Bom dia, pessoal.
Vou fechar essa semana com a resenha de OS NÁUFRAGOS, da ELIN
HILDERBRAND, lançado pela BERTRAND
BRASIL.
SINOPSE: Quando o professor de música Greg MacAvoy passa uma chuvosa noite de
domingo com uma bela aluna do último ano do ensino médio, os boatos se espalham
na cidade. Os comentários desgastam o casamento de Greg, e sua mulher, Tess, se
divide entre o amor pelo marido e um segredo só seu.
Com a chegada do
aniversário de casamento, porém, os MacAvoy saem no veleiro para comemorar, na
esperança de que a tormenta tenha ficado para trás. Em vez disso, chega uma
notícia trágica: Greg e Tess se afogaram misteriosamente. O que terá acontecido
com o casal?
Quando nós, parceiros da BERTRAND
BRASIL, recebemos as opções de livros, fiquei imediatamente interessada por
OS NÁUFRAGOS, primeiro porque
teríamos a morte misteriosa de um casal, e depois porque diziam que as páginas
viravam com a mesma facilidade que um suspense policial. Foi pensando que
estaria frente a esse tipo de livro que embarquei (sem trocadilhos) em OS NÁUFRAGOS.
A realidade que encontrei na narrativa foi algo bem diferente do que
esperava. Sim, as páginas passavam de forma deliciosa, mas não rapidamente; o
livro é narrado de forma bastante detalhada, o que torna a leitura lenta, porém
nada cansativa ou enfadonha, pelo contrário, eu, que adoro esse exagero de
detalhes, deliciei-me com as histórias e segredos desses amigos. É justamente
por conta dessa riqueza de detalhes que temos uma narrativa bastante intensa e
em algumas partes tensas, e, sim, a morte misteriosa também estava presente,
mas, como já disse em muitas e muitas resenhas, não é porque um livro possui
uma morte que ele tem um tom detetivesco, ou que fica nos dando ânsia de
desvendar crimes.
O fato é que, mesmo tendo um delegado como um dos personagens principais
da trama, por muitas e muitas páginas se quer lembrei da morte, pois havia
tanto para ler, tanto para absorver e refletir, que esse mistério, até certo
ponto, se tornou secundário.
Explico: ELIN HILDERBRAND
escreve sobre a vida das pessoas de um jeito danado de gostoso. Em OS NÁUFRAGOS, ela conta a história de
quatro casais de amigos. O livro é narrado em terceira pessoa e é dividido
entre os seis protagonistas sobreviventes. Não de forma certinha, mas as histórias deles vão
se entremeando umas as outras para formar uma narrativa incrível.
Após a morte de um dos casais, os seis amigos restantes começam a pensar
sobre o grupo, sobre os falecidos, as crianças, etc. É aí que entra a
formidável forma de narrar de ELIN,
que disseca completamente TODOS esses personagens. A autora faz um trabalho
primoroso em revelar todos os detalhes do grupo, trazendo à tona a
personalidade, pensamentos, desejos, paixões, mistérios, segredos, medos, e o
passado de cada um deles.
É através de todas essas revelações que vamos descobrindo que uma amizade
verdadeira une o grupo, mas que os sentimentos de inveja, raiva, rancor, mágoa,
tristeza, competição, possessão, obsessão, culpa, remorso, e alguns casos
extraconjugais, também estavam nas relações diárias desses oito amigos.
ADOREI ler sobre o suposto caso de Greg. Digo suposto porque em momento
algum temos a confirmação ou negação verdadeira do que aconteceu. Como a
história perpassa por todos os personagens, vamos tendo a visão de cada um
deles para o fato, o que fez com que eu me deliciasse ao extremo ao comparar
com DOM CASMURRO: Capitu traiu ou não
Bentinho? Greg traiu ou não Tess? É permitido que cada leitor formule sua
resposta para essa questão. Alguns personagens nos contam coisas sobre Greg que
faz com que tenhamos certeza, outros nos colocam em dúvida, mas ao final, tomamos
um lado sobre o ocorrido.
Quanto ao crime, o mistério fica por muitas e muitas páginas no ar, e,
apesar de não ser um livro policial, não imaginei em nenhum momento o desfecho
que teve. Mas sou obrigada a dizer que gostei bastante das razões, rs.
Em relação aos personagens, obviamente, em um livro com tantos
protagonistas, tendemos a gostar mais de um. Fiquei apaixonada por Phoebe e a
sua trágica história fraterna no 11 de setembro. A tragédia transformou a vida
dela por completo e ela se tornou uma pessoa dependente de remédios e distante,
isso fez com que eu sentisse muita pena da personagem e simpatizasse muito com
ela. Porém, a morte do casal de amigos traz à tona a velha Phoebe, e aos poucos
ela vai se transformando, ganhando mais contornos, deixando a dependência dos
medicamentos e crescendo na trama, tendo um final que me deixou: Oo
Teve também a personagem chatinha que me cansou, que foi Andrea, a prima
de Tess. Não vou me estender para falar muito dela, mas a personagem é chata,
mandona, autoritária, grossa, excessivamente dramática e melancólica. Até
entendo o fato de ela ser prima da vítima e estar sofrendo, mas tinha hora que
passava dos limites e parecia apenas que ela queria mostrar que sofria mais e
por mais tempo que os outros. É uma personagem que cansa.
Mas é justamente essa mistura de tantas personalidades que tornou o livro
tão profundo em seu relato sobre a natureza humana. Com OS NÁUFRAGOS, percebemos que às vezes o ser humano surpreende,
outras impressiona e muitas vezes decepciona. Recomendo MUITO a leitura.
Confiram!
FICHA DO LIVRO
ELIN HILDERBRAND
Ano: 2013
Nº págs: 448
Gênero: Drama
Não sei, mas algo no livro não me deixou interessada. Tem uma sinopse boa e parece ter um enredo bom, mas falta algo que me agrada ou tem algo que não me agrada. Não sei!
ResponderExcluirBeijos.
Esse livro parece muito bom mesmo. A história da amizade entre os oito, o mistério da morte do casal e tudo mais me deixou interessada. Mas como minha lista já está muito longa, vai ter que ir pra coluna do "talvez".
ResponderExcluirAbraço!
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