Oi, gente!
A resenha de hoje
é sobre O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS,
do FEDERICO ANDAHAZI, lançado pela BERTRAND BRASIL.
FEDERICO ANDAHAZI
Editora: BERTRAND BRASIL
Ano: 2013
Gênero: Romance Histórico, Suspense
SINOPSE: Em 1455, a cidade de Mainz, na Alemanha, está em
polvorosa. Não bastassem as revoltas populares tão comuns à época, Johannes
Gutenberg, o inventor da prensa, está sendo acusado de comercializar livros
clandestinos, de roubar e de praticar bruxaria e satanismo juntamente com seus
parceiros comerciais, Johann Fust e Petrus Schöffer. Sigfrido de Maguntia, o
promotor do caso, é considerado o maior copista de seu tempo e tem um interesse
especial, já que a Bíblia que os réus copiaram foi originalmente escrita por
ele próprio.
Ao mesmo tempo, o terror se espalha pela cidade,
em especial no Mosteiro da Sagrada Canastra, um bordel de luxo às margens do
rio Reno cujas prostitutas são adeptas das práticas dos “prazeres proibidos”. O
motivo: um assassino anda à solta. Suas vítimas: invariavelmente, as
prostitutas do bordel, que são mortas com brutalidade e têm as peles
meticulosamente arrancadas. O burburinho comum do local dá lugar ao silêncio.
Tão acostumados a visitar as “adoradoras da Sagrada Canastra” – e a praticar
seus rituais bem peculiares –, os homens da cidade estão trancafiados em suas
casas, assim como as prostitutas.
Quando o livro foi lançado
pela BERTRAND fiquei bastante
curiosa: romance histórico + suspense + assassinato? Claro que iria para minha
lista de desejados! Mesmo sabendo que o livro teria uma pitada hot (gênero que
não gosto), estava disposta a conhecer o universo que ANDAHAZI havia criado para seu assassino e para o julgamento de
Gutenberg. Contudo, quando tive o livro em mãos, fiquei MUITO receosa com a
leitura, pois a capa traz a impressão que a revista Notícias, de Buenos Aires, teve sobre o livro: “A incursão mais audaz
de Federico Andahazi pelo relato erótico”. Nessa hora fiquei com imenso medo de
ler O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS,
pois achei que estaria lendo um erótico disfarçado. Foi com um tremendo medo
que comecei a ler e acabei me surpreendendo com o tanto que gostei da história.
De um lado temos Gutenberg e
dois amigos sendo acusados de comercializar livros clandestinos. Do outro, temos
um terrível assassino que mata as prostitutas do Mosteiro (?!) da Sagrada
Canastra.
Ao iniciar a leitura, tinha
certeza que ficaria apaixonada pela parte do relato sobre Gutenberg. ANDAHAZI foi bastante prolixo em criar
a riqueza dos detalhes, em falar da infância e familiares do inventor e ao
expor as razões pelas quais ele estava sendo acusado. Quando achei que o autor
iria abordar apenas o fato de Gutemberg ser um copista, fui surpreendida ao ver
que o inventor também fora acusado de bruxaria, ocultismo e de mexer com o satânico,
o que me agradou ao extremo, pois acho interessantíssimo ver como era o pensamento das pessoas daquela época em
relação ao diferente, sobre as coisas que elas não podiam explicar. Porém, ao
mesmo tempo em que encontrei imenso prazer na leitura, algumas vezes fiquei
entediada, principalmente com Sigfrido, que é quem acusa os rapazes. No começo
as falas do personagem até pareceram interessantes, mas depois ficaram maçantes
e repetitivas. Eu lia, lia, lia e parecia que ele estava em dezenas de páginas
falando sempre a mesma coisa, me dando a sensação de não sair do lugar.
Quanto aos assassinatos
acontecidos no prostíbulo... Que tremenda surpresa eu tive! O início já me
fisgou logo de cara, pois temos a cena em que uma das moças é assassinada e tem
sua pele arrancada. Fui a loucura ao ler que o assassino, depois de escalpelar
a moça, se envolveu na pele (!!) Mas, depois disso, fiquei com medo da leitura,
pois tinha receio de que a qualquer momento a narrativa fosse para o gênero
erótico e me desapontasse. Mas fiquei felicíssima ao ver que isso não
aconteceu, pelo contrário, o erótico é contado de forma bastante crua e em
muitas partes me fez rir, como quando Ulva, a putas das putas (palavras do
livro), que é a “dona” do bordel, explica para suas pupilas como deve ser feito
o sexo oral. ANDAHAZI escolhe muito
bem as palavras para descrever tais passagens, ora nos deixa curiosos sobre
como o “sexo é aplicado” no bordel, ora nos deixa com um sorrisinho malandro
nos lábios, e ora faz com que seja impossível segurar as risadas,
principalmente no que concerne a Ulva e seus atributos físicos. Aliás, Ulva é
uma personagem fantástica, daquelas que nos faz passar por diversos sentimentos
e sensações. Ela nos faz rir com muitas de suas falas e atitudes, mas também
provoca reflexão no leitor, e principalmente, nos instiga a saber mais sobre O
Livro dos Prazeres Proibidos e a seita que o protege.
Mas, uma coisa que me
desagradou bastante na leitura, e não posso deixar de apontá-la aqui, foi a
demora para que as histórias se conectassem. Obviamente, quando pegamos um livro
que traz duas abordagens tão diversificadas, ficamos imaginando quando e como
elas vão convergir, e foram muitas e muitas páginas a espera de que isso
acontecesse. Parecia que ANDAHAZI não
ia fazer uma conexão entre as histórias e que ficaríamos com a eterna sensação
de estar lendo dois livros com capítulos intercalados. Foi apenas no final, no
final mesmo, que o livro se unificou, e isso foi uma coisa que achei que ficou
faltando. Deveria ter acontecido antes.
Confesso que tive receio ao
começar O LIVRO DOS PRAZERES PROIBIDOS,
e achei que iria acabar torcendo o nariz para o livro, mas me surpreendi com a
narrativa e a considerei bastante envolvente. Bem diferente do que imaginava, é
verdade, e foi por isso mesmo achei tão fascinante, mesmo encontrando alguns
pontos negativos. Recomendo ;)
Já tinha ouvido falar do livro mas confesso que não conhecia o enredo. Achei bem interessante, mas não sei se é livro pra mim. Ótima resenha.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Esse é sem dúvida o pior livro que eu já li na vida, odiei, não recomendo.
ResponderExcluirTenho certeza de que quem gosta de bons livros também vai odiar esse livro!