCK é um homicida suicida que resolve nos
narrar sua vida e sua decisão. O personagem é um adolescente, que tem um
terrível trauma de infância e que se encontra em seu limite. Sem saber como
seguir em frente por causa do que passou, ele decide que é hora de dizer adeus,
mas também decide que é hora de punir o culpado por seu sofrimento, um ex-melhor
amigo.
A premissa do
livro é basicamente essa, mas Leonard é um adolescente inacreditável! A começar
pelo dom da palavra. O garoto constrói frases inteligentes, diálogos marcantes,
e se expõe de forma totalmente aberta ao leitor. Seu vocabulário é riquíssimo,
ele é extremamente culto e cheio de opiniões sobre os mais diversos assuntos.
Leonard foi
negligenciado pelos pais, e a mãe mal sabe que o garoto existe. Ela faz de tudo
para afastar-se dele. O interessante é que durante boa parte da narrativa achei
que o personagem exagerava e dramatizava seu relacionamento com a mãe, que era
coisa de adolescente, porém, após Leonard passar por um grave surto e um
professor ajudá-lo, e entrar em contato com essa mãe, vamos percebendo que ela
é ainda pior do que o garoto expõe.
QUICK trabalhou lindamente na figura do professor de
Leonard. Um homem que suscita o pensamento reflexivo em seus alunos, e que não
os trata como meros copiadores daquilo que um professor vomita. Exatamente por
isso é que Leonard se torna um personagem tão grandioso e singular em seus
posicionamentos. O autor ainda foi muito feliz em inserir esse professor em
aulas sobre o Holocausto, pois, em suas colocações, faz não apenas que seus
alunos tenham uma opinião sobre os assuntos abordados, mas o leitor também.
Além disso, esse professor esconde seus braços em camisas de manga comprida, o
que suscita uma enorme curiosidade em Leonard e em nós, pois sabemos que ali tem
um segredo.
Leonard mantém uma
relação belíssima com o professor e tem um respeito sem igual para com ele.
Além disso, com o passar das páginas, eles vão estreitando as relações e
conhecendo mais um do outro. É com ele que Leonard se sente a vontade para
contar o que o perturba e atormenta desde a infância, e é nessa conversa que
vamos descobrindo o que existe por trás da melancolia, tristeza e agonia de
Leo. Preciso dizer que o personagem tem razão de ser assim. Claro, não que ele
está certo em querer matar um ex-colega ou a si mesmo, mas conseguimos
compreender porque ele chegou a um extremo tão tenso. Além disso, a relaxada
mãe contribuiu imensamente para as decisões que o adolescente tomou.
PERDÃO, LEONARD PEACOCK é o diário de um
adolescente problemático, mas ao mesmo tempo fascinante e intenso. É impossível
ler e não compreender todos os sentimentos de Leo em relação àqueles que o
cercaram a vida toda.
QUICK escreveu um livro extremamente profundo sobre um tema
bastante pesado, mas de um jeito bastante singular, que nos faz refletir sobre
as atitudes do personagem em muitas situações. Da primeira a última linha, Leo
me conquistou. ADOREI o livro. Sem dúvida mais um 5 estrelas na estante.
FICHA DO LIVRO
MATTHEW QUICK
Editora: INTRÍNSECA
Ano: 2013
Nº págs: 224
Gênero: Drama
Oi Mari!
ResponderExcluirDo Quick eu li "O Lado Bom da Vida", porém gostei mais do filme... Mas dizem que "Perdão, Leonard Peacock" é infinitamente melhor. Tô louca pra ler, já tinha lido outras resenhas sobre ele antes e a sua também contribuiu para minha curiosidade.
Beijos!
http://roendolivros.blogspot.com.br/
Oi Ana.
ExcluirAcredita que ainda não li O LADO BOM DA VIDA? Mas quero ler para poder comparar. Leonard é muito <3.
Bjs
Que resenha maravilhosa! Eu já queria ler porque li O Lado Bom da Vida (que adorei) e outras resenhas que li, mas agora preciso dele o quanto antes.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Tenho que dizer que acabei de ler uma resenha desse livro em outro blog e vim ler aqui também, eu não imaginava que o Leonard tinha só 18 anos, achei (não sei o porquê) que ele já era um velho e tal..mas depois dessas duas resenhas lidas eu tenho que ler esse livro e também O lado bom da vida, outro romance do Quick, e pelo que você escreveu, acho que também vou adorar. Romances adolescente misturado com drama, adoro haha.
ResponderExcluirÉ isso, abraços, parabéns pela resenha \oo/.
http://blogliterariopalavrasaovento.blogspot.com.br/
Oi, Samuel.
ExcluirAs frases são tão ricamente construídas, que ao iniciar a leitura, não imaginei que Leo era um adolescente. Quando o fato se revelou, quase não acreditei. Ultimamente estamos tão acostumados aos diálogos rasos e vocabulário parco nos livros com adolescentes, que quando nos deparamos com algo diferente, nossa reação é de extrema surpresa.
O livro é realmente fantástico. Depois que ler, volta aqui para contar o que achou.
Abraços
A intrínseca tá uma coisa sensacional, só publica livro bom! Como vc mesma disse, é um tema pesado, né, então o autor realmente tem que ter habilidade pra escrever sobre esse tipo de coisa... Do Matthew Quick tô com "O Lado Bom da Vida" na fila de leitura. Gostei bastante do filme e tô esperando que o livro seja ainda melhor.
ResponderExcluirwww.paperbackouhardcover.blogspot.com.br
Leonard é uma personagem e o autor (Maththew) nasceu em 1976, apenas para deixar claro.
ResponderExcluirLeonard é um personagem. Legal. O MATTHEW é o autor, e ele é um ano mais novo que eu.
ResponderExcluirAgora me diga. E daí???
kkkkkkkkkk
O que isso tem a ver com a resenha?????
Desculpe bebê!! Não resisti.
Resenha linda como sempre é!!
Bjkas
Tks, Le. Também não entendi o que a pessoa quis dizer, rs.
ExcluirBjs
Olha, leia então Os 13 porquês - Jay Asher. Não sei porque, apesar de diferentes, acho que são leituras que se completam.
ResponderExcluirAchei demais esse livro! :)
E as notas no rodapé foram um diferencial muito legal!!!!
Oieee, já li Os 13 porquês. É um livro incrível! AMO de paixão <3 Achei super intenso e triste.
Excluir;)