RESENHA: LEVIATEMPO - Maxime Chattam (Ed. Bertrand Brasil)

Boa tarde, pessoal!

No começo da tarde vocês puderam conferir uma resenha da Semana Especial do GRUPO EDITORIAL RECORD, e como tenho muitas resenhas do grupo para postar, agora vocês vão poder conferir outra. Dessa vez vou falar sobre LEVIATEMPO, do MAXIME CHATTAM, lançado pela BERTRAND BRASIL.

LEVIATEMPO

MAXIME CHATTAM

Editora: BERTRAND BRASIL              

Ano: 2015

Nº págs: 420

Gênero: Policial, Suspense

SINOPSE: Um dos 10 autores de maior sucesso na França, com 500 mil exemplares vendidos por ano Na Paris da Belle Époque, Guy de Timée é um romancista de sucesso vivendo o drama da página em branco. A fim de encontrar inspiração para escrever um romance noir, ele sai de casa, deixando mulher e filha, e se aloja no sótão de um bordel no coração da cidade. O Boudoir de soi é uma casa respeitável, frequentada pela alta burguesia parisiense, e Guy logo se torna amigo das residentes do local. Uma noite, uma das jovens prostitutas é encontrada morta ao lado do bordel; horrivelmente curvada, transpirando sangue e com os olhos completamente negros. Auxiliado pela cortesã Faustine e pelo complexado inspetor Perotti, Guy assume uma violenta e sangrenta investigação que leva a outros assassinatos e corpos encontrados em condições semelhantes. Seria obra do Diabo? Qual o propósito sombrio desse assassino de mulheres? Dos círculos esotéricos da Cidade Luz às maravilhas arquitetônicas da Exposição Universal de 1900, Leviatempo é um romance surpreendente no qual o protagonista, ao tentar seguir os passos de Arthur Conan Doyle, acaba se tornando, ele próprio, uma espécie de Sherlock Holmes.

LEVIATEMPO foi um suspense policial que me dividiu bastante, mas, apesar da nota, sou obrigada a dizer que, no geral, foi muito bom! O livro tem a pegada policial necessária para ser interessante e os assassinatos são BÁR-BA-ROS! Sério, chegam a ser medonhos, tão bem descritos, intensos e horríveis que são. Esse foi um dos livros policiais que li que apresentou os corpos de forma mais chocante, dando até uma reviravolta no estômago. Nota 10 nesse quesito.

Outro ponto que mereceu nota 10 foi o mistério demoníaco que existe na obra. Sim, o livro conta com algumas pitadas que lembram algo sobrenatural, e algumas passagens podemos até dizer que assim foram, ou pelo menos que aparentaram muito, envolvendo religião, magia negra... Uma mistureba interessantíssima que gerou uma curiosidade ENORME!

A narrativa de CHATTAM é bastante fluida, contudo, demorei algum tempo para concluir a leitura desse livro. Não por ele ser chato ou não ter um enredo interessante, pois, na verdade, o enredo é fascinante. Meu problema maior foi mesmo com os personagens. Dois deles para ser mais honesta: Guy, o escritor protagonista, e Perotti, o jovem que iniciou a carreira na polícia.

No início achei Guy um personagem bastante interessante. Um escritor sofrendo por não conseguir escrever algo digno que resolvera abandonar a esposa e a filha para se alojar em um bordel parisiense para começar a escrever. Meu problema com o personagem começou quando as prostitutas passaram a ser mortas. Ele simplesmente tomou a frente das investigações! Achei meio forçado isso, pois ele contava com a ajuda de Perotti, que não dava palpite algum na situação e, iniciante ou não, não parecia um investigador, tão “morto” se comportava. Já Guy, parecia ser um brilhante detetive treinado, já que confabulava, fazia suposições, procurava pistas, narrava toda uma história em volta dos acontecimentos e mortes, farejava pistas, etc. Achei que foi dado MUITO brilhantismo ao personagem, que para piorar era extremamente pedante e repetitivo. Aliás, culpo essa repetição por ter demorado tanto a ler o livro, pois foram MUITAS as vezes em que o personagem retomava todos os fatos. Claro que no começo é interessante fazer isso, mas quando se chega ao meio do livro, e já temos um monte de vítimas, ficar retomando o como cada uma delas morreu, o estado dos corpos e as teorias que envolvem a morte de cada uma delas se torna extremamente exaustivo.

Quanto as meninas do bordel, adorei acompanhar suas vidas e seus modos de pensar e agir diante da sociedade parisiense, que foi bastante bem retratada em LEVIATEMPO, assim como vários pontos da cidade também foram.

Para mim, LEVIATEMPO só pecou no quesito protagonista, foi demais para um homem só. Guy me irritou muitas e muitas vezes, e torci para que alguém desse cabo do sujeitinho logo e que algum policial de verdade assumisse a investigação, principalmente para dar palpites acertados e não querer ficar convencendo as pessoas (e os leitores) com seus eternos e chatos achismos. Recomendo a leitura por tudo mais que o livro apresentou, mas que Guy foi meio intragável, isso foi :S

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