17 de março de 2015

RESENHA: A LINGUAGEM DAS FLORES - Vanessa Diffenbaugh (Ed. Arqueiro)



Bom dia, gente!

Hoje vou falar de um livro da ARQUEIRO que por causa de sua altíssima nota no skoob me matava de curiosidade: A LINGUAGEM DAS FLORES da VANESSA DIFFENBAUGH.

A Linguagem das FloresA LINGUAGEM DAS FLORES
VANESSA DIFFENBAUGH
Editora: ARQUEIRO              
Ano: 2015   
Nº págs: 304
Gênero: Drama

SINOPSE: Victoria Jones sempre foi uma menina arredia, temperamental e carrancuda. Por causa de sua personalidade difícil, passou a vida sendo jogada de um abrigo para outro, de uma família para outra, até ser considerada inapta para adoção. Ainda criança, se apaixonou pelas flores e por suas mensagens secretas. Quem lhe ensinou tudo sobre o assunto foi Elizabeth, uma de suas mães adotivas, a única que a menina amou e com quem quis ficar... até pôr tudo a perder. Agora, aos 18 anos e emancipada, ela não tem para onde ir nem com quem contar. Sozinha, passa as noites numa praça pública, onde cultiva um pequeno jardim particular. Quando uma florista local lhe dá um emprego e descobre seu talento, a vida de Victoria parece prestes a entrar nos eixos. Mas então ela conhece um misterioso vendedor do mercado de flores e esse encontro a obriga a enfrentar os fantasmas que a assombram. Em seu livro de estreia, Vanessa Diffenbaugh cria uma heroína intensa e inesquecível. Misturando passado e presente num intricado quebra-cabeça, A linguagem das flores é essencialmente uma história de amor – entre mãe e filha, entre homem e mulher e, sobretudo, de amor-próprio.

Foram tantas as notas altas para esse livro, que quando a ARQUEIRO anunciou a reedição dele senti que era a oportunidade de conferir essa história tão elogiada por todos. Infelizmente, comigo não funcionou. O livro não me emocionou e enquanto muitos morreram de amores e de dó da protagonista, consegui vê-la apenas como uma criança revoltada, cínica, mentirosa e criminosa. Sim, porque o que essa garota fez no meio do enredo chama-se crime!

Podem me chamar de fria, sem coração e dizer que sou ruim, e posso até ser, mas a história da órfã Victoria não me penalizou em nada! E olhem que meu sonho é poder adotar uma criança um dia. Mas, por Deus, espero que não uma igual a essa menina. Victoria sempre foi uma criança reclusa e arredia, que nunca conseguiu permanecer em nenhuma das casas a que foi mandada, até o dia em que passou a viver com Elizabeth e essa conseguiu quebrar sua casca. Até então estava gostando da história. Para mim, Victoria não passava de uma garotinha sapeca e infeliz por ter sido abandonada. Todas as suas artes eram compreensíveis e passíveis de perdão, afinal, era apenas uma jovem menina que já tinha passado por várias situações ruins em seus poucos anos de vida. Meu problema com a personagem começou por causa de Elizabeth, uma mulher fantástica que deu amor incondicional a essa criança, que incrivelmente retribuiu.

Um dos meus maiores arrependimentos foi não ter parado a leitura nesse exato momento, em que estava achando tudo lindo e glorioso. Prosseguir só me fez ficar com nojo de Victoria.

Elizabeth encontrava-se com problemas com a irmã (e isso admito que foi muito bem trabalhado no livro e que aguçou minha curiosidade a cada virar de página), e como as duas não se falavam há muitos anos, Elizabeth tinha decidido que era hora de perdoar a irmã e de elas se reaproximarem, mesmo porque, as duas tinham filhos agora. O problema foi que a partir disso, Victoria se mostrou uma criança mesquinha, egoísta e incapaz de compreender que o amor deveria ser dividido, e para evitar uma situação que não queria que acontecesse, cometeu um ato criminoso. Não me venham dizer que ela tinha apenas 10 anos e não sabia o que fazia porque sabia MUITO bem, tanto que planejou em detalhes, seu plano incluía até culpar outra pessoa por seu ato e foi exatamente o que ela fez! Pode ser que a atitude teve consequências bem maiores que a que ela imaginou, mas ela sabia o que estava fazendo. Depois disso, a garota voltou para o Estado e Elizabeth perdeu sua guarda.

VANESSA contou seu enredo de forma a intercalar o passado e presente de Victoria, e em ambos os tempos fiquei com nojo da menina/mulher. Se sua atitude criminosa enquanto criança me decepcionou imensamente, ainda mais por suas justificativas cínicas e mentirosas, suas atitudes depois de adulta me deixaram ainda mais desgostosa em relação à personagem. Era de se imaginar que ela aprenderia com os erros e faria de tudo para ser alguém melhor, não foi! Ao contrário, depois de adulta ela teve uma atitude que foi ainda pior que quando criança.

Mas, para meu total arraso e descompreensão, coisas boas passaram a acontecer para essa garota, que, mais uma vez me desculpem, não merecia! De repente, ela começou a ter sucesso como florista, resolveu assumir o que tinha feito no passado para Elizabeth, e foi facilmente perdoada, até pelo seu erro recente e mais absurdo de todos ela foi perdoada!

Fiquei REVOLTADA com essa leitura! Como que alguém que foi cometendo um erro atrás do outro pode ter tocado o coração de tantas pessoas? Por que foi uma criança sofrida e abandonada? Isso justifica o ato criminoso? E pior, justifica o que ela fez com a própria filha anos depois? Talvez eu realmente tenha um coração de pedra, mas não acho que as atitudes “boas” que Victoria teve em relação a estranhos (escolher a planta certa para cada tipo de pessoa foram as atitudes “boas” ¬¬) diminuem a culpa dela em relação a todas as outras coisas e malefícios que criou durante todo o enredo.

Podem me xingar a vontade, mas sou sincera ao dizer que ODIEI essa personagem e que esse livro não me desceu de forma alguma! Pareceu que VANESSA quis transformar um vilão em alguém do bem e muita gente engoliu por causa de seu passado sôfrego. Desculpem, mas, para mim, crime é crime e nada justifica. Com certeza passarei longe dos próximos livro da autora :S


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14 comentários:

  1. Nossa...hahahaha...não gostou mesmo do livro hein?? hehehe

    Desde aquele dia que tu postou no face q tava lendo e me disse q era ruim nem fiquei com vontade de ler, só não imaginava que seria tão ruim assim hhaha

    bjos

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    1. Fer, então, o problema é que 99% das pessoas gostaram... Essa foi uma daquelas leituras que fez com que eu me sentisse um verdadeiro ET, rs.

      Bjs

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  2. Menina você é super sincera nas suas resenhas, nem li o livro mas a resenha me lembrou Reparação do Ian McEwan que li ano passado e a garota tem a imaginação fértil, vê uma cena de longe e acusa o rapaz por um crime e mesmo sabendo que estava errada ela faz um esforço incrível para manter a mentira estragando a vida do rapaz, da mãe dela, da irma e da família. Odiei que no fim quem cometeu o crime, a vitima que se manteve calada e a menina terminaram com conforto, que raiva mas mesmo assim amei a leitura. Mas desse livro vou passar longe pelo jeito a autora não conseguiu fazer a protagonista sentir o peso das suas ações.

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    1. Rafa, senti exatamente isso, que a protagonista não sentiu o peso de suas ações. PIOR, achei que ela tentou se justificar demais para que o leitor não a julgasse. A mim, pareceu que ela ainda queria se passar por coitadinha. Fiquei P* ¬¬

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  3. Esse livro também não me tocou em nada, não entendo como ele tem uma nota tão alta, parece que o autor forçou tanto a personagem a sofrer e só se dar mal na vida, que ficou um pouco chato sabe?
    Talvez seja por esse motivo que eu tenha desistido na metade da leitura. Não consegui finalizar e também não tenho vontade nenhuma.
    Abraços
    www.estantedepapel.com

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  4. Esse livro também não me tocou em nada, não entendo como ele tem uma nota tão alta, parece que o autor forçou tanto a personagem a sofrer e só se dar mal na vida, que ficou um pouco chato sabe?
    Talvez seja por esse motivo que eu tenha desistido na metade da leitura. Não consegui finalizar e também não tenho vontade nenhuma.
    Abraços
    www.estantedepapel.com

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    1. Gabis, acho que eu devia ter abandonado tb. Se tivesse abandonado no meio ainda teria ficado com a simpatia que senti pela protagonista até aí, pq depois disso... OMG, foi PÉSSIMO! Affff. Creio sermos as duas únicas "alienígenas" que não gostaram desse livro! Hahahaha. Toca aqui o/

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  5. Tipo as novelas da Globo hahaha
    Gente nem quero ver
    Veeeeeeeeeeesh

    Senti toda a sua revolta pode crer

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    1. kkkkkkkkkk, chorei com "tipo as novelas da Globo" kkkkkkkkkk

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  6. Eu ODEIO quando as pessoas tentam justificar os erros pelo que aconteceu na infância, o que parece acontecer na vida adulta da personagem e que faz todos gostaram. Odeio, odeio mesmo. Pra mim a parte do momento em que a pessoa cresce e tem consciência dos seus atos ela pode muito bem mudar. Já nem quero mais ler esse livro.

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  7. Essa capa é maravilhosa. Confesso que a sinopse não me chamava completamente a atenção. Mas preciso admitir também que era em grande parte pela arte da capa, que não era grande coisa pra mim. Já essa nova edição é incrível, acho que até a história ganharia outro sabor pra mim rs

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  8. Fiquei confusa sobre esse livro desde a primeira vez que o vi, por isso que não peguei para ler e nem coloquei na minha lista. Você odiou, mas já vi gente dizer que amou, outros falarem que são indiferentes... concordo contigo que autoras que tentam transformar um personagem em bonzinho só por conta de um passado sofrido não descem. Vou continuar passando esse livro.

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