RESENHA: A MULHER DE PRETO 2: ANJO DA MORTE - Martyn Waites (Ed. Record)

Bom dia, pessoal.

Hoje vou falar de uma leitura excelente, mas que já faz dias que está me rendendo noites insones: A MULHER DE PRETO 2 - ANJO DA MORTE do MARTYN WAITES, lançamento da editora RECORD.

A MULHER DE PRETO 2: ANJO DA MORTE

MARTIN WAITES

Série: A Mulher de Preto

Editora: RECORD              

Ano: 2015                  

Nº págs: 304

Gênero: Terror, Suspense, Drama

SINOPSE: Durante a Segunda Guerra Mundial, a Grã-Bretanha é devastada por bombas alemãs. Enquanto os desafortunados encontram seu fim em meio a escombros e explosões em uma Londres arruinada, os sobreviventes buscam proteção nas estações de metrô e as crianças são enviadas para a zona rural para fugir do horror da Blitz. A professora Eve Parkins é responsável por um desses grupos de crianças que segue para o campo. O destino: a Casa do Brejo da Enguia. A nova residência, localizada em um pântano e sempre encoberta por uma espessa bruma, agora está reformada e pronta para servir de escola e abrigo. Porém, existe algo na casa que deixa a jovem professora inquieta. Um mofo preto que parece se esgueirar pelas paredes, pesadelos angustiantes e um ruído aterrador vindo do porão à noite. Edward, uma das crianças do grupo, tem um passado trágico. Após testemunhar a morte da mãe em um ataque aéreo, ele se retrai completamente. Sempre afastado, busca consolo em um fantoche que encontra na casa. No entanto, longe de ser apenas um brinquedo, o boneco parece servir de instrumento para o menino conversar com alguém. Logo os novos residentes da Casa do Brejo da Enguia percebem que há mais uma pessoa entre eles. E ela parece ter planos para os visitantes.

Quando vi que a RECORD iria lançar A MULHER DE PRETO 2, corri para ler o primeiro livro, afinal, só conhecia a história pelo filme e não havia gostado nada dela. Por ver tanta gente falando que eram bem diferentes, resolvi conferir o livro e adorei. A narrativa de SUSAN HILL, autora do primeiro livro, é fantástica e lembra muito os clássicos ingleses, parece uma linguagem mais poética, mais densa, com uma morosidade para contar os fatos que ajuda a deixar o suspense no ar e exatamente por isso cria expectativa e medo. O primeiro livro foi excelente e falei um pouquinho dele no post de INDICAÇÕES do mês passado.

Depois de ter gostado tanto do primeiro, claro que não poderia deixar de conferir o segundo, ANJO DA MORTE. Ao ler a orelha do livro já me interessei mais que o normal, pois trazia a Segunda Guerra como plano de fundo. Adoro tudo que remete a essa época e já de cara fiquei absorta pela narrativa, que se inicia falando sobre a guerra em Londres e o fato de algumas mães estarem mandando seus filhos para o interior com as professoras para protegê-los. É em meio a esse cenário que Eve, uma das professoras, vai parar na Casa do Brejo da Enguia com algumas crianças.

Adoro filmes de terror, mas acho que um bom filme é aquele que tem que ter história, não apenas cenas de susto. Ainda não assisti ao segundo filme, mas posso afirmar que WAITES caprichou nos dois quesitos NO LIVRO. O autor usou a guerra como fundo de sua história e foi bastante feliz com isso, pois trouxe à tona vários assuntos interessantes e dramáticos, fazendo com que meu coração ficasse triste com algumas passagens e situações que envolveram os personagens nesse período tão hostil.

Quanto ao aspecto do terror, ainda tenho vontade de xingar esse homem, pois faz quase uma semana que não durmo e fico vendo essa mulher cada vez que abro os olhos no escuro. Não vou dizer que a linguagem de WAITES é tão poética e bela quanto à de HILL, porque não é. O autor usa uma linguagem mais fácil, mais contemporânea, mas não é por isso que peca em algum aspecto, pelo contrário, apesar de sua forma direta, ele conseguiu me envolver plenamente na história e me deixar com medo muitas e muitas E MUITAS vezes. A cada vez que percebia que a mulher de preto apareceria em cena, só pensava “ai, meus Deus, ai, meu Deus!”

Uma das coisas mais gostosas de acompanhar na narrativa foram os sons que se propagavam na casa. Acredito que esse é o tipo de coisa que não assusta nos filmes de terror, pelo menos a mim nunca assusta, mas o ranger da cadeira de balanço e a musiquinha tenebrosa que podia ser ouvida, realmente me deixaram apavorada e com medo de apagar a luz. Esse é o tipo de situação que TEM que ser conferida no livro para causar reação.

Acredito que o que ajudou muito a narrativa de WAITES me assustar foi o fato de a RECORD ter mantido o cartaz do filme como capa. Foram muitas as vezes em que me peguei fechando o livro e olhando para essa tenebrosa capa, e é justamente por isso que a face dessa mulher não sai da minha cabeça. Sério, estou com olheiras enormes por causa dessa criatura ¬¬ Adorei o livro, achei fantástico e recomendo, mas, se pudesse voltar no tempo, teria lido apenas durante o dia, pois já começo a ficar irritada com o medo que ele está me trazendo à noite. Estou vendo a hora em que, com quase 30 anos nas costas, terei de dormir no meio dos meus pais :S

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