19 de fevereiro de 2014

RESENHA: OS JUSTICEIROS - Stephen King como Richard Bachman (Ed. Suma de Letras)



Boa tarde, gente!

Hoje vou falar sobre OS JUSTICEIROS livro que STEPHEN KING escreveu como RICHARD BACHMAN e que a SUMA DE LETRAS relançou em uma linda edição.

OS JUSTICEIROS
STEPHEN KING como RICHARD BACHMAN
Editora: SUMA DE LETRAS                                 
Ano: 2013                  
Nº págs: 352
Gênero: Terror, Sobrenatural

SINOPSE: Tarde de verão em Ohio. Nada parece fora do lugar na calma rua dos ÿlamos. Um menino entrega o jornal, crianças brincam no jardim e os irmãos Caver discutem normalmente. O problema é o furgão vermelho no alto da ladeira. Falta pouco para ele começar a descer e transformar esta bucólica paisagem num mar de sangue. Quem conseguir sobreviver a esta tarde de horror vai perceber as regras que movem o mundo dos justiceiros. Um universo onde tudo pode acontecer. Esta é a trama do livro Os Justiceiros, obra de Stephen King sob o pseudônimo de Richard Bachman.

Preciso começar essa resenha dizendo que OS JUSTICEIROS foi o latão que virou ouro, isso porque comecei odiando o livro e quando cheguei a última página estava morrendo de amores por ele.

No final do ano passado, a SUMA enviou várias novas edições do KING. Apesar de QUATRO ESTAÇÕES e TRIPULAÇÃO DE ESQUELETOS estarem nas minhas metas literárias de 2014, preferi ler OS JUSTICEIROS, livro ambientado no mesmo cenário de DESESPERO, que já vi o filme.

O início do livro me deixou completamente frustrada. Nas vinte primeira páginas, KING já apresenta uns 30 personagens, e mais duas páginas depois já começa a matar boa parte deles. A primeira morte achei interessante, ainda mais por ser um misterioso furgão vermelho quem atirou em um rapaz. Pensei que teríamos algo mais policial, que tentaríamos descobrir quem dirigia o furgão e porque havia matado um garoto e antes disso uma família. Acho que os policiais estão subindo a minha mente, pois sei que KING não explora esse lado em suas tramas, mas... Quem sabe... Alguma explicação haveria de ter.

E foi a falta dela que cada vez mais me irritou na leitura. Conforme as páginas seguiam, uma carnificina medonha tomava conta das páginas. A narrativa passa-se em uma rua de uma cidadezinha e logo todos os personagens envolvidos naquela rua começam a morrer. SEM EXPLICAÇÃO!

Não bastando, os personagens eram apresentados como: Fulano, que mora na casa de Nº tal, casado com fulana e pai de X e Y. Isso me causou uma profunda revolta, pois o que mais AMO em KING é a forma como ele consegue humanizar seus personagens. Ele consegue aproximá-los tanto do leitor, que por mais absurda, ficcional ou fantasiosa que seja a história que ele apresenta, criamos um laço TÃO grande e significativo com o personagem, que tudo o que pertence ao enredo passa a ser real e possível de acontecer.

Estava na página 260 e esses aspectos haviam me irritado ao extremo. Então recorri à internet para ler algumas resenhas. TODAS da mesma opinião que eu em relação aos personagens. Uffa, pensei, não estou sozinha. A mim, não importa se KING está escrevendo como KING, BACHMAN ou como PAPA, o que quero é a ligação profunda e extrema que sempre tive com algum personagem, e que até esse momento não havia tido.

Mesmo o livro contando com um personagem singular: Seth (um menino autista que tem algo ou alguém em seu corpo: Tak. - Quem ou o quê é Tak não é explicado, não é detalhado nem nada disso), ainda assim não havia uma conexão entre mim e o persoangem . A essa altura já pensava “puta merda, o que passou na cabeça do KING pra escrever essa porcaria”.

Aproveitei que estava na internet procurando informações sobre o livro e fui conversar com o Boni, do KING OF MAINE, falei que era o pior e mais chulo livro do KING, que jamais daria mais que 3 estrelas, que era terrível, horroroso, etc. Falei que iria abandonar, pois havia lido que em DESESPERO havia todas as informações que eu queria sobre Tak e os demais personagens, então eu iria ler DESESPERO e depois retomava para OS JUSTICEIROS. Mas o Boni insistiu que eu deveria terminar o livro. Bem, já que estava no inferno, resolvi abraçar o capeta e terminar logo esse livro que estava sendo um martírio.

Apesar de estar odiando desde o início pelos motivos já citados acima, obviamente, conseguia sentir a tensão que existia nos tantos personagens, pois esses estavam morrendo a cada página, “assombrados” por furgões coloridos e assassinos, por isso, até esse momento, daria três estrelas ao livro, apesar das ENORMES falhas e pontos negativos, KING conseguiu fazer a tensão tomar conta do meu ser.

Contudo, quando resolvi que enfrentaria “bucha” e terminaria o livro, OS JUSTICEIROS sofreu uma reviravolta e me conquistou de forma excepcional, indo do latão ao ouro! Se até a página 260 eu só conseguia pensar que o livro era (muito) ruim e queria abandoná-lo, a partir da 261, com a carta do personagem Symes, tudo mudou. Finalmente as explicações passaram a ser dadas! Não todas, mas o suficiente para fazer com que a história ganhasse novo fôlego e eu um, novo ânimo. Com a carta, Symes conseguiu fazer o que eu estava sentindo falta até aquele momento: me aproximar de um personagem, pois ele resolve contar como conheceu Seth e as estranhas circunstâncias que envolveram o garotinho. Após essas páginas, estava conquistada e conectada a um personagem, o que me fez passar a ver o livro com outros olhos.

Quando cheguei ao final, percebi o quanto estava envolvida com Seth e sua tia, Audrey, e com toda a situação que ambos viviam, mas, principalmente, estava encantada com a ligação que essa tia e sobrinho tinham. Foram nas páginas finais de OS JUSTICEIROS que vi as características de KING que tanto admiro: personagens fortes, marcantes e que nos emocionam com sua coragem e determinação. O final foi de fazer sangrar o coração de tão triste, mas ao mesmo tempo foi lindo e perfeito, pois seria impossível um outro final que se encaixasse tão bem ali.

Claro que após isso minha opinião sobre o livro mudou drasticamente. Não apenas dei 4 estrelas (isso porque afirmei que JAMAIS daria mais que 3), como também favoritei-o no Skoob. O final mexeu com meus nervos, com meu coração e com minha imaginação, e tudo isso compensou pelas decepções que OS JUSTICEIROS haviam me causado até ali.

Como disse logo no início, a SUMA está relançando os livros do KING em novas edições, com fontes maiores e mais confortáveis, contudo, a editora pecou nas últimas páginas, em que uma personagem, que está passando lua de mel num hotel, envia uma carta para uma amiga. Nessas páginas, além de a fonte ser terrível, é tão minúscula (menor que 8), que precisei ler com uma lupa, o que é bem chato, pois são páginas essenciais que transformam o final que KING deu em algo ainda mais belo.

Do lixo ao luxo. Do latão ao ouro. Assim foi minha experiência com OS JUSTICEIROS. Leitura mais que recompensadora! Leiam com paciência e insistência que irão se surpreender. Recomendo MUITO!




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3 comentários:

  1. Cada vez com mais vontade de ler os livros de King. Bom você avisar pra não desistir desse livro.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Cada vez que leio suas resenhas dos livros do King vejo que tenho que fazer alguma coisa respeito do meu debute com a escrita do autor. As adaptações que vi foram inúmeras, mas ainda (muito vergonhosamente admito isso) não li nenhum título dele. Pretendo começar por aqueles que você me indicou, ainda mais por que eu já sou apaixonada pela história de Zona Morte por causa da série, mas não descarto a leitura de "Os Justiceiros" no futuro.
    Beijos,
    Isabelle | http://www.mundodoslivros.com/

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  3. "comecei odiando o livro e quando cheguei a última página estava morrendo de amores por ele". me representou, senti o mesmo com esse livro

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