9 de agosto de 2013

RESENHA: OS NÁUFRAGOS - Elin Hilderbrand (Ed. Bertrand Brasil)

Bom dia, pessoal.

Vou fechar essa semana com a resenha de OS NÁUFRAGOS, da ELIN HILDERBRAND, lançado pela BERTRAND BRASIL.

Os NáufragosSINOPSE: Quando o professor de música Greg MacAvoy passa uma chuvosa noite de domingo com uma bela aluna do último ano do ensino médio, os boatos se espalham na cidade. Os comentários desgastam o casamento de Greg, e sua mulher, Tess, se divide entre o amor pelo marido e um segredo só seu.


Com a chegada do aniversário de casamento, porém, os MacAvoy saem no veleiro para comemorar, na esperança de que a tormenta tenha ficado para trás. Em vez disso, chega uma notícia trágica: Greg e Tess se afogaram misteriosamente. O que terá acontecido com o casal?


Quando nós, parceiros da BERTRAND BRASIL, recebemos as opções de livros, fiquei imediatamente interessada por OS NÁUFRAGOS, primeiro porque teríamos a morte misteriosa de um casal, e depois porque diziam que as páginas viravam com a mesma facilidade que um suspense policial. Foi pensando que estaria frente a esse tipo de livro que embarquei (sem trocadilhos) em OS NÁUFRAGOS.

A realidade que encontrei na narrativa foi algo bem diferente do que esperava. Sim, as páginas passavam de forma deliciosa, mas não rapidamente; o livro é narrado de forma bastante detalhada, o que torna a leitura lenta, porém nada cansativa ou enfadonha, pelo contrário, eu, que adoro esse exagero de detalhes, deliciei-me com as histórias e segredos desses amigos. É justamente por conta dessa riqueza de detalhes que temos uma narrativa bastante intensa e em algumas partes tensas, e, sim, a morte misteriosa também estava presente, mas, como já disse em muitas e muitas resenhas, não é porque um livro possui uma morte que ele tem um tom detetivesco, ou que fica nos dando ânsia de desvendar crimes.

O fato é que, mesmo tendo um delegado como um dos personagens principais da trama, por muitas e muitas páginas se quer lembrei da morte, pois havia tanto para ler, tanto para absorver e refletir, que esse mistério, até certo ponto, se tornou secundário.

Explico: ELIN HILDERBRAND escreve sobre a vida das pessoas de um jeito danado de gostoso. Em OS NÁUFRAGOS, ela conta a história de quatro casais de amigos. O livro é narrado em terceira pessoa e é dividido entre os seis protagonistas sobreviventes. Não de forma certinha, mas as histórias deles vão se entremeando umas as outras para formar uma narrativa incrível.

Após a morte de um dos casais, os seis amigos restantes começam a pensar sobre o grupo, sobre os falecidos, as crianças, etc. É aí que entra a formidável forma de narrar de ELIN, que disseca completamente TODOS esses personagens. A autora faz um trabalho primoroso em revelar todos os detalhes do grupo, trazendo à tona a personalidade, pensamentos, desejos, paixões, mistérios, segredos, medos, e o passado de cada um deles.

É através de todas essas revelações que vamos descobrindo que uma amizade verdadeira une o grupo, mas que os sentimentos de inveja, raiva, rancor, mágoa, tristeza, competição, possessão, obsessão, culpa, remorso, e alguns casos extraconjugais, também estavam nas relações diárias desses oito amigos.

ADOREI ler sobre o suposto caso de Greg. Digo suposto porque em momento algum temos a confirmação ou negação verdadeira do que aconteceu. Como a história perpassa por todos os personagens, vamos tendo a visão de cada um deles para o fato, o que fez com que eu me deliciasse ao extremo ao comparar com DOM CASMURRO: Capitu traiu ou não Bentinho? Greg traiu ou não Tess? É permitido que cada leitor formule sua resposta para essa questão. Alguns personagens nos contam coisas sobre Greg que faz com que tenhamos certeza, outros nos colocam em dúvida, mas ao final, tomamos um lado sobre o ocorrido.

Quanto ao crime, o mistério fica por muitas e muitas páginas no ar, e, apesar de não ser um livro policial, não imaginei em nenhum momento o desfecho que teve. Mas sou obrigada a dizer que gostei bastante das razões, rs. 

Em relação aos personagens, obviamente, em um livro com tantos protagonistas, tendemos a gostar mais de um. Fiquei apaixonada por Phoebe e a sua trágica história fraterna no 11 de setembro. A tragédia transformou a vida dela por completo e ela se tornou uma pessoa dependente de remédios e distante, isso fez com que eu sentisse muita pena da personagem e simpatizasse muito com ela. Porém, a morte do casal de amigos traz à tona a velha Phoebe, e aos poucos ela vai se transformando, ganhando mais contornos, deixando a dependência dos medicamentos e crescendo na trama, tendo um final que me deixou: Oo

Teve também a personagem chatinha que me cansou, que foi Andrea, a prima de Tess. Não vou me estender para falar muito dela, mas a personagem é chata, mandona, autoritária, grossa, excessivamente dramática e melancólica. Até entendo o fato de ela ser prima da vítima e estar sofrendo, mas tinha hora que passava dos limites e parecia apenas que ela queria mostrar que sofria mais e por mais tempo que os outros. É uma personagem que cansa. 


Mas é justamente essa mistura de tantas personalidades que tornou o livro tão profundo em seu relato sobre a natureza humana. Com OS NÁUFRAGOS, percebemos que às vezes o ser humano surpreende, outras impressiona e muitas vezes decepciona. Recomendo MUITO a leitura. Confiram!



FICHA DO LIVRO


OS NÁUFRAGOS
ELIN HILDERBRAND
Editora: BERTRAND BRASIL                      
Ano: 2013                  
Nº págs: 448
Gênero: Drama

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2 comentários:

  1. Não sei, mas algo no livro não me deixou interessada. Tem uma sinopse boa e parece ter um enredo bom, mas falta algo que me agrada ou tem algo que não me agrada. Não sei!
    Beijos.

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  2. Esse livro parece muito bom mesmo. A história da amizade entre os oito, o mistério da morte do casal e tudo mais me deixou interessada. Mas como minha lista já está muito longa, vai ter que ir pra coluna do "talvez".

    Abraço!
    http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/

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