Boa tarde,
pessoal.
Hoje vou falar
sobre ALFABETO DOS OSSOS, da LOUISE WELSH, lançamento da BERTRAND BRASIL.
SINOPSE: Alfabeto dos ossos apresenta a busca incessante
de um professor universitário, Murray Watson, por informações sobre um poeta
controverso, Archie Lunan, que há décadas publicou apenas uma obra. Murray, fã
desde que era jovem, até hoje não entende por que só um livro, mesmo que este
tenha recebido elogios e por que Lunan sumiu logo após a publicação.
Em sua busca, o docente se surpreende quando, ao
pesquisar a vida de Archie, não encontra praticamente nada. Além de não ter
tido amigos, todos dizem não se lembrar do poeta e não saber nada sobre sua
única obra. Contudo, ele percebe que os entrevistados escondem algo e que
existe um grande ressentimento quanto a Lunan. Para piorar, a única pessoa que
poderia ajudá-lo, a ex-mulher do escritor, mora numa ilha e se nega a conversar
com o professor.
Quando li a
sinopse desse livro sabia que tinha que lê-lo de qualquer jeito. Saber que um
professor de literatura procurava pistas de um poeta sumido, me levou a um grau
de curiosidade que poucas vezes experimentei. Tal premissa fez com que
imediatamente lembrasse de Julián Carax, o autor desaparecido de A SOMBRA DO
VENTO, do ZAFÓN. Obviamente, pensei que estaria de frente com narrativa similar,
uma obra intensa, cheia de segredos, um drama de cortar o coração, e um livro
que marcaria minhas leituras para sempre, mas a verdade é que, mesmo tendo
gostado de ALFABETO DOS OSSOS, a
narrativa está muito aquém do que imaginei e desejei encontrar nas páginas do
livro.
O início é
extremamente lento e muito focado em Murray, o professor que deseja saber mais
sobre o poeta Archie. A vida do professor de literatura é dissecada ao leitor,
porém, mais da metade das informações são irrelevantes, pois ele não é o tipo
de personagem que conquista o leitor, que nos faz cair de amores e querer saber
cada vez mais sobre sua vida. Pelo contrário, muitas vezes me passou a
impressão de ser um sujeito normal, até simplório, mais preocupado com sua vida
sentimental.
E a vida
sentimental dos personagens é algo bastante aprofundado na trama e que ganha
páginas e mais páginas. São cenas de sexo, traições, paixões, etc. O que achei
desnecessário, pois essas partes pareciam estar no livro só para fazer volume,
pois nada tinham a ver com o suposto suicídio de Archie. Creio que foi apenas
para humanizar os personagens e mostrá-los como pessoas do cotidiano.
Apesar de não
estar morrendo de amores pelo livro, simplesmente não conseguia largar, isso
porque a escrita de WELSH é
fabulosa, e mesmo em momentos entediantes, a autora soube conduzir a narrativa
de um jeito que nos dá a sensação de “isso é desnecessário, mas as próximas
informações serão brilhantes”. O fato é que segui com a leitura até o fim por
ter esse pensamento. De alguma forma conseguia sentir que em algum momento a
história daria uma guinada e todo o drama e mistério sobre a morte do poeta
iriam encontrar seu espaço no livro e desabrochar de forma magnífica. E
realmente, após a página 300 isso começou a acontecer.
Não vou dizer que
a foi um sacrifício chegar até a página 300, pois como disse acima, a autora
narra de um jeito que mesmo sem gostar do enredo fica impossível largá-lo, mas
também não vou dizer que até essa página a leitura foi extremamente prazerosa e
gratificante, pois seria um exagero; mas, mesmo com as deficiências que
encontrei, a leitura valeu a pena para chegar aonde chegou: nas revelações que
cercaram o passado do autor. E foi a
partir daí que ficou impossível largar ALFABETO
DOS OSSOS, não só porque a autora havia conseguido me segurar com sua forma
de escrever, mas também porque, após muitas páginas, conseguiu me conquistar
com sua história.
Depois de ter
achado muitas partes do livro desnecessárias, a autora resolveu apresentar o
passado de Archie da forma como eu queria: com muito drama, um mistério que
assola alguns personagens até o presente, e uma resolução fantástica para o
desdobramento dos fatos. Já Murray, que é quem descobre a história de Archie,
passa a ocupar um lugar secundário na narrativa, lugar que, em minha opinião,
deveria ter ocupado desde o início, pois o poeta e os “vilões” de ALFABETO DOS OSSOS são muito mais
interessantes para ocupar lugar de destaque que o tedioso professor.
Não posso dizer
que o livro superou minhas expectativas, pois na realidade, não chegou nem
perto delas, mas foi por minha culpa, já que imaginei uma trama completamente
diferente e muito mais intensa e dramática do que realmente foi, mas que ALFABETO DOS OSSOS é um bom livro, isso
não posso negar. Confiram ;)
FICHA DO LIVRO
LOUISE WELSH
Editora: BERTRAND BRASIL
Ano: 2013
Nº págs: 462
Gênero: Suspense, Drama
Gostei da resenha e me interessei um pouco pelo livro, mas não virou prioridade.
ResponderExcluirAbraço!
http://constantesevariaveis.blogspot.com.br/
Só li o início para não ter muitas informações sobre o livro rs.
ResponderExcluirParece ser bom! Me deixou curiosa. Adoro livro de suspense.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRecebi o livro como dica de leitura. E ao pesquisar um pouco caí aqui.
ResponderExcluirEntrará para a lista de leitura desse ano, com certeza. Vamos ver se aprecio a trama. :)