Bom dia, pessoal.
A resenha de hoje
é sobre A FESTA DE DIVÓRCIO, da LAURA DAVE, lançado pela BERTRAND BRASIL no fim do ano passado.
LAURA DAVE
Editora: BERTRAND BRASIL
Ano: 2013
Gênero: Chick Lit
SINOPSE: A festa de divórcio conduz o leitor à vida de
duas mulheres que se encontram nos extremos opostos do casamento, uma se
divorciando e outra no momento de confirmação do relacionamento dos sonhos.
Apesar de todas as diferenças – distância, condição financeira, idade – Gwyn e
Maggie têm uma coisa em comum: ambas estão em uma encruzilhada e enfrentam as
mesmas perguntas: até que ponto você deve se esforçar para ficar com a pessoa
que ama? Quando é hora de desistir?
O best-seller de Laura Dave apresenta um costume
cada vez mais comum nos Estados Unidos: a celebração do rompimento amoroso.
Talvez para os brasileiros isso seja estranho, mas para o povo do país
norte-americano, este momento, quando consensual, deve ser celebrado. Isso
porque os envolvidos foram corajosos pela decisão e porque agora os dois
poderão ser finalmente felizes, mesmo que com outras pessoas.
Laura chega à raiz das questões mais importantes
e faz o leitor acreditar em todas as faces do amor, até a do divórcio.
Ao ver o título A FESTA DE DIVÓRCIO fiquei
imediatamente interessada, com esse nome, tinha certeza que o livro me faria
rir horrores e seria um chick lit fantástico. Mas fui enganada! Estava certa de
ter deliciosas gargalhadas com a leitura, mas A FESTA DE DIVÓRCIO mostrou-se um livro tocante, profundo e com
muitos ensinamentos sobre o amor.
A história envolve
três gerações da família Huntington: Anna e Champ, o apaixonado casal que passa
o resto de seus dias na Hunt Hall, a enorme mansão que “sobreviveu” a um
terrível furacão. Seu filho, Thomas e a nora, Gwyn, que estão dando a festa de
divórcio após permanecerem 35 anos casados e vivendo em Hunt Hall; o neto, Nate
e a noiva, Maggie, bem como a neta, Geórgia, grávida de 8 meses e meio, de Denis,
com quem namora a apenas 10 meses e meio.
A primeira vez que
Maggie vai conhecer a família do noivo vai ser na reunião da inusitada festa de
divórcio. Após tantos anos de casados, Thomas e Gwyn resolvem se separar,
aparentemente, por causa do crescente fascínio que Thomas passou a sentir pelo
budismo.
A princípio
realmente achei que a história penderia para o humor, afinal, pareceu
completamente engraçado que Thomas quisesse se separar da esposa para se
dedicar a uma religião. Como gosto muito de histórias com fanáticos religiosos,
pensei que Thomas seria apenas mais um personagem desse tipo, e que Gwyn, no
fim das contas, iria contas grandes histórias sobre o marido e tirar sarro de
sua situação religiosa, mas, conforme Gwyn ia contando sobre sua vida e seu
casamento, vamos percebendo a amargura na fala da personagem, o que faz nossa
ficha cair e compreender que a separação não deve ser apenas por causa da
religião.
De fato isso é
verdade, conforme a personagem vai se expondo, expondo seus sentimentos, vamos
compreendendo o porquê de algumas vezes ela soar tão ressentida em suas
lembranças. Thomas, que no início parecia apenas um cavalheiro excêntrico, vai
caindo em nosso conceito e mostrando que tem falhas de caráter, como qualquer
ser humano, mas é com seu personagem que a autora mostra como a mentira pode
ser destrutiva em uma relação.
Na figura de
Maggie e Nate, LAURA DAVE, explora como
os segredos do passado podem afetar um relacionamento no presente. Confesso que
apesar de ter me apaixonado pelo casal, tê-los considerados fofos e torcer por
eles, não entendi a crise que se instalou no noivado após o descobrimento do
segredo. Claro que toda e qualquer mulher ficaria magoada com o que Maggie
descobriu sobre Nate, mas, na leitura, percebemos que em momento algum Nate
escondeu os fatos por maldade ou para causar algum mal a Meggie, também não vou
dizer que o fez para preservá-la, pois fica claro que as meias verdades foram
um modo de Nate fugir do passado que tanto o magoou. Ambos os personagens
carregavam traumas do passado, mas enquanto Maggie se abriu e contou para o
noivo tudo a seu respeito, ele se retraiu e escondeu coisas importantes dela,
fazendo com que ela se sentisse traída. Até entendo, respeito e concordo com
ela nesse ponto, em qualquer tipo de relação é muito ruim sentir que você se
doa por completo enquanto a outra parte parece ser apenas um espectador,
contudo, considerei algumas atitudes de Maggie, após a descoberta do segredo,
muito infantis, e não condizentes com o modo como a personagem vinha se
comportando até ali, pois, em um ônibus de viagem, ela passa por uma situação
com uma conhecida do noivo que faria qualquer mulher ter um chilique, enquanto
que ela foi completamente madura e adulta para lidar com a situação de um jeito
surpreendente.
Geórgia e Denis
são personagens secundários, mas brilhantemente construídos, como todos os
outros. É com esse casal que a autora explora as dúvidas e incertezas de um
relacionamento que está no começo. Enquanto Geórgia bota muita fé no homem que
escolheu, todos ao seu redor pensam o contrário, e é muito gostoso ler sobre a
história dos dois, pois a incerteza dos outros vai passando para Geórgia e para
o leitor, ao mesmo tempo que as certezas de Geórgia vão passando para gente, o
que nos deixa em meio a um fogo cruzado, sem saber para qual lado ir.
A FESTA DE
DIVÓRCIO foi um livro completamente diferente do que imaginei. Pensei que iria dar
altas gargalhadas, mas o que tive foi muito ensinamento: das diferentes formas
do amor, das diferentes formas de convivência, das diferentes visões que cada
um tem do relacionamento que está e sobre o dos outros, mas, principalmente,
das diferentes formas de amar, de se deixar amar e de voltar a amar. Livro
LINDO! Recomendadíssimo!
Fiquei interessada, parece um livro bem reflexivo. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
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