Oi, pessoal.
Vou abrir essa
semana com a resenha de TODO DIA do DAVID LEVITHAN, lançado pela GALERA RECORD.
SINOPSE: Neste novo romance, David Levithan leva a
criatividade a outro patamar. Seu protagonista, A, acorda todo dia em um corpo
diferente. Não importa o lugar, o gênero ou a personalidade, A precisa se
adaptar ao novo corpo, mesmo que só por um dia. Depois de 16 anos vivendo
assim, A já aprendeu a seguir as próprias regras: nunca interferir, nem se
envolver. Até que uma manhã acorda no corpo de Justin e conhece sua namorada,
Rhiannon. A partir desse momento, todas as suas prioridades mudam, e, conforme
se envolvem mais, lutando para se reencontrar a cada 24 horas, A e Rhiannon
precisam questionar tudo em nome do amor.
Como muitos de
vocês sabem, esse ano a GALERA está
mimando muito seus parceiros. Primeiro todos nós recebemos O FUTURO DE NÓS DOIS,
logo depois WILL & WILL, e faz pouco, o tão falado MÉTRICA. Esse mês o mimo
ficou por conta de TODO DIA, do LAVITHAN.
Faz quase três
semanas que recebi e li o livro, mas não conseguia de forma alguma sentar para
escrever a resenha. Portanto, vocês já ficam avisados que nada do que eu disser
aqui será suficientemente bom para demonstrar o quanto o livro foi
significativo e importante para mim. Faltam-me palavras para escrever sobre TODO DIA.
Meu primeiro
contato com LEVITHAN foi com WILL & WILL, escrito em parceria
com o John Green. Confesso ter gostado muito mais da parte de Green nesse
livro, mas ao ver o Vitor (da Ed. Record) comentar no twitter que o LEVITHAN era muito melhor, que TODO DIA isso, TODO DIA aquilo, fiquei com a pulga atrás da orelha. Sempre que via
um comentário dele me perguntava: “por que raios ele acha o LEVITHAN melhor que o Green?
Impossível! Qualquer pessoa em sã consciência sabe que Green é o cara!”
Quando terminei de
ler TODO DIA, entendi as razões de o
Vitor elogiar tanto o autor, e sim, ele é melhor, MUITO melhor que o Green! Na
verdade, é muito melhor que vários autores que estão desfilando com suas obras
YA e NA pelo meio literário.
Vou tentar
explicar todas as razões desse meu fascínio por TODO DIA.
Primeiro: a
linguagem! Fantástica, adulta, poética. As palavras de LEVITHAN soam como música. Suas palavras são intensas, profundas e
nos levam a variadas reflexões sobre a vida e o ser humano. Esse foi o aspecto
do livro que mais me ganhou. Há muito que não leio algo com um modo tão intenso
e belo de ser narrado.
Segundo: os
personagens. Gente, não escondo: ODEIO essa onda de New Adult. Os personagens
são pobres, infantis, imaturos, só pensam em sexo, sublimam o amor entre casais
como se fosse a coisa mais importante do mundo, mais importante que a família,
amigos, futuro e qualquer outro aspecto da vida. Eles não pensam, não refletem,
apenas agem por impulso diante dos seus desejos, e pra piorar, já passaram da
adolescência, então, não justifica toda a dramaticidade da coisa. Esses
personagens me irritam, e detestei todos os livros que li sobre o gênero. Comparo com NA por ser um tipo de livro que vem explorando o amor de forma extenuante. E
então encontrei TODO DIA, que além
de sua linguagem adulta, traz também PERSONAGENS
ADULTOS AOS 16 ANOS (!!!!). Claro que existe um drama no enredo, mas não é
aquele mimimi adolescente que cansa quem, como eu, há muito passou dos 20. Aos
16 anos, os personagens de LEVITHAN
são maduros, coerentes e intensos. Não agem por impulsos e tentam sempre
procurar ver a situação por vários aspectos, não como se tudo fosse lindo,
mágico e puro amor; eles procuram pesar as conseqüências de suas decisões de
forma real e sem rodeios, por mais que fiquem machucados com as escolhas. Os
diálogos de seus personagens são INTELIGENTES
e reflexivos.
Terceiro: a
premissa. Ok, Sr. DAVID “GÊNIO” LEVITHAN, de onde surgiu essa ideia de
um personagem acordar a cada dia no corpo de um ser humano diferente? Nunca foi
tão prazeroso acompanhar tantos personagens em seu cotidiano. A. entrava em
seus corpos, vivia neles por um dia, e expunha todas as fragilidades, perturbações
e pensamentos daquelas mentes.
Quarto: a
curiosidade. Terminei TODO DIA sem
saber quem ou o quê A. é. E não, isso não me incomodou, ao contrário, fez com que
eu ficasse ainda mais feliz por ter lido esse livro tão perfeito, afinal, a
atitude sublime e madura de A. ao final do livro, deixa claro que ele realmente
não poderia ser humano, afinal, como comentou a Ceile do Este Já Li, não somos
seres tão elevados a ponto de termos a atitude de A.
Mas a palavra que
me marcou em TODO DIA foi REFLEXÃO.
Impossível ler tal livro e não refletir sobre nossa própria vida, sobre nossos
próprios relacionamentos e sentimentos. Quem nunca se manteve num
relacionamento fracassado por comodismo? Quem nunca se pegou pensando no
sentido da vida? Quem nunca colocou outra pessoa em primeiro lugar? Quem nunca
teve pensamentos ruins sobre a vida? Quem nunca pensou em fugir? Se esconder?
Quem nunca viveu fechado em um mundo só seu? Quem nunca teve medo? Dúvidas?
Tristeza? Amargura? É ao percorrer por essa mistura de pensamentos e
personalidades que A. vai nos mostrando a face humana. É através de cada uma
dessas pessoas que vamos refletindo em quais desses aspectos nossa própria vida
já se encontrou. Foram por essas realidades tão perfeitamente bem exploradas por
LEVITHAN que consegui sentir como
vários dos personagens que permeiam o livro se sentiram. DAVID consegue criar uma empatia gigantesca entre leitor e seus
diversos personagens. Mesmo quando um deles nada tem a ver com nossa realidade,
conseguimos nos colocar em seu lugar e compreender suas atitudes e pensamentos.
Ao final de TODO DIA, agradeci por estar sozinha em
casa. Chorei convulsivamente. Quando me dei conta da atitude que A. estava
tomando, pensei: “você é bom demais para ser real”. E como já disse ali em
cima, é por sua atitude que fica claro que ele jamais poderia ser humano,
afinal, em maior ou menor grau, somos todos egoístas.
Nunca senti um
prazer tão grande ao chorar com uma leitura. Nunca senti que as lágrimas foram
tão justificadas. Chorei de tristeza, de angústia, mas, principalmente, de
orgulho. Orgulho pela atitude de A., orgulho por seus pensamentos, orgulho por
sua natureza, orgulho por ele ser o quê é, o quê quer que ele seja.
Ao terminar o
livro, a única coisa que pude pensar foi: PUTA
QUE PARIU! ESSE É O LIVRO MAIS FODA DE TODOS OS TEMPOS!
Desculpem o
palavreado, mas nada define melhor TODO
DIA do que essa frase. Dizer que ele entrou para meus favoritos é pouco,
dizer que foi o melhor livro que li nesse ano de 2013 também. Por isso, tenho
que dizer: TODO DIA foi um dos
MELHORES LIVROS que li na VIDA!
LEVITHAN... VOCÊ É
O CARA! Não me restam dúvidas ;)
FICHA DO LIVRO
TODO DIA
Ano: 2013
Nº págs: 280
Gênero: Drama
Confesso que Todo Dia estava na minha lista mas não como prioridade. Só que depois dessa sua resenha é impossível não coloca-lo como um dos próximos a serem adquiridos. Também não interesse por essa onda de NA e YA, e saber que o livro tem toda essa profundidade me faz desejá-lo insanamente! :D
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Apesar de não ter AMADO Todo Dia, concordo que é um livro que traz muita reflexão...
ResponderExcluirNossa, com essa resenha tão positiva fiquei muito curiosa, até porque também gosto muito de John Green! Tentando encontrar pra ler pra ontem, hahaha
ResponderExcluirIsabela
Já vi comentários tão bons sobre Todo Dia que fiquei com vontade de ler!! Nesses dias estou lendo muita gente falando sobre a leitura, está me parecendo uma boa escolha. Vi o livro na Imperatriz e dei uma olhada nele, aí minha curiosidade cresceu! :) Não li a parceria do Levithan com o Green, mas espero que seja boa, em Will & Will, e já estou doida para ler every day! Parabéns pela resenha!
ResponderExcluirlitteraturamundi.blogspot.com
Adorei a temática de Todod Dia, totalmente inusitada. Acho q poucas pessoas poderiam ter imaginado uma prisão tão diferente como essa q é estar preso ao corpo de pessoas diferentes a cada 24 horas. Bela resenha. Merece sim, ser lido!
ResponderExcluirAdriana Medeiros
minhavelhaestante1.blogspot.com