Bom dia, queridos.
Estou tão empolgada para falar do livro de hoje que tenho medo de me
perder nas palavras. Semana passada, recebi da Editora RECORD o livro MISERERE:
ASSASSINATO EM QUATRO ATOS, do JEAN-CHRISTOPHE GRANGÉ. Como vocês
sabem, sou alucinada por livros policiais, e fico doida com a quantidade de
livros do gênero que a RECORD lança.
Quando li a sinopse de MISERERE
fiquei ainda mais interessada pelo livro.
SINOPSE: O corpo de um organista chileno é encontrado
em uma catedral armênia sob circunstâncias aterrorizantes, e a descoberta de
uma série de outros assassinatos similares torna o caso ainda mais complexo.
Todos os homicídios apresentam as mesmas características: tímpanos perfurados,
trechos de Miserere, do compositor Gregorio Allegri, escritos com o sangue das
vítimas e pegadas muito pequenas para serem de um adulto. O policial aposentado
Lionel Kasdan une-se a Cédric Volokine, da Brigada de Proteção de Menores, em
uma caçada ao culpado. Ao buscar uma ligação entre os casos, os dois começam a
suspeitar de que as mortes tenham sido parte de um sombrio ritual, capaz de
corromper até mesmo a pureza de uma criança.
Pronto, MISERERE parecia ser
tudo o que eu queria: um livro policial que envolvia uma pegada artística, no
caso a música; algo que me lembra muito Dan
Brown, Steve Berry, entre outros.
Ao iniciar a leitura me vi completamente envolvida pelo assassinato do
músico Goetz. A forma brutal, as poucas e interessantíssimas pistas, sua vida,
etc. E então GRANGÉ apresentou algo
completamente diferente, uma dúvida ferrenha da causa do crime. A princípio acreditava-se em crime político, pois
Goetz tivera envolvimento com o general chileno Pinochet, algumas páginas
adiante o crime foi ligado à pedofilia. Quando novos corpos começaram a
aparecer, a narrativa ia mostrando essas duas vertentes e como cada crime se
encaixaria em cada uma delas.
A verdade é que fui ficando alucinada por cada página lia. Quando o motivo
político me convencia, entravam explicações sobre pedofilia que me deixavam em
dúvidas. Quando a pedofilia me convencia, mais revelações políticas eram feitas
e me deixavam agoniada para saber do que realmente se tratava.
Sim, confesso: tentei roubar. Por diversas vezes quis pular um parágrafo
ou frase, pois estava realmente angustiada e queria saber por qual dos dois
motivos Goetz havia sido assassinado. Mas não consegui fazer isso, por uma
razão fantástica: GRANGÉ me
envolveu. De repente o livro dá uma parada nessas duas possibilidades e começa
a nos brindar com uma verdadeira aula de história. Uma aula que em meus
diversos anos de estudo eu jamais tive o prazer de ter. JEAN nos insere na Alemanha nazista de Hitler e nos diversos
regimes ditatoriais que existiram na América do Sul. Brasil, Argentina,
Colômbia, e muitos de nossos vizinhos são citados. As torturas e atrocidades
cometidas nessa época são completamente exploradas, nos deixando expostos a um
verdadeiro choque e horror com os fatos apresentados. A história do
alemão-nazista Hans Hartmann me deixou assoberbada por suas maldades e sua
história de “treinar” militantes dos regimes.
Quando percebi, o livro voltava para sua veia policial, em busca de
pistas, e eu estava lá, ansiando por mais umas 100 páginas sobre a história do
mundo. É claro que JEAN não me
decepcionou e começou a mesclar cada uma das descobertas com momentos
históricos-políticos.
Muitas das passagens do livro são fortes, pois envolve crianças em todas
as situações: torturadas, treinadas, malvadas, vítimas e homicidas. Fiquei
impressionada com a quantidade de fatos que o autor conseguiu conectar em sua
história e torná-la plausível.
A vida dos dois detetives principais envolvidos revela surpresas sem fim.
Personalidades opostas, eles se completam e nos fazem ler de forma voraz cada
passagem que revelam algo sobre seu passado.
O que mais
surpreende no livro é a arma do crime. Apenas revelada ao final e com
explicações maravilhosas sobre como conseguiram encontrá-la. O final é majestoso e inigualável.
Como deixei claro durante a resenha, MISERERE:
ASSASSINATO EM QUATRO ATOS, não é apenas um livro policial, e sim uma
verdadeira aula de história. Foi um dos livros mais inteligentes e bem
elaborados que já tive o prazer de ler. Entrou para minha lista de favoritos.
Dizer que eu recomendo é pouco, o melhor seria dizer que MISERERE deveria ser leitura obrigatória!
FICHA DO LIVRO
JEAN-CHRISTOPHE GRANGÉ
Editora: RECORD
Ano: 2013
Nº págs: 490
Gênero: Policial, Suspense
Olá Mari, tudo bem?
ResponderExcluirBom, confesso que antes de começar a ler seu blog eu não era muito fã dos livros policiais, até porque os livros que me indicavam tinham um conteúdo muito parecido com outros do mercado. Contudo, aos poucos fui lendo alguns livros indicados por você e hoje posso dizer que policial se tornou um gênero que eu sempre tenho que ter algo novo na minha estante. ^^
Pessoalmente, considero as tramas policias inteligentes as melhores. E ao que parece Miserere proporciona um enredo bem desenvolvido e que vai agradar muito aos leitores do gênero que querem ler algo que vai além da resolução de um crime. E é claro, que com tantos elogios que você fez, ele já entrou para a minha lista de desejados e eu espero, sinceramente, ter a oportunidade de lê-lo em breve.
Beijos!
Isabelle
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http://www.blogmundodoslivros.com/
Oi, Isa.
ExcluirVocê não imagina o quanto fiquei feliz com seu comentário! Adorei saber que você deu uma chance aos policiais por conta do que falo deles aqui.
Pode colocar MISERERE na lista sem medo, é fantástico. Depois de ler, volta pra contar o que achou.
Bjão
Sou fã de livros policiais, de qualquer tipo, desde que bem escritos. O livro não sei se é bom, mas a resenha é muito boa. A paixão com que foi escrita denota no mínimo um bom livro a ser lido. Parabéns pela entrega na resenha. Vou ler o livro 100% em razão da resenha.
ResponderExcluirOi, Celso.
ExcluirObrigada pelos elogios :) Leia sem medo, prometo que você vai se surpreender.
Abraços
Oi, Mari. Só vim deixar meu comentário pois venho procurando críticas sobre "Miserere: Assassinato em Quatro Atos" desde quando o li e eu, simplesmente, concordo com tudo o que você citou aqui. É impossível não se viciar com a narrativa de Grangé! Mesmo trabalhando, comprei o livro em um sábado e terminei no sábado seguinte. Agora busco mais de Jean-Christophe pra minha vida. Inclusive, outra obra de arte dele já me aguarda: "Floresta dos Espíritos".
ResponderExcluirParabéns pelo post!
Oi Mari, comecei a trabalhar contos de enigma e terror com meus alunos do 8º Ano, aproveitando a leitura de A faixa Manchada de Arthur Conan Doyle presente no livro deles. Entretanto, sempre penso em apresentar-lhes uma segunda leitura, ou até mesmo uma terceira leitura, e associá-la com o mundo do cinema. Como já havia assistido o filme La Marque des Anges: Miserere, resolvi trabalhar também este filme com os meninos e me surpreendi com a grandiosidade desta obra. Ainda não tenho o livro de Grangé, mas já está na lista e, com certeza, no próximo ano estará entre as leituras a serem trabalhas em classe. (P.S. Adorei sua resenha.)
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