5 de setembro de 2013

RESENHA: NÃO BRINQUE COM FOGO - John Verdon (Ed. Arqueiro)

Oi, gente!

Adivinhem o gênero da resenha de hoje :D  POLICIAL, claro! Mês passado a ARQUEIRO lançou mais um livro do queridíssimo JOHN VERDON, NÃO BRINQUE COM FOGO, e eu fui correndo conferir.

Não Brinque Com FogoSINOPSE: No ano 2000, um criminoso que ficou conhecido como Bom Pastor matou seis pessoas em estradas, dentro de seus carros em movimento. Na época, ele enviou um manifesto à polícia no qual deixava claras suas motivações: uma cruzada solitária contra a ganância. Após o sexto assassinato, no entanto, encerrou a matança e nunca foi descoberto. Dez anos depois, uma jovem estudante de jornalismo está fazendo um documentário sobre os familiares das vítimas quando coisas estranhas começam a acontecer em sua casa. Objetos são trocados de lugar, maçanetas são afrouxadas, luzes se apagam sozinhas. Assustada, ela contrata Dave Gurney como consultor. Depois de ler o material sobre o caso – incluindo o perfil psicológico do assassino elaborado pelo FBI –, o detetive coloca em dúvida toda a lógica da investigação. Ao confrontar os agentes responsáveis, porém, Dave percebe que está mexendo em um ninho de vespas, o que fica evidente quando até pessoas que o apoiaram no passado se voltam contra ele. Agora seu único aliado é o antigo parceiro Jack Hardwick, um policial grosseirão e debochado que não esconde seu desprezo pelas autoridades. Com sua ajuda, Dave tem acesso aos relatórios confidenciais do caso e começa a própria investigação. Mais uma vez, ele se colocará em risco enquanto tenta provar seu ponto de vista e capturar o criminoso. Além de reunir todas as qualidades da série Dave Gurney – personagens bem construídos e uma admirável engenhosidade narrativa –, “Não Brinque Com Fogo” vai além: é um lembrete do poder da fé em si mesmo num mundo onde isso é cada vez mais raro.

Não é segredo para quem acompanha o blog que eu adoro JAMES PATTERSON e HARLAN COBEN. Durante muito tempo eles foram meus queridinhos dos romances policiais, hoje, eles ainda são, mas após meu primeiro contato com VERDON tive que incluí-lo nessa lista (que é imensa). JOHN é um autor fantástico, cheio de artimanhas e que conquista o leitor a cada página.

Quando li seu primeiro livro, EU SEI O QUE VOCÊ ESTÁ PENSANDO, dei uma surtada. O cara era muito foda! Não conseguia acreditar que esse era o primeiro livro dele. Logo depois passei a pensar que tinha sido um golpe de sorte, que ele seria desses que lançam um livro fenomenal e que os próximos não chegam aos pés. Confirmei meu engano com FECHE BEM OS OLHOS. O cara continuava fodão na narrativa e a premissa havia melhorado horrores, tamanha quantidade de assuntos que ele conseguiu abordar no livro. Por tudo isso, esperei ansiosa por NÃO BRINQUE COM FOGO.

Antes de tudo, quero dizer que gostei e MUITO do livro, mas não tanto quanto os anteriores. Não que a narrativa não seja excelente e bem elaborada, apenas achei os anteriores mais interessantes.

Nessa nova história, o detetive aposentado Dave Gurney, vai ajudar Kim, a filha de uma amiga, com um documentário. A garota é jornalista e quer retratar como as famílias que perderam um ente querido nas mãos de um Serial Killer sobreviveram. Para isso, ela escolhe a história do Bom Pastor. Um caso que ocorreu há dez anos e que nunca teve solução. Além de ela ansiar por esse documentário, uma rede de TV sensacionalista quer exibi-lo, e com isso ela começa a ter problemas com o namorado, que parece ter inveja do sucesso que a moça está alcançando. Após dar um pé na bunda dele, coisas misteriosas passam a ocorrer na casa dela, e tudo leva a crer que tem um dedinho desse ex. Cabe então a Gurney investigar o rapaz e servir de babá à moça em suas entrevistas.

Ao ficar sabendo mais detalhes do caso do Bom Pastor, Gurney começa a perceber algumas peculiaridades e falhas na reconstituição do crime, e claro que seu olhar aguçado não vai deixar passar nada e ele vai ir até o fim para resolver esse mistério.

Num primeiro olhar esse tinha tudo para ser o melhor livro do VERDON. Adoro histórias com assassinos seriais, principalmente essas em que os crimes ocorreram há muito tempo e tudo parece estar perdido. Contudo, como disse ali em cima, os outros dois livros do autor foram mais interessantes, pareceram ter mais conteúdo.

O que não gostei no livro foi o excesso de Kim. Teria gostado muito mais se a garota apenas tivesse colocado Gurney na investigação e daí a história prosseguisse com pequenas participações dela. Mas ela estava em todas as páginas! Ela ouvia um barulho em casa, ligava para Dave, a luz não acendia, ligava para Dave, teve uma hora que isso ficou muito cansativo, por isso me referi a ele como “babá” da menina.

Outro ponto que Kim me cansou foi na quantidade de páginas dedicadas a ela, as entrevistas com os familiares das vítimas e com o pessoal da emissora de TV. Tudo, claro, acompanhada de Dave, pois ela queria que ele visse todos os passos que estavam sendo dados para a produção do documentário na TV (que mais parecia um reality show barato).

O pior é que a personagem não é nada interessante. Não é inteligentíssima, não desvenda nada, não ajuda em nada. Só ficou ali para me irritar ¬¬ Não sei o que acontece, mas VERDON sempre coloca uma personagem feminina insuportável em seus livros. Nos dois anteriores tive uma birra de Madeleine, esposa de Dave. Ela era chata, implicante, não entendia que o marido era um herói, e achava que ele não tinha que investigar mais nada, pois estava aposentado e morando no campo. No entanto, dessa vez, após Dave ter sido ferido e estar triste em casa, ela fica bastante feliz em ver que o marido está se dedicando a um caso, e então ela deixou de ser uma mulher sufocante; e passei a gostar bastante dela. Mas aí veio a Kim, e puff!, me estressou igualmente ¬¬. Quando me livrei da chatice de uma, tive que aturar a outra.

Outro ponto que me incomodou foram as brigas entre Gurney e o FBI. Os pontos de vistas eram diferentes, mas passou-se muito tempo no livro com essa guerrinha de poder de patentes mais altas. Nesse ponto, porém, houve uma coisa boa, VERDON incluiu uma policial muito bacana, que acabou por salvar o time das mulheres no livro. Ela é forte, determinada  bate de frente com quem quer que seja, mesmo com o FBI.


No restante, a leitura compensa completamente. Toda a história acerca do Bom Pastor é fantástica, os desdobramentos são incríveis e o desfecho fascinante. Fiz mil conjecturas, mas jamais cheguei aonde a sagacidade de Gurney chegou. Esse foi um dos pontos mais altos da narrativa. Adorei o assassino e as razões do assassinato. Tudo foi brilhantemente bem trabalhado e de forma bastante inteligente. O enredo é tão bom, que apesar da participação de alguns personagens ruins, é impossível soltar o livro mesmo que para fazer uma refeição. E acho que isso é o mais importante em uma narrativa, gostar tanto de uma história que não chega a ser tão relevante (apenas irritante) a passagem de alguns personagens enfadonhos. Se é JOHN VERDON, leiam! Impossível não ficar empolgado frente ao enredo fantástico que ele sempre apresenta.


FICHA DO LIVRO





NÃO BRINQUE COM FOGO
JOHN VERDON
Editora: ARQUEIRO
Ano: 2013                   
Nº págs: 400
Gênero: Policial, Suspense


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3 comentários:

  1. Já estava super interessada por esse livro, e é bom ver que meus instintos meio que acertaram. ^^ Mas acho que vou começar pelos outros livros do autor.

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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  2. Ah, John Verdon é o melhor escritor sobre suspense policial! Já li todos os livros dele, e até agora o meu preferido ainda continua sendo "Eu sei o que você está pensando" *-*
    Bjos, Lucas

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  3. John Verdon é demais!! Todos os livros são incríveis, mas a minha ordem de preferidos é a em que foram lançados.. 1º o primeiro, 2º o segundo e 3º o terceiro ^^~. A Kim não foi o que me desgostou nesse ultimo livro, o problema foi que (SPOILER ALERT!!!) Verdon deixou perguntas em aberto com a morte do fdp, tinha muitas coisas que eu queria saber e que acabou ficando no ar sem ninguém pra responder :/ (END SPOILER.)
    Emfim, como expectativas pregam peças, vou por as minhas bem baixas para o próximo (Peter Pan Must Die) e me deixar surpreender ^^
    Está demorando demais já, tem que esperar sair lá pra quase um ano depois sair aqui D:

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