6 de novembro de 2013

RESENHA: CHÁ DE SUMIÇO - Marian Keyes (Bertrand Brasil)



Oi, gente!

A resenha de hoje é do gênero Chick Lit, que A-D-O-R-O. Bem, e quem é a mulherzinha que não adora um livro mulherzinha? A gente ri, chora, se emociona, e vive momentos de louca diversão e absoluto prazer com essas autoras que sabem descrever com tanto humor nosso universo. Claro que todas nós temos uma autora preferida do gênero, e a minha é a MARIAN (DIVA) KEYES *_*

Esse mês a BERTRAND BRASIL lançou o aguardadíssimo CHÁ DE SUMIÇO, o último livro com as irmãs Walsh (espero que tenha um com a Mamãe Walsh também). Como toda fã da MARIAN sofri absurdos até o lançamento do livro, e quando ele chegou, na segunda, passei a ler de forma desesperadora, afinal, Helen Walsh, é a queridona de muitos leitores, e a mais amalucada das irmãs, além disso, a moçoila é detetive particular, o que faz com que eu tenha um fraco por ela.


Chá de SumiçoSINOPSE: Helen Walsh não vive um bom momento. O trabalho como detetive particular não vai bem, o apartamento foi tomado por falta de pagamento e um ex- namorado surge com uma proposta de trabalho: encontrar o desaparecido músico da Laddz, a boy band do momento. Precisando do dinheiro, ela se vê forçada a aceitar, o que causa uma confusão em sua cabeça ao conviver com o ex e precisar acalmar o atual namorado. Ao tentar seguir suas próprias regras, Helen será arrastada para o mundo complexo, perigoso e glamoroso do showbiz, percebendo que seu pior inimigo ainda está por surgir. Irresistível, comovente e muito engraçado, Chá de sumiço é diferente de todos os romances do gênero, e a protagonista – corajosa, vulnerável e dona de uma língua afiadíssima – é a heroína perfeita para os novos tempos.



O primeiro livro da MARIAN que li foi FÉRIAS! Já ali me apaixonei pela autora, por Rachel, a protagonista, e sua irmã, Helen. Ao ler os demais livros com uma das irmãs como protagonista, era notório que Helen sempre encontrava um momento de brilhar e de roubar a cena. Com sua língua ferina e personalidade forte e marcante, a mais nova das irmãs parecia ser a mais eficiente delas na hora de resolver problemas, mesmo porque, ela sempre foi do tipo que não se envolvia, não tinha empatia e era completamente racional. Mas o melhor em Helen era seu humor ácido. É impossível ler qualquer livro com as irmãs e não se rasgar de tanto rir com os comentários sarcásticos de Helen Walsh. Exatamente por essa personagem ser tão peculiar, tinha certeza de que CHÁ DE SUMIÇO seria o melhor dos livros da família, e que um livro sobre a mais cativante e hilária das irmãs, prometia muito.

Então, fui com toda expectativa e paixão ler o mais novo livro da MARIAN. Estava pronta para ter dores de estômago das tiradas da Helen e de seu modo de viver e ver o mundo, quando deparei com uma Helen completamente diferente das anteriores, completamente diferente do que eu buscava e queria encontrar L

Não estou dizendo que o livro é ruim, longe disso, apenas que muito do humor da personagem, tão bem explorado nos outros livros, não foi tão intenso em CHÁ DE SUMIÇO, isso, obviamente aconteceu porque Helen cresceu!

Pois é, minha expectativa era encontrar a Helen dos livros anteriores, não parei para imaginar que MARIAN faria sua personagem crescer e amadurecer. Agora ela se encontra com 33 anos, sem apartamento, por falta de pagamento; sem emprego, porque a Irlanda passa por um período de recessão e não há dinheiro para gastar com detetives particulares; e de volta a casa dos pais, onde Mamãe e Papai Walsh, com seu humor mordaz, recebem a caçulinha de volta.

Infeliz com sua condição atual, Helen vê a oportunidade brilhar quando um conhecido a contrata para procurar o integrante desaparecido de uma boy-band. A banda está desintegrada há anos, mas como um círculo de pessoas precisam de dinheiro, resolvem ressuscitar os meninos - agora não mais tão meninos - para alguns showzinhos especiais para levantar fundos. Então nossa destemida detetive mergulha no universo musical para procurar o tal cantor.

A premissa do livro é interessante, e é justamente o sumiço do músico que movimenta a história. A investigação, as descobertas, as confusões, e tudo que cerca esse universo traz imenso prazer a leitura, mas confesso ter ficado um pouco decepcionada. Claro que queria ver Helen em ação, mas gostaria que isso tivesse tomado menos páginas e que a vida dela tivesse sido mais exposta. Helen sempre foi uma personagem tão cheia de vida, com tanto brilho, que em seu próprio livro, sua história pessoal se apagou. Ela passou um período doente e ainda sofre com a doença que assolou sua vida, por isso, em muitas passagens a personagem que era tão engraçada, se torna melancólica. Isso me chocou bastante, pois ela se mostrou completamente diferente dos outros livros, e claro que fiquei triste, tanto por não ter encontrado a personagem que imaginava, como por ver que alguém, antes tão destemida e alegre, esteja agora em tal situação. Mas, ao mesmo tempo em que fiquei em choque com as mudanças da personagem, também considerei esse um ponto positivo, pois MARIAN mostrou que mesmo a mais feliz das pessoas, aquelas que aparentemente não tem nenhum tipo de problema, escondem algumas coisas em seu interior que acabam por fazer mal, de maneira bastante avassaladora no caso de Helen.  

Logo após o choque inicial, lembrei o motivo que tanto me faz AMAR a MARIAN: sua sensibilidade para tratar de assuntos sérios em meio ao humor. Quem leu CHEIO DE CHARME e A ESTRELA MAIS BRILHANTE DO CÉU, sabe bem do que estou falando. Não que em seus outros livros a autora não aborde assuntos importantes, pois em todos eles ela o faz, mas esses dois, em especial, foram os que mais me marcaram, pois MARIAN tem um jeito bastante delicado ao retratar problemas e assuntos mais “pesados”. Depois de lembrar desse aspecto da narrativa de KEYES, passei a achar encantador que ela usasse a figura sempre tão alegre, feliz e cheia de si de Helen, para expor a doença.

Mas, como estava dizendo anteriormente, gostaria que mais e mais tivesse sido falado a respeito da vida pessoal da personagem, pois esses foram os momentos mais prazerosos da leitura. Acompanhar os diálogos de Helen e sua mãe nos matam de tanto rir. Mamãe Walsh é uma personagem extremamente especial e merece muito um livro só dela; os momentos que ela passa ao lado de Artie, seu namorado, são deliciosos de acompanhar. Ora parecem ser um casal estranho, ora parecem ser dois completos apaixonados, ora nos deleitamos de prazer com as cenas tórridas de amor e sexo; mas o melhor em Artie é o pacote de três filhos e uma ex-esposa, e Helen, que se encaixa de forma perfeita no meio dessa família tão doida. As respostas de Helen para Bruno, um dos filhos de Artie, nos levam a profundas gargalhadas. Ela é muito espirituosa e bastante inteligente e rápida ao dar respostas ao garoto, que é um pentelho! Algumas partes chegam a ser bizarras, mas Helen é bizarra, por isso, tudo fica parecendo (um pouco) normal.


Quanto à investigação, apesar de MARIAN se declarar uma apaixonada por livros policiais (<3 passei a amá-la ainda mais *_*), sabemos que ela não é autora do gênero, portanto, não esperem incríveis reviravoltas, descobertas fenomenais, um enredo cheio de mistérios, etc. Algumas revelações no decorrer da investigação são bastante óbvias e saltam aos olhos, quanto ao final, também nada de surpreendente, mas é como eu disse, MARIAN KEYES não é uma autora de livros policiais, portanto, não creio que alguém vá ler CHÁ DE SUMIÇO com o propósito investigativo, por isso, fãs da família Walsh, mergulhem em Helen e aproveitem cada pedacinho dessa personagem que é tão amada por todos, e desse livro, que foi tão aguardado e desejado por todos nós, fãs da MARIAN KEYES ;)  


FICHA DO LIVRO


CHÁ DE SUMIÇO
MARIAN KEYES
Editora: BERTRAND BRASIL                                   
Ano: 2013                  
Nº págs: 644
Gênero: Chick Lit

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5 comentários:

  1. Até hoje eu li apenas um livro da Marian, e fiquei apaixonada! Vou colocar esse na listinha de livros futuros hihi
    Beijos.
    http://www.garotadolivro.com/

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  2. Apesar de ter lido e ouvido vários elogios a Marian Keyes, não li nenhum livro dela. :/

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  3. Estou esperando ansiosamente por esse livro!
    Comprei pela pré venda, mas ainda não chegou. :S
    Conheço o tradutor que trabalhou nesse livro - Renato Motta - e ele me disse mesmo que em alguns pontos a trama ficou meio sem graça justamente pela Helen ser sempre a mais engraçada e nesse livro ser a deprimida.
    De qualquer forma estou muito ansioso!

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  4. Também fui com muita, muita expectativa, até porque queria saber se a autora contaria, mesmo que por cima, como andava a vida da Anna depois de "Tem alguém ai?", o que ela fez com as outras irmãs, nos outros livros. Mas tirando isso (e a mudança de comportamento da Helen, que era tri louca e tá meio apagada) acabei gostando de "Chá de sumiço".

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  5. Li chá de sumiço e como você esperava outra Helen... Só que me lembrei que entre os 11 livros publicados no Brasil da Marian os únicos que são narrados em primeira pessoa são os das irmãs Walsh. Entendo que ela passe o que ela vive para os livros, vi uma declaração dela sobre o livro que mostrava que ela sofreu de depressão e passou isso para Helen, além do amadurecimento a personagem também teve um toque pessoal/emocional da Marian. Beijos.

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