Boa noite, pessoal!
Hoje vou falar de um livro que estava comigo há um tempão e que estava
difícil de encaixar nas leituras, pois estava com muita coisa atrasada. Estou
falando de ZULU do CARYL FÉREY, lançado pela minha querida
VESTÍGIO.
CARYL FÉREY
Editora: VESTÍGIO
Nº págs: 304
Gênero: Policial
SINOPSE: Quando criança, Ali Neuman fugiu de sua terra natal para escapar das
milícias do Inkatha, em guerra com o partido rival, o Congresso Nacional
Africano. Ele e sua mãe foram os únicos membros da família a sobreviver àqueles
anos de terror, e Ali carrega traumas, emocionais e físicos, que não
compartilha com ninguém. Hoje chefe da polícia criminal de Cape Town,
vitrine da África do Sul, Neuman tem que lidar com dois terríveis flagelos que
assolam a primeira democracia da África: a violência e a AIDS. Seu trabalho se
complica quando a filha de um ex-campeão mundial de rugby da elite branca é
encontrada brutalmente assassinada, com vestígios de uma droga desconhecida no
sangue. Ali Neuman, Dan Fletcher – o jovem braço direito do capitão zulu –, e o
turbulento tenente Brian Epkeen parecem andar em círculos na investigação,
seguindo uma pista falsa após a outra, enquanto a carnificina se intensifica.
Ainda que o apartheid tenha sido extirpado da cena política, velhos inimigos
continuam agindo à sombra da reconciliação nacional. Carregado de
violência e desvelado por um texto primoroso e premiado, Zulu é um raio-x
estarrecedor da realidade criminal de uma nação marcada por desigualdades e
contradições.
Quando a VESTÍGIO me mandou a
prova do livro, fiquei alucinada, mas tinha tanta coisa atrasada que não
consegui lê-lo antes de a cópia oficial pronta. Assim que ela
ficou pronta eles me enviaram, e mais uma vez os atrasos me impediram de
lê-lo de imediato. Nessa segunda, finalmente, consegui me dedicar à
leitura desse livro, e meu Deus, que livro!
Por ser um lançamento da VESTÍGIO, mergulhei em ZULU
achando que teria mais um excelente livro policial, mas me surpreendi de forma
magnífica ao ver que tinha uma verdadeira joia em mãos, pois não temos apenas
uma excelente história policial se desenvolvendo nas páginas, mas também a
triste história de vida de cada um dos personagens, e isso foi algo realmente
enriquecedor na obra.
Claro que como fã de livros policiais eu adorei
acompanhar os mistérios que circundaram a investigação, mas sou
obrigada a confessar que todos os outros elementos conseguiram me cativar mais
que esse, isso porque a ambientação na África do Sul é descrita de forma
soberba e assustadora. FÉREY mergulhou
no mundo da política, das drogas, do tráfico, do preconceito, das doenças, das
religiões, das gangues e da vingança para elaborar seu enredo que traz uma
riqueza de detalhes muito grande e também uma tristeza muito profunda. Muito do
que foi exposto me indignou e revoltou. Foram verdadeiras bofetadas de
realidade!
Poucas foram às vezes em que um livro policial
conseguiu mexer com meu emocional, mas esse conseguiu, principalmente no que
concerne à vida dos investigadores e seus passados. Cada um deles possuiu uma
carga emocional tremendamente pesada e que choca o leitor com algumas
revelações, ao menos me senti assim em muitas situações descritas. Já os
diálogos... Praticamente todos são ácidos e ferrenhos, do tipo que nos deixam
desgostosos com as falas, tão intensas, chocantes e provocantes. Porém, tais
características também cabem aos personagens, então vocês já podem imaginar a
enorme qualidade do que vão encontrar nas páginas.
Como sou curiosa, assim que terminei o livro fui
assistir ao filme, e sou obrigada a reconhecer que a adaptação passou longe de
provocar o mesmo e intenso torpor que o livro. Não que ela não seja boa, de
fato é, e confesso até ter chorado em algumas partes sobre a vida pessoal dos
protagonistas, contudo, ela deu uma amenizada muito brusca no quesito da
violência e banho de sangue que o livro apresentou. No livro tudo foi mais
intenso, mais palatável com a realidade que o autor apresentou sobre a África
do Sul, enquanto que no filme muito do que tornava a obra mais verossímil ficou
de fora. Apesar disso, recomendo as duas mídias, é sempre bom fazer a
comparação entre elas.
Sobre a edição da VESTÍGIO,
sou suspeita para falar, pois vocês sabem que adoro a editora, mas continuo
preferindo os livros da forma de antigamente, com aquele padrão de capa em
P&B. Adoro aquelas capas e não gostei tanto assim da mudança, e também não
gostei de termos a arte do filme na capa do livro. ZULU é um livro grandioso que merecia uma capa à altura! Mas o importante
é o conteúdo, e isso o livro tem de sobra! Entrem em choque com essa leitura
nua e cruel da realidade.
Não tinha houvido falar desse livro, mas ja entrou nos desejados (mds, essa lista n vai parar de crescer? '-'). Adoro tramas de suspense misturado com um toque de tristeza e sofrimento :)
ResponderExcluirwww.cidadedosleitores.blogspot.com
O livro me parece muito tenso e maravilhoso ao mesmo tempo. Enfim, quero lê-lo e quero poder voltar nessa resenha e comparar com a sua opinião. Adoro tudo que tenha um pouco ou muito da realidade, e acho que esse livro vai me fazer mudar de alguns pontos de vista.
ResponderExcluirBeijos.
Mari!
ResponderExcluirNossa! Um policial que se passa na África é algo inédito para mim.
E como gosto do lado psicológico dos livros, saber que a vida dos policiais será exposta, é mais um estímulo para pode ler o livro.
“A alegria está na luta, na tentativa, no sofrimento envolvido e não na vitória propriamente dita.”(Mahatma Gandhi)
cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com.br/
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O mergulho em diferentes esferas e se passar na África do Sul me chamou atenção, mesmo sendo um policial.
ResponderExcluirO filme sempre decepciona em relação ao livro, também acho que o livro merecia capa própria.
Abraços
Minhas Impressões
OI! É muito interessante quando o livro traz uma realidade crua e assustadora de tão fiel aos fatos. Gosto de livros policiais, mas me anima saber que nesse livro não terá apenas isso, que os personagens terão seu espaço reservado para mostrar quem realmente são, com toda a intensidade necessária. Achei interessante a trama, nunca li nada que falasse sobre a África do Sul e os problemas enfrentados pela nação.
ResponderExcluirOi Mari,
ResponderExcluirTenho um outro problema. Tu que leio que mostra uma realidade nua e crua, não me atinge e me sinto mal com isso. Como posso ler uma aventura e chorar se o cão que não é real quase morre. E quando leio algo chocante não dou muita bola. Digo me sinto fria. Sabe qdo vemos o jornal e mudamos de uma tragédia para a notícia de esportes sem nos abalarmos? É assim na literatura pra mim. Até livros auto biográficos não mexem comigo. Só me causam impacto se passei algo próximo do q é apresentado. Complicado. Mas olha gostei da resenha e quem sabe uma hora ele pinta na minha casa e eu leia. Há não gostei da capa...kkk...beijos Elis.
http://amagiareal.blogspot.com.br/
Oi, Mari
ResponderExcluirNão tinha muito interesse neste livro, mas fiquei até curiosa agora. Parece ser bem a premissa que gosto. E ter outros elementos que te conquistaram mais que a investigação me instigou mais. Eu adoro livros policiais, e quando tem algo para complementar, melhor ainda.
livrosvamosdevoralos.blogspot.com.br
Realmente, esse livro me pareceu soberbo! Não só por ser um livro policial, nem por ser da Vestígio, mas confesso que essas duas características foram as que me chamaram atenção logo de cara. Porém, depois de ler a tua resenha, percebi a grandiosa ambientação e pesquisa que o autor realizou para construir sua trama, e eu valorizo demais todo esse esforço o cuidado com o leitor. Além disso, acompanhar a vida de cada personagem realmente enriquece a trama, nos faz ficar ainda mais conectados com o livro!
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